quarta-feira, 16 de maio de 2018

E assim ternima mais um dia!



Quarta, 14 de Setembro de 2005
 
 
Levanto-me com uma energia imensurável. Tenho o dia programado para ir almoçar com as minhas colegas e passear no Campera. Não me recordo que é dia de nos encontrarmos na minha casa. Infelizmente fiz essa bestice, entre outras e arrependo-me cada vez que  o menciono. Mas está feito e não consigo apagar mais esse indecoro na minha vida.
 Tomo banho na Santa Paz dos Anjos e cantarolo a nossa canção, aquela que o Fernando Pedro me cantou numa noite de Inverno.
 
 
08h 09m 17s
 
 
< Meu Amor eterno vai-me buscar à estação tenho, saudades tuas, vai ser um dia inesquecível. Bjs de sonho. Teu Pedro. >
 
 
Então se faz luz na minha mente. Fico triste por que ideei o dia à minha maneira. Fico frustrada e meio zangada, mas lá me despacho e sigo para o local da sua chegada. Vejo-o a descer os degraus, com a sua imponente figura, e tudo se desvanece nesse momento. Começo a sentir aquelas borboletas na barriga como se fosse uma adolescente. Corro ao seu encontro e beijamo-nos como se uma eternidade nos tivesse separado.
Em casa é um delírio melhor que da última vez. Cada dia traz uma coisa nova. É mesmo imaginativo e gosta de inovar. A rutina não faz bem a ninguém. Acaba com uma relação por muito bem cimentada que esteja. É o que eu penso e o Pedro estava sempre a dizê-lo e a refrescar a minha memória. Todavia, a minha relação com ele deteriorou-se na mesma, mas foi por que eu não reguei o nosso amor, segundo ele. 
 
Fomos almoçar ao Campera. A conversa é sobre a operação que irá fazer na próxima semana. Tudo combinado, mas ainda nos iremos encontrar na próxima segunda.
 
Passeamos e entramos na loja da Ensitel. Ele parece uma criança que quer um brinquedo. Vê todos os telemóveis e acaba por dizer que gosta deste, daquele e daqueloutro. Olho e são todos muito caros. Só respondo que lhe compro um, logo que saia do Hospital Amadora-Sintra.
Voltamos para casa e a magia de um dia que estava a ser fabuloso, esfuma-se. Não gostou da resposta que lhe dei sobre o telemóvel. Queria-o na hora.
 
Vou levá-lo e ele segue pelas escadas e só se volta quando está lá bem no cimo. Faz um " adeus " lacónico " e desaparece.
Volto para casa com o coração quebrado. Mais tarde recebo a  seguinte mensagem:
 
21h 19m 18s
 
< Esquecestes de regar o caminho do nosso amor. Um dia murxa. ( Mais um erro descumunal. ) Boa noite e sonha comigo. >
 
E assim termina mais um dia do nosso encontro.  

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