domingo, 31 de maio de 2015

MSN

Domingo, 24 de Outubro de 2004
 
10h11m03s
 
 
< Bom dia Amor. Hoje vai ao MSN às 15h. Ela está a trabalhar. Bjs dos nossos. >
 
 
 
17h15m04s
 
 
< Não foste ao MSN. Porquê? Bjs molhados. >
 
 
 
21h01m12s
 
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã não vieste ao MSN. Estive à tua espera e não apareceste. Ela está a trabalhar e até era bom, falarmos à vontade. Estás zangada comigo? Não te zangues pq eu Amo-te muito. Não sei viver sem ti. És a luz dos meus olhos e o meu caminho. Estou sempre a pensar em ti. Tenho-te no coração e no pensamento. Diz alguma coisa para eu descansar. Beijo teus lábios vermelhinhos com doçura. >

sábado, 30 de maio de 2015

Alvito

Sábado, 23 de Outubro de 2004
Neste dia, foram as mensagens que eu recebi do Pedro, via telemóvel. Não percebi se estava a falar a sério, se não queria falar comigo por causa de Sexta-Feira.
 
08h22m01s
 
 
< Meu Amor vou a Alvito com a mãe L****. Não sei a que horas chego. Bjs dos nossos. >
 
 
 
12h35m10s
 
 
Vou Almoçar agora. Estou em casa do meu irmão. Bjs molhados.>
 
 
 
21h45m02s
 
 
Meu Amor cheguei agora. Já não dá para falarmos no MSN. Boa noite. Bjs molhados. >

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Mentiras


Sexta, 22 de Outubro de 2004
 
Mais uma mensagem do Pedro. Só passados uns dias que fui à terra é que vi que a linha da Casa Branca estava desativada. Não sei por onde andou neste dia. Estava-me sempre a mentir. Mas era atencioso, meigo, compreensivo, carinhoso, amoroso... Retrato de um sociopata.
 
08h10m12s
 
 
< Bom dia meu Amor de ontem de hoje e de amanhã. Hoje não posso falar contigo. Vou para a Casa Branca trabalhar com uns homens. Não quis deixar de te dizer nada. Amo-te muito e vou contigo no coração. Não sei a que horas chego. Mas vai ao MSN pode ser que já tenha chegado. Beijinhos dos nossos. >
 
 
22h10m24s
 
 
< Meu Amor dorme bem. Só cheguei agora. Beijos dos nossos. >

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Pular a cerca

Quinta, 21 de Outubro de 2004
 
09h00m001
 
 
Mais um telefonema do Pedro. Serve-me o meu diário como guia nesta dissertação.
 
 
- Sim, por favor?
Bom dia, meu Amor. Dormiste bem? Eu dormi maravilhosamente a pensar no dia bom que me destes.
- Bom dia, Amor. Eu também dormi muito bem. O meu último pensamento foi para ti.
- Tenho uma pergunta a fazer-te. Posso?
- Podes. Vamos ver se te sei responder.
- Foi a primeira vez que pulastes a cerca?
- Pular a cerca? Que expressão é essa? Não conheço.
- Ter um caso como o nosso.
- Já te disse milhentas vezes. És o primeiro e último, além de meu marido. Nunca tive um amante, se é isso que queres saber.
- Sim, queria. Ontem foste o máximo. Estavas em fogo. Eu adorei.
- Mas muitas coisas foram ensinadas por ti. O teu fetiche é muito giro e é bom. Nunca tinha visto e nem sabia que se poderia fazer.
- Assim dá-se mais prazer à companheira.
- As coisas que tu sabes. Agora faço eu uma pergunta. Posso? É de carácter pessoal, também.
- Faz as perguntas todas que quiseres.
- É a tua primeira vez além da tua mulher? É que tens muita experiência.
- Sabes que sim. A experiência vai-se ganhando ao longo dos anos. Por isso é que eu fui aprendendo para ela saber o bom da vida. E para ti agora.
- Tenho dito.
- Quando quiseres, podes perguntar seja o que for. Eu sei sempre responder.
- Aposto que sim. Tens resposta para tudo, lá isso é verdade.
- Vim para Lisboa com doze anos. Aprendi muito.
- Vê-se. E calculo que sim. A vida é a nossa mestra. Eu, então, vim estudar para Lisboa, mas trouxe um casal para tomar conta de mim. Era muito tímida. Enfim.....
- Agora vou trabalhar. Vou a Santa Apolónia e depois volto aqui. Até logo, meu Amor.
- Beijinhos doces e até logo?
- Beijinhos daqueles que só tu sabes dar.
 
17h45m00s
 
- Estou sim, faz favor?
- Meu Amor sou eu. É só para me despedir. Hoje já trabalhei bastante. É para aqueles dias como ontem.
- Ainda me tens que dizer como podes tirar tantos dias.
- Fica para amanhã. Ainda vou a Entrecampos buscar uma coisa e estou com pressa.
- Que não seja por isso. Até logo no MSN. Beijinhos doces.
- Até logo no MSN às nove, certo? Beijinhos dos nossos.


terça-feira, 26 de maio de 2015

Segunda Quarta-Feira

Quarta, 20 de Outubro de 2004
 
09h05m10s
 
 
< Neste segundo encontro em casa, foi de delírio. Estava na estação já fazia algum tempo. O comboio chegou atrasado e eu já suspirava por tudo o que era canto. Olhei o relógio mais uma vez e verifiquei que já eram horas de ter chegado. De repente oiço um silvo que me assustou. Era o comboio que chegava. Foi com alegria que vi o Pedro descer as escadas. Como sempre, vinha muito alinhadinho. Eu sai do carro e encostei-me à porta à espera dele. Ele chegou muito sereno e confiante. Lançou os braços em volta da minha cintura e beijou-me com avidez. Um beijo longo e determinado. Fiquei feliz por ver que vinha mais tranquilo. O dia seria bom.
Já no carro, começou a acariciar-me onde quer que podia. Relembrei que eu vinha a conduzir, mas mesmo assim, não parou. Quando chegámos a casa e que fechei a porta, agarrou-se a mim e disse que me ia fazer a mulher mais feliz que alguma vez tinha sido. Já no quarto, despimo-nos mutuamente e beijávamo-nos com desespero. Desta vez era diferente. Ele estava mais calmo e depressa chegou ao clímax levando-me na mesma altura a mim. O seu corpo era sedoso e cheirava a mel. Beijei-lhe o corpo todo e ele disse que lhe fizesse o que eu gostaria para não ficar a pensar que poderia ir mais além. Eu não sabia. Ele ensinou-me muitas coisas. Eu era mesmo ingénua. Coisas que nunca tinha feito nem sabia que se poderiam fazer. Foi uma manhã de delírio que se estendeu até às treze horas.
Fomos tomar banho e ele lavou-me com a minha luva ao mesmo tempo que me acariciava. Confesso que cheguei ao clímax novamente. Ele representava tudo para mim. Nunca tinha sido tão feliz. Mas a felicidade alheia, paga-se bem caro. Foi o que me aconteceu uns meses mais tarde.
Fomos almoçar ao restaurante chinês. Comemos crepes, pato à Pequim, arroz chau-chau e sobremesa de ananás. A menina trouxe um licor de canela que eu não gostei e vinham uns papelinhos fechados que nós abrimos. O meu dizia que tivesse cuidado com amizades alheias. O dele dizia que estava a enganar uma amiga. Fartámo-nos de rir. Ele disse que nada daquilo era verdade e que eu não fizesse caso. Eu respondi que não era supersticiosa. Estivemos na conversa até a menina dizer que iam fechar o restaurante para limpeza para abrir à noite.
Mas na hora de pagar, empurrou a conta para o meu lado. Estranhei, mas não fiz comentários. A partir daqui, fui eu sempre que paguei as contas. Até que me habituei a isso. Voltámos para casa e, já no sofá, ainda me fez chegar ao clímax...
Carícias, abraços, meiguices e um sem número de coisas que foram só delícias. Mas o tempo não para e chegou a hora de o levar de volta para a estação. Ainda não tinha partido e já me falava de saudades. Estivera muito bem. Mais solto e com um à vontade que me deixou estupefacta. Dissemos adeus e ele partiu. Enviou-me uma mensagem via telemóvel que dizia o seguinte: Foi o dia mais maravilhoso que tive. Nunca o esqueças que eu tb não. Beijinhos molhados.
Sorri ao ler a mensagem e pensei que tinha encontrado o meu príncipe encantado. >
 
 


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Nome de Mãe

Terça, 19 de Outubro de 2004
 
 
08h45m50s
 
 
-Sim, faz favor?
- Bom dia Amor. Dormiste bem? Estás bem disposta?
- Bom dia querido. Dormi bem e estou bem disposta. E tu como estás?
- Eu estou muito contente. Verdade, como está a tua mãe?
- Está a piorar cada dia mais. Esta doença é uma doença que evolui todos os dias.
- Como se chama a tua mãe?
- Por que queres saber?
- Para a tratar pelo nome.
- Chama-se A*********. E a tua?
- A minha chama-se L****, mas em Alvito toda a gente a conhece por L******a.  Desde sempre que me lembro de ser chamada assim. Não a conhecem por L****.
- Engraçado! Nomes que vêm de jovens e ficam.
- Vou lá com ela, quando tem assuntos a tratar.
Vou pra casa do meu irmão. Mesmo quando vou de férias, fico na casa dele. Levo a C****** R***** e o meu sobrinho. A minha filha gosta muito daquilo.
- Eu também gosto de ir à minha terra. Tenho lá muitas amigas. Fazemos sempre festas em casa uns dos outros. São casais. Agora é que está lá um P******** que é solteirão, mas também vai.
- O toureiro também vai?
- Às vezes, mas cada um ocupa o seu lugar. Somos ambos casados.
- Ui, tenho ciúmes! Quando é que lá vais agora?
- No final do mês. Mas não tenhas ciúmes. Nada há entre nós.
- Eu acredito em ti. Só outro homem me poderá afastar de ti. Não gosto de misturas.
- Eu também não. Por isso estás à vontade.
- Queres vir almoçar comigo?
- Hoje, não. Amanhã não vens ter comigo?
- Claro que vou e vai ser bom.
- Eu também acho. Vais estar mais tranquilo e vai ser um dia bom.
- Amor, tenho que desligar. Está aqui um fulano à minha espera.
- Vai lá. Beijinho doce e até logo.
- Beijinhos dos nossos. Até logo.
 
 
 
17h45m00s
 
 
< Meu amor de ontem de hoje e de amanhã. Hoje não posso falar contigo. Tenho aqui gente. Mas amanhã estarei na estação às 9h da manhã. vai-me buscar. Hoje ainda falamos no MSN. Aparece à hora do costume. Beijinhos que só tu sabes dar. >
 
 
21h35m01s
 
< Meu amor foi pouco tempo, mas foi bom. Dorme bem. Até amanhã na estação. Beijos dos nossos. >

domingo, 24 de maio de 2015

Cozinhados

Segunda, 18 de Outubro de 2004
 
 
08h45m00s
 
 
- Sim, faz favor?
- Bom dia, meu Amor. Foi um fim de semana comprido. Cantei a canção do Porto Sentido a pensar em ti. É o meu cantor preferido. como sei que também gostas dele....
- Bom dia Pedro. Obrigada pela canção. Gostava de te ouvir a cantar.
- Na quarta-feira canto um cadinho para tu me ouvires. Tens escrito as nossas conversetas?
- Sim. Só não escrevo as do MSN porque não sei como gravá-las. Mas tenho tudo escrito. Escrevo logo que acabamos de falar. Tenho um caderninho onde escrevo as nossas coisas.
- Os versos são muito bonitos. Tens muito jeito.
- Não tenho nada. Apenas saem.
- Mas são lindos e dizem respeito ao nosso Amor.
- Faço-os sempre a pensar em ti.
- Agora sou eu que agradeço. Gostas mesmo de mim?
- Ainda tens dúvidas? Dei-te a minha casa e estou sempre para ti.
- Pois! Eu também te amo muito. És a minha vida.
- E tu a minha. Estou tão feliz....
- Amor, vou trabalhar. Logo falamos mais um cadinho, está bem?
- Está. Beijinhos dos nossos quentes e doces.
- Beijinhos molhados e até logo.
 
17h30m45s
 
- Sim, faz favor?
- Mais um dia de trabalho que chegou ao fim.
- Mais um dia a menos para o nosso encontro.
- Sim. Na quarta-feira estarei na estação às nove horas. Não te esqueças.
- E eu ia lá esquecer-me? Ando a contar os dias. Desta vez levo-te a almoçar a um restaurante que abriu há pouco tempo. Já lá fui e gostei.
- É para variar. Apesar que gostei dos teus cozinhados. Estavam muito bons.
- Tens que me ensinar a fazer alguns pratos regionais de Alvito.
- Ensino, pois. Não custam a fazer. Como ela trabalha, eu cozinho muito em casa.
- Amor estão a tocar à campainha. Tenho que desligar.
- Vais ao MSN?
- Vou às nove.
- Ok! Beijinhos muitos.
- Até logo e muitos beijinhos cheios de Amor. Desculpa.
 
22h13m10s
 
< Meu amor ainda agora deixei-te e já tenho saudades. Dorme a pensar em mim. Beijinhos molhados. >


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Versos

Domingo, 17 de Outubro de 2004
 
 
11h05m10s
 
< Bom dia Amor. Levantei-me agora. Depois vou ver se me escrevestes. Cantei Porto Sentido a pensar em ti. Bjs molhados.
 
 
 
12h35m12s
 
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã. Não tenho a caixa cheia. Só tenho as tuas mensagens e do serviço quando, há reunião. (Outra mentira. Estava-se a corresponder-se com quase 40 mulheres. Até uma da Austrália. Soube mais tarde.)
Os versos são lindos e dizem bem o quanto nos amamos. Eu falo, por mim e, sei que tu tb me amas muito. Tens muito jeito para fazer versos. Escreves tudo o que se passa com a gente? Para qd formos velhinhos lembrarmos. Hi!hi,hi.
Esta foi boa. Mas é verdade. Velhos são os trapos. Nós só vamos ter mais idade. Agora vou almoçar. Bom apetite e vai ao MSN para falarmos um cadinho. Bjinhos dos nossos. >
 
 
21h45m10s
 

< Boa noite meu Amor. Vou dormir a pensar em ti. Bjinhos molhados. >

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Karaoke

Sábado, 16 de Outubro de 2004
 
10h45m12s
 
< Meu amor bom dia. Ando no Feira Nova. Dormiste bem? Penso sempre em ti. Beijinhos dos nossos. >
 
14h45m10
 
< Amor estou no MSN. Aparece para falarmos um cadinho. >
 
17h10m10s
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã. Não aparecestes. Estou triste. Porquê? Não me digas que foi o teu marido! Gosto de teclar contigo. Fico exsitado qd isso acontece. Vejo-te nua e tenho vontade de te abraçar. Logo à noite vem teclar comigo. Não me deixes, nesta tristeza. Eu fico à tua espera. Às nove dá bem. Beijinhos desta alma abandonada. >
 
 
22h10m09s
 
< Foi bom falar contigo. Agora vou ao bar fazer karaoke. Fica bem. Beijinhos de boa noite. >
 
 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Doçura

Sexta, 15 de Outubro de 2004
 
Mais uma linda vista do Castelo dos Mouros em Sintra. Espetacular!
 
 
08h45m00s
 
- Estou sim, por favor? ( Ainda estava meia dorminhã. Tinha acabado de acordar. Estava a saborear o quanto era bom estar na cama nesta manhã de Outubro onde tinha aparecido o primeiro frio. )
- Bom dia, bom dia, bom dia. Hoje estou muito bem disposto. E tu?
- Nem sei. Acabei de acordar.
- Se calhar fui eu que te acordei.
- Não. Estava a saborear o quanto é bom estar na cama e recordar o nosso encontro.
- És uma doçura. Como não hei de gostar de ti. Amo-te e pronto.
- Eu também te amo muito. Não vivo sem ti.
- Doçura, doçura, doçura. Eu adoro-te muito. És a minha vida.
- Também digo o mesmo. Entraste de mansinho e alojaste-te no meu coração.
- Dizes umas coisas tão lindas que me dão arrepios.
- Tu e os teus arrepios.
- É verdade! Sinto arrepios da maneira como falas e como me acaricias. És o meu doce.
- Amanhã queres vir ter comigo?
- Gostava, mas não posso. Tenho-o em casa.
- Eu também gostava muito. Na próxima quarta, encontramo-nos, não é?
- Se o desejares! Serás sempre bem vindo.
- Ok! Fica já combinado. Vai ser um fim de semana chato. Vens ao MSN?
- Vou. Mas não pode ser tarde.
 Pelas nove?
- Pode ser. Agora tenho que ir fazer alguma coisa ao homenzinho.
- Já me estás a despachar?
- Não é nada. Tenho muito trabalho para fazer.
- Então, beijinhos doces e até logo.
- Beijinhos dos nossos. >
 
 
18h00m00s
 
- Estou sim, faz favor?
- Boa tarde Amor. Estou estafado. Trabalhei muito e estou cansado. Ainda bem que amanhã é fim de semana para descansar. Ela trabalha e eu estou no céu.
- Eu gosto de companhia para conversar, mas nem sempre. Há dias que prefiro a solidão. Sempre fui muito solitária. Até quando andava à escola. Sentava-me no banco vermelho a ver as outras crianças a brincar.
- Verdade? Eu era antagónico. Andava sempre aos pássaros e não ia à escola. tinha uns amigos mais velhos e andávamos de fisga atrás. Ainda te hei de contar isto direitinho. Era um baldas. Olha aquilo de morrer de saudades minhas é verdade?
- É. Tens dúvidas? Eu não tenho. É como enviei na mensagem.
- A lua volta e vai.
- Eu sei. Por isso é que digo isso. Quanto à escola nem todos somos iguais. Já oiço o portão. Vem aí o meu marido.
- Vem sempre estragar a nossa conversa. Logo espero por ti. Beijinhos molhados. Hum! Tão bom!
- Beijinhos iguais para ti. Até logo às nove. >
 
 
21h55m45s
 
< Dorme bem, meu Amor. Hoje estivemos a falar bastante tempo. Foi bom. Beijinhos dos nossos. >

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Medo

Quinta, 14 de Outubro de 2004
 
 
09h10m00s
 
Telefonou mais tarde e eu fiquei cheia de medo qeu ele já não quisesse nada comigo. Porém, o medo não me atingia só a mim. O Pedro também tinha muito medo
 
 
- Estou sim, por favor? ( Meu coração batia apressadamente. Seria ele? )
- Meu Amor, sou eu. Desculpa de só telefonar agora, mas estive com o chefe a preparar o trabalho para hoje. Ontem estava cheio de medo.
- Tinhas medo de quê?
- Não viesse o teu marido e me desse uma carrada de porrada. Mas tu estivestes muito bem?
- Eu disse-te que não tivesses medo. Ele está a fazer uma formação e é ele o formador. Portanto não vinha a casa. E vai continuar por umas quantas quartas-feiras. Não tenhas receio de nada.
- Estava muito nervoso e não consegui mostrar do que sou capaz. Mas na próxima quarta vais ver o que te faço. O primeiro dia é sempre de arrepiar.
- Arrepiar? Estás habituado a fazer isto com outras?
- Não, meu Amor. Foi a primeira vez. Tu és a única e a primeira. ( Mais uma mentira. Já tinha tido a R******, a L*** e muitas outras. Até as levou à casa de Benfica. )
- Eu acredito. Depois do que vi ontem, acredito.
- Acredita, meu Amor. És a única e a única com quem fiz amor e fui a casa.
- De facto que gostas mesmo de mim?
- Ó meu Amor, a verdade, verdadinha. Eu adoro-te, sabias?
- Sim, já o tens escrito várias vezes, mas até ser verdade...
- Podes crer que é verdade e vou mostrar-te o quanto te amo. Ontem apenas tinha medo.
- Acaba com os receios. Como viste, a minha rua é muito tranquila. Depois moro numa moradia que não é geminada.
- A minha é geminada e tem outra. Por isso é que ela chega logo a mandar vir por causa do tapete.
- Estou à vontade. Não oiço os vizinhos e eles não me ouvem a mim.
- Depois conto-te porque tenho uma casa assim. Agora tenho que ir trabalhar. Beijinhos molhados.
- Até logo, meu Amor. Beijinhos dos nossos.
 
 
17h45m10s
 
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã. Não posso telefonar porque está aqui o chefe. Mas estás no meu coração e no meu pensamento. Amo-te mais que ontem e menos que amanhã. Nunca pensei vir a gostar de alguém como de ti. Vou-te fazer muito Feliz, e vou esquecer o dia de ontem. Os medos acabaram.
Vai ao MSN para falarmos um cadinho. Beijinhos dos nossos e até logo. >
 
 
21h55m45s
 
< Meu Amor mesmo agora deixei de falar contigo e já tenho saudades. dorme bem. Beijinhos molhados. >

domingo, 17 de maio de 2015

Terceiro encontro

Quarta, 13 de Outubro de 2004
08h55m00s
 
< Não é com orgulho que me recordo deste dia. Foi o primeiro de muitos e hoje sinto-me enojada e culpabilizada pelo passo que dei.
Assim que o meu marido saiu, levantei-me e pus o quarto a arejar. Queria que ele estivesse acolhedor. Até mudei os lençóis da cama para tudo estar perfeito. Depois de tomar banho e me vestir, saí em direção à estação dos comboios. Recordo que ao tirar o carro da garagem, a porta caiu ao de leve em cima do tejadilho. Não fez grande estrago, mas ficou a marca. Era dia treze e eu não sou supersticiosa, mas apanhou-me de surpresa. Também estava nervosa. Nunca tinha colocado um homem na minha casa e era impensável levá-lo para a minha cama. Não sei o que o Pedro me fez para eu tomar a medida errada. O certo é que aconteceu. Ele era muito atencioso, meigo, carinhoso, compreensivo e até adivinhava os meus pensamentos. Só havia uma coisa que me desagradava. Era muito possessivo e isso deixava-me insegura. Contudo eu criara uma paixão por ele que fazia o que fosse preciso para não o perder. Não era Amor como eu sentira pelo Af****. Mas eu equivocara-me e confundi amor com paixão.
À hora acima descrita, já me encontrava na estação à sua espera. Vi-o descer as escadas da plataforma e fiquei extasiada com o seu porte. Era muito imponente e majestoso. Fiquei orgulhosa e cheia de paixão. À minha maneira amava-o com muita loucura.
Desceu as escadas e dirigiu-se ao meu carro onde me encontrava à sua espera. Mesmo ali beijou-me como se não o fizesse há longos anos. Entre suspiros e ais, dizia que me amava mais que tudo na vida e aqui a estúpida, acreditou. São assim os sociopatas. São meigos, carinhosos, compreensivos, possessivos e amorosos até atingirem os seus objetivos. Depois vem a parte mais triste e cruel quando se encontram na posse que inventaram para atrair a presa mais fácil.
Veio comigo no carro com a sua mão a acariciar-me as pernas e tudo o que estava ao seu alcance.
Já em casa, dirigimo-nos para o quarto.
Muito sôfrego, despiu-me com brusquidão e deitou-me na cama. Sentia-o a tremer e eu tremia também.
Fez várias tentativas para atingir o orgasmo mas nunca conseguiu devido à tensão nervosa em que se encontrava. Eu, pelo meu lado, atingi vários e estava nas nuvens. Já me sentia à vontade e fazia para que ele se sentisse também. Foi infrutífero. Ele não conseguiu ereção.
Depois deitámo-nos lado a lado na cama a conversar. Quis saber de que lado dormia o meu marido e deitou-se no lado oposto. Dizia que tinha ciúmes do meu marido e que estava ali porque me amava muito. Desculpou-se pelo facto de não conseguir o orgasmo e eu até compreendi. Perto das 13h fomos tomar banho. Eu tinha um lençol de banho só para ele e pensei que tomasse banho primeiro para eu tomar a seguir. Mas ele puxou-me para dentro da banheira e tomamos banho juntos. Recordo que me lavou com a minha luva com tanta meiguice que me senti a mulher mais feliz do mundo. Ainda fez com que eu atingisse um orgasmo, mas ele nada.
Almoçámos e teve a gentileza de elogiar o meu caldo verde, os pastéis e o arroz. Falou que cozinhava lá em casa e que fazia muitos pratos alentejanos da região de Alvito, terra onde nasceu, segundo me disse e me mostrou o BI onde se lia que era solteiro.
Chegou a hora da despedida e, mais uma vez me fez atingir o orgasmo. Ele nada. Comecei a pensar que seria defeito, mas ele assegurou-me que estava muito nervoso. Por um lado, eu compreendia-o, mas por outro, desconfiava. Disse-me que na próxima quarta já vinha mais desanuviado e sem nervos. Confiei nele e a despedida foi cruel. Quando o vi partir no comboio, senti rolarem dos meus olhos algumas lágrimas. Pensei que não o voltaria a ver. Porém nessa noite ao MSN, parecia outra pessoa e falámos do dia. Para ele tinha sido uma experiência muito enriquecedora e que estava preparado para mais e muitas quartas-feiras. >
 


sábado, 16 de maio de 2015

Preparar o encontro


Terça, 12 de Outubro de 2004
 
 
09h00m00s
 
 
- Por favor, quem fala?
- Bom dia Querida. Dormiu bem? Já tenho saudades tuas. Estou nervoso.
- Bom dia, Amor. Estás nervoso porquê?
- Nunca fui a casa de ninguém como vou amanhã à tua. Tens a certeza que o teu marido não aparece?
- Não tenhas receio. Ele está num projeto e tem que ir trabalhar. É ele o formador.
- Assim estou mais descansado. Não quero confusões.
- E achas que eu quero? Nem pensar que ele venha a saber. Aqui na rua também não está ninguém a essa hora. Descansa e não fiques nervoso.
- Se tu o dizes, eu vou confiar. Estou ansioso por estar contigo. Quero-te fazer feliz.
- E eu quero ser feliz contigo. Amo-te muito. Nunca pensei que o Amor fosse assim.
- Nem mesmo com o toureiro?
- Isso são águas passadas. Mas amei-o muito. Agora ambos estamos casados e nem pensar.
- Nunca se veem quando vais à terra?
- Raramente, embora tenhamos o mesmo grupo de amigos. Mas quando sei que ele vai, eu já não vou.
- Agora és só minha, percebes?
- Sim Amor. Também não sou, nunca fui e não serei uma beija flor.
- Vem aí o chefe. Beijinho.
- Beijinho. >
 
 
16h45m00s
 
 
- Sim, por favor?
- Já cá estou outra vez. Pensei no toureiro e tenho ciúmes.
- Não é para teres. Já disse que foi chão que deu uvas. A vinha secou. Agora tenho um Amor de verdade, não tenho.
- Claro que tens. Sou teu por inteiro.
- Isso é que é falar. Serás? Tens a tua mulher e tens que molhar a pena de vez em quando.
- Mas faço-o a pensar em ti e é muito de tempos a tempos. Ela está sempre de mau humor.
- Então amanhã estou às nove na estação à tua espera. Se não puderes vir, envia mensagem.
- Eu vou, Amor. Estarei lá e vamos ser muito felizes.
- Espero que sim. Não sou grande cozinheira, mas faço alguma coisa comestível.
- Eu gosto de tudo, menos porrada.
- Ninguém te vai dar tareia. Vou fazer um caldo verde e uns pastéis de bacalhau com arroz para o almoço. Gostas?
- Hum! Já me está a crescer água na boca.
- Então fica combinado.
- Combinadíssimo. Agora vou que ainda tenho que passar por Santa Apolónia para encerrar um trabalho.
- Então até amanhã. Beijinhos dos nossos.
- Mas ainda vais ao MSN?
- Não prometo. Não sei se o meu marido vai trabalhar no Excel.
- Beijinhos molhados e até amanhã, Amor mio. >


22h10m11s

< Amor ainda bem que vieste ao MSN. Foi bom. Beijinho de boa noite. Adoro-te sabia? >
 


sexta-feira, 15 de maio de 2015

Foi bom!

Segunda, 11 de Outubro de 2004
 
 
08h55m00s
 
 
- Estou sim, por favor?
- Bom dia Amor, dormiu bem? Eu estou muito Feliz. Foi tão bom estar contigo no sábado. Não gostastes?
- Bom dia, Pedro. Dormi a pensar em ti. Estou muito Feliz, também. Acho que nunca fui tão Feliz.
- Eu sei que agora somos um do outro. Nunca tive dúvidas, como tu.
- Foram dúvidas saudáveis. Tinha medo de ser Feliz. Coisa que nunca fui. A maior Felicidade que tive, foi ser mãe. Vivo para a minha filha.
- E agora vives para mim. Já tens duas pessoas para quem viveres.
- Pois, eu sei.
- Hoje vou trabalhar fora. Assim que chegarem os homens, vou sair.
- Então já não falas comigo hoje?
- Falo. Logo tenho que vir aqui e telefono. Hoje já não tens as limpezas.
- Não. As grandes já acabaram. Agora só vem nos Meu beijinho doce como o mel e até logo, meu Bem.
- Beijinho e tem um bom dia. >
 
 
12h10m23s
 
< Meu amor estou a almoçar em entrecampos. Beijinho doce de mel para sobremesa. >
 
 
17h35m00s
 
- Estou sim, faz favor?
- Então como foi o teu dia?
- Não estás a telefonar do mesmo número?
- Não. Já não vou ao Oriente, hoje.
- O meu dia foi a pensar em ti e a relembrar o nosso encontro.
- Ui, nem me fales. Foi tão bom que quero repetir, percebes?
- Sim, percebo. Por isso já na quarta estarás comigo.
- Estou desejoso que passe depressa para estar contigo. Não costumas teres vizinhas a bisbilhotar?
- Não. Aqui toda a gente trabalha e como são vivendas, é tudo muito individual.
- Ainda bem. Vou no comboio das nove. Vais-me buscar à estação?
- Claro, meu Amor. Lá estarei às nove horas. Antes. Gosto mais de esperar do que esperem por mim.
- Vai ser bom, acredita. Vou fazer-te ires ao céu. Há muito tempo que lá não vais?
- Sim. Há bastante tempo.
- Então vamos os dois. Isto por aqui também anda mal nesse aspeto.
- Não me digas? Anda assim tão mal?
- Nem imaginas. Agora chega às onze horas e vem sempre cansada e de mau humor. Começa logo a implicar mal chega à porta.
- Não deve ser fácil viver com uma pessoa assim.
- Não é fácil. Mas eu agora já não me ralo. Tenho-te a ti! És toda a minha vida.
- E tu a minha. Era tão diferente antes de te conhecer! Nada fazia sentido. Só sentia prazer quando ia a Alemanha ver a minha filha. Eram e serão os dias mais felizes da minha vida.
- Gostas muito da tua filha, não gostas?
- Sim, gosto muito. Amo-a e sem ela não era ninguém. Temos uma cumplicidade muito grande. Depressa lhe vou contar isto.
- É bom ver essa cumplicidade. A minha mulher só é assim para a minha mais velha.
- Tem outra idade e compreende melhor. A C***** é muito nova e ainda não compreende.
- A converseta está muito boa, mas tenho que ir. Também está a chegar o teu marido.
- Sim, de facto que já são horas.
- Muitos beijinhos de mel nesses lábios vermelhinhos e até logo no MSN.
- Beijinhos doces e até logo. >
 
 
22h10m11s
 
< Meu amor mesmo agora te deixei e já tenho saudades. Boa noite e até amanhã. Beijinhos dos nossos. >

quarta-feira, 13 de maio de 2015

O Carro

Domingo, 10 de Outubro de 2004
 
10h12m02s
 
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã gostei de ler, a tua mensagem. Vem cheia de Amor. Eu tb te AMO muito e agora, mais que nunca sei que não, te quero perder. Não te preocupes com o meu carro. Já falei com o mecânico meu, conhecido e vou pô-lo hoje à tarde para ser arranjado. São coisas que acontecem, percebes? Não quero que isto atrapalhe o nosso Amor.
Eu tb não consegui dormir a pensar no lindo dia que me deste. Ainda sinto os teus beijos nos meus lábios tão gulosos. Hum, que maravilha. Na quarta vamos se encontrar outra vez. Estou ancioso. Beijinho e deixa de pensar no meu carro. Pensa antes em nós. >
 
 
15h23m50s
 
 
< Meu Amor estou no MSN. Aparece para falarmos um cadinho. Beijinhos molhados. >
 
 
 
22h10m10s
 
< Meu Amorzinho foi bom falar contigo. Agora sei que estamos juntos. Boa noite. Beijinho e adoro-te sabias? >

terça-feira, 12 de maio de 2015

Segundo Encontro

Sábado, 9 de Outubro de 2004
 
10h20m50s
 
Segundo encontro
Valha-me o meu diário para me recordar ao pormenor de tudo.
 
< Encontrámo-nos à porta do Centro Comercial Vasco da Gama. Ele deu-me dois beijinhos e eu retribui. Disse-me que era muito bom eu ter ido. Estava muito contente na sua camisa aos quadrados azuis, encarnados e brancos. Levava uma maleta à tiracolo e umas calças claras. Assim que saímos do Centro para o lado do Tejo eu perguntei-lhe se não estava a fazer nenhum "frete" ao andar comigo. Muito atrapalhado com a pergunta, disse que não e que estava muito contente por estar comigo. Afirmou que me amava muito e pegou-me na mão. Levou-me para o jardim e começou a beijar-me com uma avidez que parecia que não via mulher há muito tempo. Passado um tempo começou a chover aquela chuva primeira de Outono. Molhámo-nos e quando parou de chover agarrou-se novamente a mim. Eu também lhe passei o braço em redor do seu corpo e a camisa molhada e fria fê-lo dar um gritinho. Assustei-me, mas ele disse que a camisa estava fria. Larguei-o logo a seguir. Não queria magoá-lo. O tempo voou e quando demos pelas horas já tinha passado da hora de almoço. Hoje volvidos tantos anos, sei que não fomos almoçar porque ele não queria pagar o almoço e, também, não queria que fosse eu a pagar para não o deixar mal visto. Sei disto de outras vezes que nos encontrámos. Era sempre eu que pagava a conta porque ele não a pagava. Fomos lanchar. Eu pedi um crepe na casa dos crepes que havia no Centro e ele não pediu nada. O meu crepe vinha cheio de canela e ele sacudiu-o com um guardanapo. Foi um dia maravilhoso para mim. Pensava que estava a viver o melhor dia da minha vida, mas não era. Seria o meu segundo passo para o calvário. A hora da despedida foi cruel para mim. Ele também se mostrava triste. Fomos até ao carro dele. Estava orgulhoso do seu mercedes. Era um carro já velho, mas bem conservado.
Quando chegámos, tinham-lhe partido o vidro do lado do pendura e levado o autorrádio. Também fiquei triste por ele e prontifiquei-me a pagar os estragos porque era por mim que ele ali estava. Não aceitou. Já dentro do carro discutimos, no bom sentido, onde nos haveríamos de encontrar para haver mais intimidade entre nós. Não se achava um lugar. Então eu, burra como sempre, ofereci a minha casa para tão vil ato. Ficou combinado que na próxima quarta-feira ele vinha no comboio e eu iria busca-lo à estação às nove horas. Agora era eu que não o queria perder. Não sei o que ele me fez para eu ter caído de amor por ele. Era um amor que não tinha sentido por ninguém. A despedida foi triste para mim e deixei-o com lágrimas nos olhos. Foi assim, cheio de amor, o nosso segundo encontro. >


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Folhetos

Sexta, 8 de Setembro de 2004
 
 
10h20m01s
 
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã hoje não telefonei para não atrapalhar, enquanto andas nas limpezas. Já acabas hoje e tb é para te enviar os folhetos. Tira proveito que são muito bons. Logo telefono para combinarmos para amanhã. Se telefono antes das seis tens a tua empregada se telefono, depois das seis chega o teu marido, mas vou arriscar. Tem um bom dia. Adoro-te sabias? Beijinhos dos nossos. >

15h17m10s

< O teu marido só serve para estragar tudo. Enviei os folhetos e ele já tos tinha arranjado. Não queria ter ciúmes mas, tenho muitos. Desculpa. E não precisas agradecer. Foram enviados com muito Amor.Não recebi os versos de que falas. envia novamente. Beijinhos de mel. >

17h15m45s

< Amor mio não posso telefonar. Vou agora sair. Já recebi os versos e não tinha a caixa cheia. És desconfiada? Não gosto.
Os versos são muito bonitos. Agora sou eu que gradeço. Amanhã encontramo-nos à porta do Centro que foi da outra vez. 10 horas está bem para ti? Para mim está bem. Se não poderes envia mensagem para o telemóvel. Vai ao MSN. Beijinhos doces. Até amanhã. >

domingo, 10 de maio de 2015

Pen

              Quinta, 7 de Outubro de 2004

 
Mais uma vez me servi do meu diário para escrever o que se passou entre mim e o sociopata do Pedro. Parecia adivinhar os meus pensamentos. Fazia tudo para me agradar. Era meigo, carinhoso, compreensivo, possessivo e eu pensava que me amava, mas enchia-me de mentiras para levar avante o seu intento.
Mais uma conversa que me levava para o abismo. Nunca tinha tido um homem a não ser o meu marido, mas tive que me emprenhar nas façanhas do Pedro.
 
09h00m00s
 
- Estou sim, faz favor? ( nunca sabia quem estava do outro lado)
- Meu Amorzinho, sou eu. Como estás hoje? Não estás zangada por não falar contigo ontem?
- Não. Cada um tem a sua vida. Tem que seguir em frente e fazer tudo para não darmos bandeira. Eu não gosto disto. Receio o que aí vem.
- Não receeis. Vou fazer tudo para te fazer Feliz. Escreve o que te digo.
- Sim, escrevo as nossas conversas e o que está no computador, espero guardar quando me arranjares a pen. Não é assim que se chama?
- É. E vou-te arranjar uma e depois digo-te como podes guardar.
- Eu disso não percebo nada.
- Eu ensino-te. É mais fácil que dar um ai.
- Acredito que será fácil para quem sabe.
- Meu amor estou aqui para te ajudar sempre. Te amar, dar carinhos, meiguices e compreensão.
- Eu espero que sim, porque nunca me envolvi com ninguém.
- Eu também não. ( uma mentira que descobri mais tarde que antes de mim já tinham por lá passado umas quantas e até as levou a sítios onde me levou a mim).
- Calada? que foi que eu disse que te fez ficar calada?
- Nada ou por outra, estava a pensar se fui mesmo a primeira nesta aventura.
- Não lhe chames " aventura" porque não é. Levo muito a sério.
- A ver vamos. Agora tenho uma empregada que vem aí e tenho que desligar. Beijinho e até.
- Quando a conversa está boa, temos sempre que desligar. Beijinho e até logo. >
 
17h45m00s
 
- Estou sim faz favor?
- Amor o prometido é devido. Aqui estou para falarmos mais um cadinho.
- Desculpe, mas é engano. Aqui não mora ninguém com esse nome. Com licença. ( a Glorinha ainda estava a acabar a limpeza desse dia e tive que improvisar. )
 
22h01m45s
 
< Ainda tens a tua empregada? Não vieste ao MSN e estou triste. Beijinho de boa noite. >

sábado, 9 de maio de 2015

Quarta,6 de Outubro de 2004
 
09h00m00s
 
- Estou sim, faz favor?
- Bom dia Amor mio. Estás bem?
- Bom dia, Pedro. Má hora para telefonares. A Glorinha está quase a chegar.
- Quando ela chegar, eu desligo.
- Sim, tem que ser.
- Vens sábado ter comigo?
- Sim. O meu marido está fora todo o dia.
- Pois. Eu já disse lá em casa que trabalho no sábado para não haver surpresas.
- Não gosto disto. Nunca menti ao meu marido.
- Não precisas de lhe mentir. Dizes que vens ao Centro Comercial e ele compreende.
- Vou dizer. Vem aí a Glorinha. Beijinho.
- Beijinho.>
 
17h56m00s
 
< Meu Amor hoje tenho aqui o chefe. Estava a ver se ele se ia embora, mas acho que vai ficar mais um tempo. Como trabalho de noite se houver, alguma coisa vou já para casa. Que chegue o sábado depressa. Vai ao MSN. Se eu estiver gostava, de falar contigo. Beijinhos muitos e dos nossos. Adoro-te sabias? >

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Fiz a noite

11h22m10s
Terça, 5 de Outubro de 2004
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã fiz a noite, só cheguei agora. Não te posso telefonar porque tens a tua empregada. Gostava de ouvir a tua voz, mas deitei-me eram quatro da manhã. tive um trabalho. como faço a noite não posso ficar. tenho que vir assim que me chamam. depois explico com mais pormenores. Meu Amorzinho adoro-te e sei que tu tb me adoras mas, quero ouvir isso mais uma vez. Faz-me bem ouvir, percebes? Beijinhos dos nossos e tem um bom dia. >
 
18h00m00s
 
- Estou sim, faz favor?
- Meu Amor, sou eu. Já tinha saudades de te ouvir. Trabalhar de noite não é bom, mas tenho que o fazer.
- Boa tarde, Pedro. Explica lá isso.
- Somos dois a fazer este trabalho. O meu chefe também faz. É quando avaria algum placard nós temos que o ir arranjar. De três em três semanas, calha-me a mim.
- Deve ser difícil estares a dormir bem e teres que te levantar.
- Mas depois durmo de manhã. É para compensar.
- Estou a ver.
- Quando acabas as limpezas?
- Esta sexta-feira já acabo, se tudo correr bem. Fico com tudo limpinho. Até dá gosto estar em casa.
- No sábado está combinado?
-Sim. Ainda ontem o meu marido me disse que ia a casa da minha sogra arranjar não sei o quê e almoça lá. Já chega de noite e no Domingo deve ir acabar.
- Estou desejoso que passe a semana. Já disse lá em casa que venho trabalhar. É por causa das coisas, percebes?
- Sim, percebo.
- Como está a tua mãe?
- Está a piorar de dia para dia. Esta doença é mesmo assim. Já nem conhece as filhas em certos momentos. Estou preocupada porque as minhas irmãs já disseram que eu tenho que ficar com ela uns tempos. Em Janeiro vem fazer exames médicos e fica cá um tempo.
- Não nos podemos encontrar nessa altura.
- Vamos ver como correm as coisas. Vem aí o meu marido. Beijinho doce e até amanhã.
- Até amanhã, meu Amor. Vai ao MSN um cadinho. Beijinhos molhados. >


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ciúmes

Segunda, 04 de Outubro de 2004
 
08h45m
 
- Estou sim, faz favor?
- Bom dia, meu Amor. Mais um fim de semana assim e matas-me de coração.
- Porquê?. Bom dia para ti também.
- Não suporto os fins de semana. Não posso falar contigo e isso põe-me doido.
- Não tenho culpa.
- Tenho ciúmes e não me digas que é mau. É sinal que gosto de ti muito.
- Mas quando me enviaste o beijo que eu depois respondi, disse-te logo que era casada. Tu também és casado e eu não tenho ciúmes. Eu sei que tem que ser assim. E não me digas que não fazes amor com ela porque não acredito.
- Faço mas é a pensar em ti.
- Olha engana-me que eu gosto. Com sinceridade, eu é que não faço nada com o meu marido.
- Mas nunca te procura?
- Não. Já falámos sobre isso e ele é impotente. Mas tem vergonha de ir ao médico.
- Ainda bem para mim. Não te toca.
- Não sejas possessivo. Eu não gosto e é doentio. Para isso não quero ter uma relação contigo.
- Não. Só tenho ciúmes, mais nada. Estás sempre com ele e eu estou longe. Nem te ver posso.
- Vamos arranjar um encontro logo que acabar as limpezas. No sábado que ele vai para a minha sogra.
- Que a semana passe depressa. Só penso no sábado.
- Não penses. Assim a semana custa menos a passar.
- Hoje até liguei mais cedo. Queria falar contigo. Fico triste quando não falo.
- Pensa que eu não posso. Nunca que esqueças que sou casada e tenho as minhas obrigações. Tu também és casado, eu amo-te e não estou assim.
- Vou-me controlar. Desculpa, mas eu não quero perder-te.
- E não vais perder. Agora tenho que ir. Controla-te. Beijinho, Amor
- Beijinho dos nossos e até logo.
 
17h56m10s
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã. Não posso falar contigo. tenho aqui o chefe. Esta semana faço a noite e estamos aqui a falar umas coisas. Tenho muitos ciúmes e não me deixes pq eu te AMO muito.
Por favor pensa em mim que, eu não me esqueço un só segundo de ti. Amor se eu poder escrevo de noite se vier trabalhar. Depois fico a dormir mais um cadinho de manhã. Beijinhos molhados e dos nossos. Adoro-te sabias? >