sábado, 30 de abril de 2016

Envio do NIB!

Segunda, 9 de Maio de 2005


A escada estava lançada. O Pedro tinha o dinheiro garantido. Faltava enviar o NIB da sua conta bancária da CGD. Neste dia fui à Clínica de Santo António fazer exames para sabermos o que tinha o meu marido. Estava a caminho para a Clínica quando recebi a seguinte mensagem.

08h25m21s

< Bom dia MEU AMOR. Ta td bem? Como tá o teu m? Ainda está em casa? Ñ posso telef fixo? Beijoca GRANDE para alegrar o teu dia. >

Quando o meu marido foi chamado para fazer o primeiro exame, eu fiquei cá fora do gabinete. Então enviei uma mensagem a dizer  onde estava.
Levei o dia na Clínica. Regressei a casa já passava das 16h. Com uma mensagem, via telemóvel, avisei o Pedro.
Recebi, de volta, a seguinte mensagem:

17h22m10s

<00350786000636277307* C.G.D. Amor a condição é devolver logo q possa. Fico muito agradecido do fundo do coração. Beij GRANDE meu AMOR. >

Era evidente que eu jamais veria o meu dinheiro. Porém, tive a ilusão que ele falava verdade. Acreditei nas palavras dele. Parecia sentido e emocionado. O tempo tem coisas que o tempo não pode realizar porque o tempo é ilimitado. Mas como tinha jeito para ator!?
Enviei uma mensagem a dizer que no dia seguinte, iria, logo de manhã, fazer a dita transferência. Enviei os parabéns para ele por ir levantar o seu Mimo. Ele retorquiu. Não sei para que escrevia com letras maiúsculas. Seria para dar ênfase a coisas que eu consideraria que o amor andava no ar?

23h31m26s

< Obrigado. Parabéns para TI tb. Até amanhã. Dorme bem. Beijoca GRANDE. >

Ainda não estava concluída a transferência, mas ele já sabia que seria feita no dia seguinte de manhã.
Escusado será dizer que não dormi nada. Estava preocupada. Como tinha que ir buscar a enfermeira para vir dar a injeção ao meu marido, aproveitava o ensejo para fazer a transferência.


sexta-feira, 29 de abril de 2016

Pediu Tranferência de mil €!

 
Domingo, 8 de Abril de 2005


Sempre na dúvida. Não sabia o que vinha aí. Programei a minha vida. Com o meu marido doente, não tinha uma vida fácil. Era Domingo. Um Domingo que poderia ser igual a tantos outros não fossem as adversidades. Todavia, estava consciente que, mais tarde ou mais cedo, as coisas mudariam. O Pedro estava condicionado e eu também. Mas ele estava a ver fugir a oportunidade de levar o meu dinheiro. Andava preocupado. Queria que as coisas fossem mais fiáveis e que eu atenderia o seu pedido.
Pela manhã recebi uma mensagem dele:

10h45m13s

< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã como tá o teu m? Podemos falar hoje? Preciso de ti. Bom dia. Bjs doces molhados quentes. ADORO-TE. >

Evidentemente que eu sabia o que ele queria. Só não sabia que estava desesperado e que antes que eu desse o dito por não dito, andava-me a apressar. Nem lhe respondi. Tinha mais em que pensar.

14h05m21s

< AMOR já sei como aconteceu elas saberem o número do teu tlmvl. Bom dia boa tarde bom tudo para TI meu AMOR. Bj grande doce molhado longo. ADORO-TE. >

14h32m19s

< Quando poderes liga-me. >

Liguei e falámos. Contou-me como elas souberam o meu número. Foi como a mulher dele, a Zé, me tinha dito. Depois fiz-lhe umas críticas. Claro que ele tinha sido o culpado. Assumiu e disse que as desculpas não se pedem, mas evitam-se e ele não tinha evitado. Ia arranjar uma maneira para se libertar do conceito que a mulher fazia dele e para eu ficar ilibada. Que não me preocupasse por que tudo ia ficar esclarecido. Disse-me que precisava de 1000€ e se ainda lhos emprestava. Eu disse que sim. Não queria cheque. Seria uma transferência. Pensava ele que eu não ficaria com registo por ser "uma Transferência". Depois na Segunda, dava-me o NIB da conta dele. Desejou-me boa noite e que não pensasse mais no assunto. Como se mil € fossem um cêntimo.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Compras!

Sábado, 7 de Maio de 2005


Era Sábado. O Fernando Pedro andava às compras no Feira Nova com a sua mulher. Eu estava ansiosa por saber o que se passava. Mas não havia nem uma mensagem para me tranquilizar. O tempo passava e eu estava uma pilha de nervos. No quarto estava o meu marido com a sua crise de vertigens. Não se podia mexer e dizia constantemente que o quarto estava a andar. Eu amenizava-o e falava com ele. De quando em vez, olhava o meu telemóvel que estava no silêncio. Até que apareceu a notificação de uma mensagem a entrar.

10h33m27s

< Andamos às compras no feira nova. Ela não disse nada de nada. Qd estiveres só, telefona-me. Bom dia MEU AMOR. Bjs doces. >

Porém, eu não podia dizer nada. Não sabia quando o Pedro estava sozinho. Enviei uma mensagem de agradecimento e pedi que me avisasse quando estivesse só.

12h43m47s

< Estou só. Ela foi trabalhar. >

Mas eu não estava só. A minha sogra tinha vindo ver o seu menino. Estaria aqui toda a tarde. Estava ocupada com o lanche e o jantar.

18h49m26s

< Senti o desejo de te dar um beijinho. Como estamos longe, só posso enviar um GRANDE beijinho quente, longo, molhado como nós gostamos. Até amanhã. ADORO-TE, sabia? >

Não podíamos falar muito. Ele não podia demonstrar que se estava a comunicar com alguém. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

A filha dele telefonou!

Sexta, 6 de Maio de 2005


Sempre me preocupei por deixar passar uma boa imagem de uma esposa competente e dedicada. Contudo, o Fernando Pedro deu-me a volta à cabeça. Seria por ser meigo, carinhos, afável, prestável, adivinhar os meus pensamentos e mais um sem número de coisas, que me fez quebrar e "Pular a cerca" como ele costumava dizer? O certo é que descarrilei e vivi uma vida que não era a minha. Uma vida dupla, com perigos constantes, com receios, com calúnias... Uma vida que só me trouxe amargos, luxúria, dispêndio, remorsos e nem sei que mais... Isto não é ficção. É a pura realidade. Quantas mulheres terão histórias verídicas para contar como a minha? Muitas, eu sei...
O meu marido piorou. Neste dia fui com ele ao médico, logo pela manhã. Enviou-o para especialistas na matéria e receitou-lhe medicação até novo parecer.
Tinha desligado o telemóvel. Voltei a liga-lo e recebi um telefonema de um número desconhecido. Não atendi. Já não era a Zé Aguia**. Era outra pessoa. Tinha receio de quem poderia ser. Telefonei para o Pedro e disse o número. Era da Filha mais velha. Daquela que não era filha dele. Fiquei em pânico e disse que não sabia o que deveria fazer. Enquanto falava com ele, uma mensagem de voz ficou gravada no meu telemóvel. Dizia o seguinte: Olá Cetin***. Tudo bem? Fica bem. Eu voltei a falar com ele e transmiti-lha. Então ele alvitrou que eu mudasse de número. Mas como poderia fazê-lo se tinha o meu marido na cama e dependia de mim para tudo? Não podia ir à Vodafone e comprar um novo cartão. Não podia sem um motivo para dar a meu marido.
O meu marido adormeceu e eu desloquei-me a Vi***** Fra***** e comprei um novo cartão.
Enviei o novo número ao Pedro. Estava metida num imbróglio que ele me tinha arranjado. Assim que soube que eu lhe dava o dinheiro, a prioridade mais premente foi comprar um telemóvel e não teve as precauções necessárias. Quantas vezes o avisei para ter cuidado!
Fui arrastada para uma situação que poderia ter sido evitada.
Enviei uma mensagem para lhe dar a conhecer o novo número e perguntei se ela, a mulher dele, já lhe tinha dito alguma coisa. Enviou a seguinte mensagem:

17h23m02s

< Não sei e não me disse nada. Qd chegar a casa é q vejo como estão as coisas. Tem calma e deixa correr, dp eu digo como foi. Bj doce como os q gostamos.>

Não recebi nada de nada até à meia noite. Eu estava um farrapo. Tremia a dar a comida ao meu marido. Ele só me dizia para não me preocupar com a doença dele. Mas não era isso que me atormentava. Hoje digo isto com lágrimas no olhar, na alma e no coração. 
Pelas 00h09m15s recebi a seguinte mensagem:

< Esta tudo como se nada acontecesse. Ela não falou nada. Dorme bem. ADORO-TE. Bjs doces. >

domingo, 24 de abril de 2016

A mulher dele descobriu!

                    Quinta, 5 de Maio de 2005

Era  Quinta Feira de Ascensão. Feriado em muitos concelhos. No meu e no do trabalho do meu marido também era. Meu marido tinha ficado em casa. Porém não se sentiu bem. Tinha desequilíbrio e ficou na cama. Levantei-me para lhe dar o pequeno almoço. Enviei uma mensagem ao Fernando Pedro a dizer o que se estava a passar. Também disse, que se o meu marido não melhorasse que ia com ele ao médico na empresa onde trabalhava. Respondeu-me:

10h23m18s

< Mas afinal que tem ele? Vai-nos estragar os nossos planos. (Referia-se ao dinheiro). Bjs de quem te ama muito. >

Por volta do meio dia, recebi um telefonema dum número que não conhecia. Disse-me a voz de uma mulher:
< Sabe, o meu marido deu-me este telemóvel e tem aqui uma mensagem arrojada e vem desse úmero. É uma mulher. Que tem a dizer? >
Muito nervosa, respondi:
< Minha senhora este número é do telemóvel do meu marido. Ele está doente e eu fiquei de tomar conta dos recados. Entenda-se com o seu marido, que eu vou entender-me com o meu. >
A mulher do Pedro continuou:
< Sabe como é. Temos que ter muito cuidado e não precisa de estar nervosa. Agora já fico mais descansada. Mas vou esclarecer isto. Com licença. >
Desligou sem mais demoras. Eu fiquei em pânico. A mulher dele, a Zé, tinha descoberto. Mas por que raio já tinha comprado um telemóvel e não me disse nada? Tinha-o deixado, na véspera, no Parque das Nações. Já com a certeza que eu lhe daria o dinheiro, foi logo comprar um brinquedo novo. Telefonei para ele e disse o número que me tinha ligado. O Pedro confirmou que era da sua mulher e pediu para eu  desligar o meu até às duas da tarde. Assim fiz. Mas esqueci-me que tinha o voice mail ativo. A dita senhora deixou de me atormentar.
À tarde telefonou a perguntar se me tinham telefonado. Eu disse que não. Ele disse-me que ia ver como estavam as coisas em casa, mas que nesse dia já não me dizia nada e não íamos ao MSN. Assim foi. Ficámos em silêncio. O meu marido piorou.
Aqui começava um novo capítulo da minha vida. Aconteceu o que eu mais temia.


sábado, 23 de abril de 2016

Finalmente pediu-me dinheiro!

                  Quarta, 4 de Maio de 2005


No dia 4 de Maio era a nossa saída do hotel Al Tarik. Levantámo-nos cedo. O Fernando Pedro disse  que não tinha vontade de sair dali, mas  que não havia outra saída. Ia começar um capítulo novo
 na minha vida. Tomámos banho, arrumámos as nossas roupas e comemos um  pequeno almoço com alguma animação. Saímos e fiz o checkout. Enquanto ele arrumou as malas no carro, eu paguei a nossa conta. Reparei que tinha reservado no nome dele. Mas quem pagou, fui eu. Saímos dali e fomos ver esta capelinha cuja foto está nesta postagem.  Eu não estava preparada e fiquei muito triste com o sucedido. À porta desta Igreja, o Fernando Pedro, perguntou-me se ele estivesse com dificuldades de dinheiro, se eu o ajudava. Fiquei perplexa e não respondi de imediato. Olhei para ele muito séria e quis saber que género de ajuda. Foi quando falou pela primeira vez no empréstimo. Disse que me pagava até ao último cêntimo. Mas que precisava dele para levantar o mercedes. Ainda não o tinha feito porque não tinha o dinheiro. Estava com ele no meio do nada. Tinha apenas uma igreja que não me podia proteger. Respondi que, se não fosse muito dinheiro, podia contar comigo. Disse que não queria cheques. Queria uma transferência. Depois enviar-me-ia o número da conta. A quantia eram 1000 €. Estava feito. Já não podia voltar com a minha palavra atrás.
Daqui rumámos até Alcácer do Sal onde almoçámos. Tenho uma pen, que ele me deu, com fotos tiradas aqui e no regresso a Lisboa. Só não sei como passa-las para aqui.
Fui levá-lo ao Parque das Nações para ele apanhar o comboio no Oriente para casa. Chorei, de facto, mas porque não sabia como sair daquela embrulhada. Ele só dizia para eu ter calma por que logo, logo estaríamos juntos.
Cheguei a casa ainda antes do meu marido. Mas estava destroçada. Meu marido não compreendia o meu nervosismo se ainda há pouco tinha regressado de umas mini férias.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Nunca teve coração!

                           Terça, 3 de Maio de 2005


Um aspeto da praia da Lagoa de Santo André. 
Neste segundo dia, levantámo-nos cedo. O Pedro acordou primeiro que eu. Diz que ficou a olhar para mim, extasiado, a ver-me dormir com tanta serenidade. Não tinha e nunca mais teria. Ele roubou-me toda a dignidade que me restava. Receava ir ver à minha carteira os vinte€ que me faltavam. Estava implícito, de vezes anteriores, que ele me tirava o dinheiro para pagar o almoço. Tomámos banho e o pequeno almoço. Depois sentei-me na cama e quis falar com ele. Eu estava, indubitavelmente, certa que ele não acreditaria em mim. Porém comecei a narrativa da tentativa do suicídio em Abril. Ele escutava atentamente e bebia cada palavra que saia da minha boca. Vi que tinha sido um balde de água fria que lhe tinha caído em cima, mas não abrandei. Continuei até ao fim cada pormenor e detalhe sem vacilar. Quando eu acabei, ele falou, muito consternado: Já viste como eu ficava?
Respondi que nunca chegaria a saber. O telefone tocava e como ninguém respondia, ele desistiria.
- Engano teu. Tua filha teria que me explicar e eu iria a tua casa para saber o que se tinha passado.
Abraçou-me e beijou os meus olhos com sentimento. Pensei que estava a ser sincero. Todavia, hoje reparo o quanto me enganei a seu respeito. Ele nunca teve nem tem coração. Apenas ganância por dinheiro e viver acima das suas possibilidades.
Fomos almoçar ao Chez Daniel. Um almoço de peixe. Foi arroz de marisco. Não comi muito. Estava perturbada com o assunto do suicídio. Paguei eu, o que já se tornara um hábito.
Andámos a visitar os arredores. Tudo era bonito e eu comecei a ficar encantada e soltei-me. No regresso, deixámos o carro à beira da praia e caminhámos, descalços,  até bem perto da água. Havia muitas dunas. Numa delas, o Pedro, embrulhou-se comigo e ambos caímos. Beijámo-nos com sofreguidão. Era como se não nos beijássemos há décadas. Ele acariciou-me e disse que seria bom fazer amor ali mesmo. Eu nunca me dei bem com a areia. Portanto, não quis. Ficámos ali a ver o pôr do sol. Sempre adorei e ele mimava-me com isso.
Os meus pés vinham cheios de areia e eu sentia-me incomodada. Sentei-me para tirá-las, mas ele, com paciência, apanhou nos pés com carinho e  removeu as areias todas calçando-me em seguida. Fiquei sensibilizada e agradeci quanta gentileza. Mal sabia eu que ele estava a preparar o caminho para me pedir dinheiro. Mas não falou nisso. Por vária vezes tentei saber o porquê de não levantar o seu "Mimo" da oficina, mas ele desviava a conversa para coisas mais agradáveis.
Quando chegámos a casa fizemos amor e tomámos o nosso banho em conjunto. Ele acariciava o meu corpo ao passar por ele a minha luva de banho cheia de espuma. A banheira era um cume de espuma e nós enterrávamos o nosso corpo nela e  sentíamo-nos possuídos de uma melancolia que nos elevava ao êxtase.
À noite jantámos o que restava. No dia seguinte já era hora da partida.
Vimos televisão no canal Odisseia. Ele adorava ver um programa sobre inspetores que desvendavam crimes. Comentava comigo e ia seguindo o raciocínio da lógica. Contudo nunca era o desfecho da série.
Mais tarde telefonámos para os nossos apêndices. Ele falava sempre com as filhas.
Lavámos os dentes e fomos para a cama dormir. Era assim que terminava mais um dia.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Primeira noite em Al Tarik!

                 Segunda, 2 de Maio de 2005


Será uma vergonha expor a minha vida com o Fernando Pedro. Porém, um alívio. Talvez esteja a ajudar outras mulheres a não caírem na rede dúbia do Pedro. Para si, menina Florbela, deixo aqui o meu pesar por ter sofrido nas mãos deste crápula. Assim como para as mulheres cujas fotos me enviou. Tenho pena de não ter o nome de algumas, mas tenho as fotos. Um dia envio tudo para a judiciária. Não é só ele e a Dulcinei*** Marta que têm lá amigos. Desde  que não tenhamos receio, qualquer uma tem amigos. Não pensem que isto é uma obra de ficção. É a veracidade do que passei.

Hoje vou escrever sobre o meu primeiro dia em Vila Nova de Santo André com o biltre do Fernando Pedro Cachaç* Marques. Quantas mulheres passaram pela mesma situação? Receio que ele consiga fazer mais vítimas. Acreditem, que se eu soubesse o mail da mulher dele, enviava-lhe tudo e aí ela saberia de onde surgia o dinheiro e as roupas caras que ele usa. Era um começo, mas não sei, infelizmente...
Levantei-me cedo. Já tinha dito ao meu marido que ia sair até Quarta. Não sabia o meu destino, mas telefonar-lhe-ia a dizer.
Saí de casa perto das oito horas. Fui pela autoestrada até Setúbal onde tínhamos combinado. Quando lá cheguei, segui a orientação para o ferry. Ele encontrava-se já na estrada com o seu trólei. Parei e desci do carro. Beijámo-nos com uma certa ansiedade. Era como se estivéssemos longe um do outro há uma eternidade. Pedi que fosse ele a conduzir. Eu sentia-me reduzida a nada. Ele conseguia brilhar mais que eu que era ofuscada pelo seu charme.
Seguimos para o ferry. Paguei antes de entrarmos. Atravessámos o rio Sado aos beijinhos.
Já fora do ferry, seguimos em direção à Comporta. Neste trajeto, encontrámos um carro da polícia. O Pedro falou que ia devagar para o meu marido não pagar multa.  Almoçámos em Sines no Chez Daniel. Dali partimos para o hotel Al Tarik, cuja foto está encimada no início desta postagem. Fizemos o chekin. Era um quarto com duas camas. O Pedro organizou as camas e fez uma só. Começámos a organizar a nossa roupa.
Depois, depois fizemos amor. Quando acabámos ele falou que o seu Mimo estava muito bonito, mas ainda não o tinha levantado. Perguntei porquê e ele respondeu que não queria falar nisso. Não queria estragar as mini férias. Tomámos banho e fomos ao supermercado comprar o jantar.  Lá fiquei na caixa a pagar enquanto ele metia as coisas em sacos. Era muito bom a fazer isso. A pagar nem tanto. Fomos para casa. Jantámos e vimos televisão, Canal Odisseia. E deitámo-nos. Mas primeiramente, telefonámos aos nossos apêndices, como ele dizia. Ele também falou com as filhas

quarta-feira, 20 de abril de 2016

O mote para a estadia em Santo André!

          Domingo, 1 de Maio de 2005


Uma foto que o Fernando Pedro tirou quando foi estar com a sua Nia.
Era a véspera de irmos para Vila Nova de Santo André. Todo o cuidado era pouco. Não queria que o meu marido sonhasse, sequer. Mas o Pedro estava eufórico. Logo pelas 09h45m26s recebi a seguinte mensagem:

< Mil beijos para a mulher mais FELIZ que eu conheço e ADORO. >

14h51m16s

<Amor não vamos dar Bjs pq hoje estamos longe. mas vamos dar muito durante a nossa vida pq eu adoro-te. Beijoca grande. >

16h34m12s

< Amor vai ao MSN. Temos que falar. >

Enviei a dizer que não podia porque o meu marido não podia desconfiar. Ele enviou a seguinte mensagem:

16h56m15s

< Amanhã está às 9h em Setúbal junto à estação dos comboios. É na estrada q vai p´ró ferri. Beijoca com saudade. >

E estava dado o mote para uma estadia de duas noites e três dias em Santo André. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Estive em Aveiro!


Sábado, 30 de Abril de 2005

Acabei de chegar de Aveiro. Fui passar o Domingo e Segunda num ambiente muito acolhedor. Visitei várias coisas e uma delas foi o Museu do vinho Aliança, em Sangalhos. Vi coisas muito lindas do colecionador Berardo. Tem quadro lindíssimos, coisas  em terracota, imagens de tribos muito antigas, azulejaria  de Robalo Pinheiro e muitas outras coisas de interesse milenar. Em Aveiro visitei o Museu do bacalhau, a fábrica dos ovos moles, ílhavo e andei de moliceiro na ria, além de outros pontos turísticos.
Porém , a realidade volta e o sonho acaba. E cá estou eu, novamente, a escrever no meu blog.

A minha situação estava muito complicada e mais complicada se tornou quando fui para Santo André.
Neste dia falei com o Fernando Pedro. falámos no MSN. Tinha que manter uma calma que não possuía. Tinha que arranjar coragem para me despedir do meu marido. Telefonara à minha filha para a manter ao corrente e ouvira-a dizer que "Não confio no Pedro. Tem cuidado mamã".
Pelas 11h45m00s recebi uma mensagem do Pedro:

< Um beijo muito grande para ajudar a passar o teu dia. TE ADORO. >

Passados alguns minutos enviei uma mensagem a dizer que estava sozinha. Meu marido tinha ido almoçar com os meus sogros e, em seguida, ia ver o Benfica. Logo recebi outra dele.


12h03m12s


< Meu Amor vai ao MSN pelas 14h para falarmos. Beijoca saudosa. >


Na hora marcada eu estava no MSN. Falámos na ida para Vila Nova de Santo André. Marcámos o nosso encontro em Setúbal. Ele estaria na estação de comboios à minha espera. Disse-me como eu chegaria até lá e combinámos a hora. Falámos muito. Recordo, e escrevi no meu diário, que falámos na minha cunhada. Ele perguntou-me se eu tinha gravado algo que comprometesse o meu marido. Também me referenciou que o amigo da judiciaria não tinha encontrado, nada ilegal, em Al*******.
Portanto, não se podia acusar o meu marido do jogo do poker. (Jogo que ele alvitrara. Eu nem sabia o que era e nem tinha ouvido falar.)
Também me disse que a filha mais velha andava a namorar um mecânico que trabalhava na oficina que lhe tinha arranjado o carro. Seria verdade? Nem sei. Ele só me disse mentiras...
Depois à noite, enviou-me uma mensagem, a desejar uma noite feliz:


21h34m54s


< Meu Amor dorme bem. Sonha comigo e com o nosso encontro. Eu mal vejo a hora. Bjs de quem TE ADORA. > 

sábado, 16 de abril de 2016

Vou trabalhar!

                  Sexta, 29 de Abril de 2005


Hoje coloquei uma foto diferente. O Fernando Pedro deve saber de onde a tirei. Enfim, quem não quiser ser "lobo" não lhe veste a pele. É Mafra. Trabalhei aqui no ano de 74/75. Conheci muitas pessoas e a um casal meu amigo, agradeço ter casado com o meu marido. Foram eles que nos apresentaram. E a vida dá muita volta. Ou somos nós que a damos à vida? Uma coisa é certa, por muito que esmiuce, vou dar sempre ao mesmo sítio.
Mais uma conversa ao telefone.

08h54m18s

- Estou sim, faz favor? ( Era e continua a ser a  marca que eu passo às pessoas. )
- Já estás acordada?
- Se não estivesse, como te atendia? Até já tomei banho.
- E não te lembrastes de mim?
- Como? Não entendi...
- Pois, se te lembrastes como gosto de tomar banho contigo!?
- Não, não recordei. Deveria?
- Bem, eu lembro sempre. Lavar-te e sentir a espuma a escorrer pelo teu corpo. Hum! Que bom...
-Não sabia que era tão bom.
- Dava tudo para estar aí contigo. Mas na Segunda já estamos juntinhos. Já avisei lá em casa que vou trabalhar.
- Como é o apartamento?
- Não sei. Hoje telefono a confirmar e pergunto. Vais ao MSN?
- Não sei, Pedro. Não quero que o meu marido pense seja o que for. Tu devias fazer o mesmo. Um dia somos apanhados. (Parece que estava a adivinhar.)
- Ninguém vai descobrir. Acredita em mim.
- Eu queria, mas tenho receio.
- Não tenhas medo. Se isso acontecer, eu ensino uma maneira.
- Pois! É que eu não o sei fazer. Fico atrapalhada. Meto os pés pelas mãos.
- Hoje posso telefonar?
- Quando?
- Logo quando sair!!!
- Está cá a Glorinha e ele foi trabalhar para Mon*********. Vem mais cedo.
- Ok! Vou trabalhar. Por via das dúvidas, vou ao MSN.
- Então beijinhos e até logo, se eu puder.
- Beijocas doces e quentinhas. Inté...

17h33m21s

< Meu Amor vou pa casa. Faltam só 2 dias. Bjs molhados e saudosos. Adoro-te, sabia? >

22h01m56s

< Amor vou dormir. Sonha comigo e descansa. Bjs só nossos. >

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Só posso ser eu!

               Quinta, 28 de Abril de 2005


A vida nem sempre é fácil. Umas vezes porque lhe trocamos as voltas e outras por que  é ela que nos troca as voltas. Enfim, reveses da vida que a vida nos proporciona. Se bem que sejamos nós a fazer o nosso caminho sinuoso ou, simplesmente, cheio de flores que nos enchem de perfume. Não sei se fui eu que tracei o meu ou se já vinha traçado e eu tive que percorrê-lo tal qual como ele se apresentava. Apenas sei que o percorri e não foi agradável. Os dados estavam lançados. Ou os sabia jogar ou eles me toldavam a mente e eu agia inconscientemente.
Tudo tem um princípio e um fim. O princípio é maravilhoso, mas o fim torna-se muito desagradável e  insípido.
Mais um dia que me separou de Fernando Pedro. Um dia que me trouxe liberdade e espírito aberto e solto como a brisa da beira do mar. Só não cheirava a maresia.
Eram 09h10m10s quando o telefone começou a tocar, estridentemente, na sua lamúria de chorar e  de olvidar o quanto era bom permanecer em silêncio.

- Estou sim, por favor?
- A esta hora só posso ser eu, meu amor. Dormistes bem? Estás pronta para irmos para Vila Nova de Santo André?
- Bom dia. Ainda estou ensonada. Mas já disse ao meu marido que vou sair na Segunda e só volto na Quarta.
- Eu também avisei lá em casa. Vou trabalhar para fora.
- As nossas mentiras, um dia, vão ser descobertas!
- Não, se fizermos tudo direitinho. Faz  a tua parte que eu faço a minha.
- Só isso não chega. Na minha terra costuma-se dizer " que atrás de uma moita, está outra". Supõe que vamos encontrar pessoas conhecidas? É no Alentejo.
- Nesta época do ano, não.
- Tens muita confiança!?
- Eu não tenho medo de nada e dou sempre a volta por cima.
- Mas eu tenho e não sei como arranjar forma de me proteger.
- Eu protejo-te. Amo-te muito e não quero que nada te aconteça de mal.
- Eu confio.
- Posso telefonar logo?
- Sabes que está cá a Glorinha. Não posso arriscar.
- Vais ao MSN?
- Não sei. Ontem não apareceste porquê?
- Estava muito cansado e fui logo para a cama mal jantei.
- Pois, eu hoje não sei.
- Logo envio mensagem. Beijocas saudosas. Fica bem.
- Beijinhos e tem um bom dia.

12h01m29s

< Amor vou almoçar. Sozinho. Tenho saudades tuas. Beijocas muitas. >

17h23m16s

< Amor vou sair. Ve se podes ir ao MSN. Amo-te mais que tudo. Bjs grandes. >

21h43m25s

< Estive à tua espera. Dorme bem. Sonha comigo. Bjs molhados. Até amanhã. >

quinta-feira, 14 de abril de 2016

És muito importante!

Quarta, 27 de Abril de 2005


Esta rua é linda!
Ao fundo vê-se o castelo. É onde fica a pousada de Alvito.
É a terra do biltre Fernando Pedro Cachaç*** Marques.
Neste dia pouco tenho a acrescentar. Ele manteve o silêncio. Não me telefonou. Enviou a seguinte mensagem pelo mail:

09h20m19s

< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã. Não posso telefonar tenho uma reunião em Santa Apolónia. Amo-te muito e tenho que te fazer ver que és muito importante na minha vida. Não sei a que hrs acaba a reunião. Se poder ainda, telefono hoje. AMO-TE MUITO e és a pessoa mais importante na minha vida. NUNCA te vou deixar mete isto no teu coração.
Como disse não posso entregar o telemóvel. A feira é só de 8 em 8 dias. Mas já funciona. Fiz como dissestes. Bjs de quem TE AMA MUITO. >

18h21m34s

< Meu Amor agora acabou a reunião. falamos amanhã. Estou cansado. Beijocas doces. >

Neste dia nem foi ao MSN. Agora acredito que não tenha tido reunião nenhuma. Algo estava a acontecer.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Telemóvel bloqueado!

Terça, 26 de Abril de 2005


Levantei-me cedo. Tinha tudo por arrumar e a Glorinha vinha à tarde. Sentia-me com medo do que a aí vinha. Eu tremia e esperava que as horas não passassem. Era  mais um dia. Mais uma prova a ferro e fogo.
De repente ouvi o telefone fixo a chamar-me à realidade. Corri para atender e mal eu sabia que ele tinha já perpetrado mais uma saída. Desta vez para Santo André.


08h45m17s

- Estou sim, faz favor?
- Quanta saudade já tinha de ouvir a tua voz! Está tudo bem? O fim de  semana foi bom?
- Bom dia para ti também. O fim de semana foi muito bom. Gosto, particularmente, da Figueira. E o teu?
- Nada de especial. Tive muitas saudades tuas. Senti-me fora da carroça. E estava?
- Não. Quando saio com ele tenho que ter muito cuidado. E tu também devias ter. Um dia ainda vais ser apanhado e eu vou ser descoberta pela tua mulher.
- Isso não vai acontecer. Eu apago as tuas mensagens. Eh!Eh!Eh! E tenho o teu nome como "José António".
- Um dia ainda nos lixamos. Escreve o que estou dizendo. (E fomos apanhados ao fim de uns dias). Que ideia essa do telemóvel? Não entendi.
- No Sábado comprei um telemóvel na Feira da Ladra e não funciona.
- Vai lá e troca.
- A Feira é só de oito em oito dias. E eles não trocam. São telemóveis que eles robam.
- Ah! E tu andas com um telemóvel roubado? Não tens medo?
- Não. Já fiz coisas piores e não tenho medo. Ninguém me apanha. Sou muito esperto para isso.
- Eu sei. E tenho medo de ti...
- Medo? (gargalhadas) Eu não faço mal a ninguém. Sou boa pessoa. Não te dei razão p´ra isso?
- Sei lá...
- Olha sabes? Até tenho uma surpresa p´ra ti. Vamos passar três dias a Santo André.
- Vamos? Primeiro pergunta se eu posso.
- Tu podes sempre, denos que queiras.
- É quando?
- No princípio de Maio. Vai preparando o terreno.
- Vou ver como posso fazer.
- Agora vou trabalhar. Logo posso ligar?
- Não. A Glorinha está cá.
- Beijocas que tenho saudades de dar.
- Beijinhos...


Fiquei preocupada. Tinha saído com o meu marido no fim de semana e já tinha que arranjar outra saída.
Pelas 16h38m19s enviei uma mensagem com multimédia. Ele não recebeu. Mas hoje pergunto como não recebeu e sabia que eu tinha enviado? Só agora percebo as sus mentiras tão flagrantes.

17h06m41s

< O tlmv bloqueou. Não recebi nada. Beijoca grande.>

Enviei uma mensagem a dizer para ele ligar para o 16912 a pedir para desbloquearem o telemóvel. Respondeu:

17h49m251s

< Amor o tlmv está mesmo bloqueado. Nem chamadas faz à rede. Beij doces e obrigado. >

21h38m34s

< Dorme bem e sonha comigo. Bjs de quem TE ADORA MUITO. >




terça-feira, 12 de abril de 2016

Comprei um telemóvel!

                Segunda, 25 de Abril de 2005


Eu estava na Figueira. Era o dia da partida. Meu marido iria trabalhar no dia seguinte. Eu, eu voltaria a ter que enfrentar, novamente, as lamechices do Pedro. Mal sabia eu que estava a chegar o dia D. Neste dia houve poucas mensagens. Mas as suficientes para eu ficar de orelha espetada.

09h20m15s

< Amor mio comprei um telemóvel na feira da ladra e não dá nada. Beijocas de saudade. Adoro-te. >

Fiquei abismada e sem folego. Não sabia que estava a preparar o golpe de misericórdia.
Não ripostei, mas fiquei sem saber o que se estava a passar.

118h35m57s

< Já chegastes? Estou ansioso que chegue o dia de amanhã para falarmos. Beijocas saudosas. Vai ao MSN. >

Não fui. Tinha acabado de chegar e não queria que o meu marido me perguntasse nada. Depois recebi outra com uma  lamúria que me deixou admirada.

21h12m11s

< Estou com medo que me tenhas esquecido. Será? Diz alg coisa para dormir descansado. Bjs doces de mel. >

Respondi que não o tinha esquecido, mas que estava cautelosa. Tinha que compreender.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Saudades de ti!

             Domingo, 24 de Abril de 2005
Esta  paisagem é da Pousada de Alvito. É muito bonita e servem muito bem. Eu sei porque já lá  estive. A Luana também lá esteve. Escreveu, um dia, no mural do Pedro. São amigos inseparáveis, segundo disse o Manuel Lisboa ( nome fictício) mas o Pedro sabe quem é. E a menina Florbela sabe quem é este Manuel Lisboa? Pergunte-me e eu digo-lhe. Apareça. Tenho saudades suas




Fui passar o Domingo e o feriado de 25 de Abril à Figueira. Não queria estar a enviar mensagens porque o meu marido estava constantemente comigo. Mas recebi umas dele.

10h28m52s

< Bom dia Amor. Beijocas doces  para adoçar o teu dia. >

12h33m21s

< Amor mio como está a correr o teu dia? Tenho saudades de te ouvir. Beijocas saudosas. >

18h26m04s

< AMOR não penso no carro. O pior é não poder falar contigo. Tenho saudades tuas. Bjs doces. TE AMO. >

Eu só respondi a esta última para lhe pedir que não enviasse mais mensagens. O meu marido tinha-me dito que nem em férias me deixavam em paz. Um dia ia destruir o telemóvel.

sábado, 9 de abril de 2016

O seu Mimo tinha defeitos!

               Sábado, 23 de Abril de 2005


Este grupo de cantares populares é de Alvito.  Fernando Pedro adora este grupo. Andava sempre a cantar " Ó Laurindinha". Eu tenho um CD deste grupo que ele me deu. Com o dinheiro que me sacou, dava para comprar muitos CDs.

Era Sábado e só podíamos comunicar através de mensagens, via telemóvel. A primeira mensagem do dia rezava assim:

10h29m49s

< Bom dia Amor. Embora já tenha o carro, estou como o dia: triste e cinzento. O carro não ficou bem a meu gosto. Bjs doces com muita saudade de ti. ADORO-TE muito. >

Eu enviei outra a perguntar o que tinha o seu Mimo. Ele respondeu

11h47m55s

< AMOR o carro ficou com defeito. Agora tenho que o levar a um bate chapa para afinar as peças q levou novas pq está feio assim. De resto estou contente. Bjs doces. >

Aqui deixou cair a farsa. O bate chapa não afina peças. E foi isso que eu lhe disse em resposta. Ele, porém, ripostou:

11h58m02s

< As peças novas estão com muita folga. Bate chapa tb afina isso. É tudo ext sim por isso é que fica feio ao olhar, mas de resto está bem. Beijoca grande. >

Eu não estava conformada. Ele estava a mentir. Perguntei ao meu marido e também me respondeu que o bate chapa não afina peças. Depois perguntei ao Sr. Manuel, que nos arranjava os carros, se era verdade. Ele respondeu que o bate chapa só bate chapa. Aí fiquei mais segura. Ele mentia.  Mas enviei uma mensagem a dizer que eles tinham que arranjar o que não tinha ficado bem. Respondeu o seguinte:

12h24m23s

< Qd puderes telefona para eu explicar pq assim é difícil. Beijocas meu Amor. Não te preocupes mais. >

Eu estava de partida para a Figueira da Foz. Ia lá passar o fim de semana prolongado, mas o meu marido recebeu uma mensagem do primo a relembrar que tinha a festa dos seus 50 anos nessa noite. Era como um irmão para o meu marido. Morreu há dois anos. Foi uma perda muito grande. Estávamos  a seu lado, no hospital, quando ele morreu. Enviei uma mensagem ao Pedro a dizer que íamos para a festa dos anos do Mário. Ele respondeu:

15h43m36s

< AMOR estou mais conformado. Ñ estejas preocupada. Posso telefonar agora? Bjs muitos. >

Claro que não podia telefonar. Eu estava com o meu marido. Pelas 22h12m00s enviou-me o seguinte:

< Também TE AMO MUITO. Dorme bem e sonha comigo. Até amanhã. Bjoca grande.


sexta-feira, 8 de abril de 2016

Já tenho o carro!

                  Sexta, 22 de Abril de 2005


A noite foi reparadora. Quando acordei, estava mais tranquila e já tinha esquecido o sucedido. Fora uma loucura aquilo que tinha feito. Nenhum homem merece que nós tenhamos tal atitude. Muito menos o Fernando Pedro. Ele nem merece que eu esteja a escrever estas linhas. Faço-o pelas mulheres que podem ter acesso ao meu blog. Faço-o para que elas fiquem alertadas com tipos como o Fernando Pedro Cachaç**** Marques. Minhas amigas passem palavra e leiam aquilo que eu passei com ele. Não caiam no mesmo buraco que eu. Vós tendes quem as  alerte. Eu não tive e, quando o fizeram, já foi depois de ter dado com a cabeça.
O telefone fixo voltou a tocar. Era ele com a mesma simpatia de sempre. Parecia que eu era o seu sol.

09h10m13s

- Estou sim, por favor?
- Amor mio hoje já gosto de te ouvir. Afinal que foi aquilo ontem? Nem resposta destes às minhas mensagens. Estava a pensar que já te tinha perdido. Não te perdi, pois não?
- Não, não me perdeste. Ontem estava muito cansada e fiquei o dia todo a dormir. Não te preocupes mais. Estou aqui, não estou?
- Amor não foi nada por aquilo de quarta, pois não?
- Não. Esquece esse dia que eu também já esqueci.
- Sabes? Já me dão o carro hoje. Estou desejoso de chegar a casa.
- Não fiques ansioso. O teu carro volta para ti.
- Vamos ver como vou pagar. Ainda não me deram a conta.
- Pagas com dinheiro ou cheque, não é verdade?
- Pois! Logo posso telefonar? Não vá a tua empregada atender...
- Não podes. Ela vai ficar até às 18h.
- Assim que chegar a casa dou-te notícias.
- Está bem. Depois dizes como está o carro...
- Bem, Amor mio, vou trabalhar. Fica bem. Beijocas doces e saudosas.
- Beijinhos.
- Desculpa! Logo vais ao MSN?
- Não sei.
- Ok! Eu espero.

Pelas 19h03m15s enviou-me a seguinte  mensagem:

< Amor estou a dar os últimos retoques no carro. De resto reina a saudade de TE ouvir pelo menos. Bjs doces. Q o tempo passe rápido. >

Não fui ao MSN. E ele já não disse nada. O pior para mim, estava para vir...

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Regresso a casa!

    
Quinta, 21 de Abril de 2005


Estava em casa havia pouco mais de duas horas. Tinha feito uma lavagem estomacal. Eu só deveria estar louca. Estava exausta e só me apetecia dormir. Era como se tivesse morrido. Encontrava-me de vigília no limbo à espera que me recebessem na quarta ou quinta dimensão. Meu marido pediu à Glorinha para vir para meu lado. Pediu, também, que não me deixasse sozinha. Tinha ido buscá-la a casa. Eu dormitava. Sentia dores na garganta e no  estômago. Era onde tinham enfiado a sonda. De repente o telefone começou a tocar. Não me apetecia mexer. Não tinha forças para me movimentar. Não sabia onde estava nem sequer o que ouvia. Com alguma coragem, estendi o braço e apanhei no auscultador. Não sabia as horas e não via o relógio digital que piscava as suas luzes como se me embalasse. Com alguma dificuldade, articulei as palavras mal percebidas.


- Estou sim, por favor?
- Parece que estás no fundo do poço. Que se passa?
- Nada. Apenas estou muito cansada.
- E esse cansaço deve-se a quê?
- Nada de especial. Apenas tenho que descansar. Custa-me falar.
- Nesse caso deixo-te descansar. Até logo. Beijokas que queria dar-te.
- Beijinhos.


Não tive forças para colocar o auscultador no devido sítio. Fiquei prostrada na cama e adormeci de imediato.
O dia não me recordo como passou. Nem sei onde estive, nem o que fiz até tarde. Já o meu marido tinha jantado quando chamei numa vozinha muito sumida. Ainda me doía a garganta e o estômago. Meu marido deu-me um comprimido, levou-me um prato de sopa e esperou, paciente, que eu engolisse, a custo, metade do conteúdo da sopa.
A noite foi reparadora. No dia seguinte dei com as seguintes mensagens:


11h22m19s


< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã o que se passa contigo? responde que estou em pulgas. Beijokas doces. >


17h23m34s


< Telefonei e respondeu a tua empregada. Desliguei. Vai ao MSN para falarmos um cadinho. Bjs de quem te ama. >


21h54m36s


< Não foste ao MSN nem me repondes. Diz o que se passa. Bjs de amor e saudade. Teu Pedro >

terça-feira, 5 de abril de 2016

Um dia para esquecer!

                 Quarta, 20 de Abril de 2005

Em primeiro lugar, quero dizer que estive ausente por que estive no Algarve. Agora vou sair muito. Aproveito a minha neta mais velha ainda não estar na escola do 1º ciclo. A outra está sempre disponível.
Senti a falta de escrever. Porém, não posso levar o meu diário quando saio. É complicado e as minhas netas consomem muito do meu tempo. Fico muito feliz quando estou com elas. Parece que voltei ao meu tempo no ativo.

Mais uma narrativa de um dia que passei com o Fernando Pedro.
Pela manhã, levantei-me cedo e fui para Entrecampos. Tínhamos combinado encontrarmo-nos pelas 11h da manhã. Pelo horário do comboio, eu cheguei um pouco mais cedo. Esperei na saída para a Avenida 5 de Outubro, aquela da qual se vê a Feira Popular, ou pelo menos, se via.
Quando o Fernando Pedro chegou, conduziu-me para o L******. O quarto era muito bonito e tinha muito sol. Tinha uma colcha com fundo azul e rosas amarelas. Os cortinados eram de um branco transparente que ofuscava o nossos olhos com a luz que recebia do sol. Tinha uma cómoda de género antigo. A televisão encontrava-se num mutismo que parecia sepulcral. Todavia, o Pedro canalizou-a para o canal francês com canções da época. Depois foi um delírio. Ele estava interessado em me agradar.
Quando nos encontrávamos já saciados ele meteu conversa comigo. Falou-me que a mulher lhe tinha pedido sexo na noite anterior. Contudo ele perguntou "que é isto? Tenho que me levantar às 6 da manhã para ir trabalhar. Não estou com disposição." Não estava interessado nisso e que ela era apenas a "outra". Se bem que a "outra" era eu. Reparei que deitou pouco esperma e referenciei isso. Ele desculpou-se, mas eu sabia que ele estava a mentir. A vida tem destas coisas. Ele mentia e eu consentia. Calei as minhas suspeitas.
Já na rua, vi outra R************* com aquecimento. Tirei o número de telefone. Se pagava eu, queria estar mais aconchegada no Inverno e fresca no verão. Ele não gostou embora eu lhe tivesse explicado.
Fomos comer à Feira Popular. Nessa altura ainda tinha uns quantos restaurantes a funcionar. Comemos peixe com uma salada e batatas fritas. Eu não comi sobremesa. Encontrava-me num tratamento numa clínica de Lisboa. Na altura de pagar, a conta foi empurrada para o meu lado. Já estava habituada e não ripostei.
Depois levou-me ao comboio e lá dissemos adeus num gesto habitual.
Já em casa enviei um mail ao Pedro a referir o percalço. Ele jurou, por tudo o que era mais sagrado, que não tinha havido nada entre ele e a mulher. Mas eu fiquei com a certeza que ele me estava a mentir. Então bebi uns quantos comprimidos e deitei-me à espera do meu fim com a certeza que terminava o meu tormento.
Só que meu marido chegou a casa e ficou admirado de eu estar deitada. Quis falar comigo, mas eu já não falei com ele. Chamou os bombeiros e levou-me para uma clínica em Lisboa, que estava associada ao seu emprego, para eu ser assistida. Lembro-me de ver a placa na bata de uma enfermeira, muito desfocada, que dizia " Enfermeira Aurora". Ela disse-me que estivera muito mal e que me tinham feito uma lavagem estomacal. Pelas 5 da manhã, deram-me alta. Não respondi ao questionário do meu marido. Apenas queria descansar. Estava muito exausta.