domingo, 31 de janeiro de 2016

E a mentira continua!

Terça, 29 de Março de 2005

Mais um dia em que a mãe do Fernando Pedro se encontrava no hospital Amadora-Sintra depois do suposto acidente.
Soube mais tarde que o Pedro tirava sempre uma semana de férias nesta altura. Foi o que me disse a Li*** uma vez em que lhe contei o episódio. Mas eu não podia adivinhar e acreditei, cegamente, no acidente.
Como me tinha pedido para não enviar mensagens, eu cumpri. Só que sofria sem saber nada do que se estava a passar. Pensava o pior. 
Porém, lá vinha uma mensagem, de vez em quando, para apaziguar o meu espírito conturbado. Chegavam a conta-gotas e muito parcas em esclarecimentos.
Eu vivia o meu dia a dia a tratar da minha mãe e a pensar na dor do Pedro por ver a mãe dele, também, a sofrer. Eu sabia o que isso era.
Neste dia só recebi duas mensagens. 

12h34m49s

< Amor mio passei a noite no hospital. vim descansar um cadinho. A minha mãe está a ser observada. Bjs de sonho. >

20h12m13s

< A minha mãe está na enfermaria. Vou para casa. Não sei qd sai. Bons sonhos. Bjs só nossos. >

Eu não descansava de noite. Vivia o problema do Pedro. Vivia o meu. E ainda estaria com a minha mãe mais esta semana, se tudo corresse bem. Sofri sem motivo e não descortinava que ele estava a mentir-me descaradamente. 

sábado, 30 de janeiro de 2016

Fernando Pedro na mentira do século!

Segunda, 28 de Março de 2005

É um aspecto do Hospital Amadora-Sintra. A mãe do Fernando Pedro, segundo ele, deu entrada aqui nas Urgências no dia anterior, depois dum acidente à saída de Rio de Mouro para entrar na estrada nacional. Acidente, que diz ser ele o culpado. O carro da frente ia entrar e ele arrancou para entrar também. Só que o condutor do primeiro carro, hesitou e o Fernando Pedro bateu-lhe na traseira.

Neste dia o Pedro não foi trabalhar. Mas eu quis saber como estava a mãe dele e telefonei, logo cedo, para o número que já sabia de cor. De lá responderam-me que ele não iria trabalhar nessa semana. Não quis saber mais nada e enviei uma mensagem.
Eram 09h34m56s quando recebi uma mensagem dele em resposta à minha. Dizia o seguinte.

< Meu Amor estou aqui à espera de saber da minha mãe. Depois envio notícias. Bjs só nossos. >

12h10m11s

< Amor mio não envies mensag. A minha mãe está na mesma. Qd eu poder digo alguma coisa. Não vou trabalhar. Bjs só nossos. >

20h12m13s

< Vim a casa tomar banho. A minha mãe tem o esterno raxado. Vou para lá. Bjs e hoje já não digo nada.

E assim se passou este dia. Nada mais soube. Ainda fui ao msn para ver se ele lá estava, mas não. Pensei mesmo que era verdade e que tinha tido o acidente. Aqui começou a nossa saga e as mentiras do Pedro a tomarem forma e corpo.  

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Acidente forjado!

Domingo, 27 de Março de 2005

Hoje o Fernando Pedro vai festejar os seus anos e vai fazer a sua festa juntamente com a filha Ver** Món****. Vai fazer! Será que faz? Bem isso ver-se-á mais à frente. Como prenda eu ofereço-lhe este bolo por ser um grande sportinguista. É mais anti-benfiquista. Mas isso não vem ao caso.
Se bem se recordam o Fernando Pedro fez anos no dia 20. E também se recordam de eu dizer que a minha vida começou aqui a fazer uma progressão para o abismo.
Logo pela manhã, enviei os parabéns. Uma mensagem curta, mas sentida. Respondeu com a seguinte mensagem pelas 11h23m43s:

< Vou agora buscar a minha mãe. Ela vem passar o dia connosco. Gostava que estivesses aqui. Amo-te muito. Penso em ti. Bjs dos nossos. >

Durante o dia não me contactou e eu pensei que a festa estava animada. Não me quis imiscuir na sua felicidade. Qui-lo feliz e alegre como ele sabia ser quando as coisas corriam segundo  sua vontade. 
Pelas 17h34m45s eu perguntei se o bebé já tinha soprado as velas e se se tinha portado bem. Fiquei sem palavras com a mensagem seguinte.

17h36m21s

< Não houve festa para ninguém. Tive um acidente. minha mãe raxou o esterno. Está nos cuidados intensivos. Bjs. >

Fiquei sem saber o que fazer, mas na altura não respondi. Pelas 20h10m01s enviei nova mensagem para saber se as coisas estavam a evoluir no bom sentido, pensando que aquilo era verdadeiro. Foi uma mentira muito bem planeada para me extorquir dinheiro. Só que eu estava a milhas de pensar nisso.

20h34m29s

< Meu amor vou passar aqui a noite. A minha mãe está num estado critico e tudo por minha culpa. Desculpa, mas não posso pensar em mais nada. Bjs. >

Depois foi o silêncio. Nesse dia já não soube mais nada.









quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Novamente o "casamento"!

Sábado, 26 de Março de 2005

O Fernando Pedro sempre gostou de tirar fotos quando está a chegar a um local. Aqui tirou quando esteve com a sua amante mais temporal que já conseguiu ter. É a Maria Arm**** Mar****. Podem passar por casal e eu sei que já passam e há muito tempo que isso vem a acontecer quer se encontrem em Coimbra ou em Braga. Ela é advogada e está divorciada. Está bem na vida. É a sua "Nia", como ele lhe chama. Uma boa aquisição que conseguiu ao longo da sua vida entre mulheres. Umas que vão, outras que ficam. Mas são mais aquelas que "vão" do que aquelas que ficam. A Li** é a única que sei que ainda se mantém em contacto com ele, mesmo depois de ter acabado a relação entre eles. Mas a vida continua, como a Li** costumava dizer-me. Porém, para mim continuou, mas sem a presença dele, embora nos tivéssemos cruzado , novamente, em 2010. Mais propriamente em Novembro. Mas nunca mais nos vimos pessoalmente e ainda bem. Fiquei mal na fotografia porque ele conseguiu enganar um Sargento da GNR. Cuidado a quem se quer meter com ele. 
Eu já estou noutra onda e, felizmente, sem ele.
Ora, na minha digressão com o Pedro, aquando da nossa relação, eu cheguei a ter sérios problemas. Um deles foi que queria, à viva força, casar comigo. Sonhava com isso. Não por eu ser bonita. Não sou. E não era nem sou esbelta. Aí já devia eu ver que ele era um perito em mentir. Se bem que andasse numa clínica de emagrecimento, mas nunca cheguei ao ponto de vestir um "36". Vestia um "38" e todos me diziam que estava muito bem. Magra, sim, era quando casei. Pesava 48k. E estava muito bem. Aí eu era bem bonita. Uma pele que ainda hoje faz inveja a muita mulher que me olha. Magra, elegante e vestia muito bem. Quando andei com o Pedro, isso não me incomodava e vestia qualquer coisa. Ele dizia que eu era bonita de qualquer jeito e lá chegarei para postar um mail que ele me enviou a esse respeito quando eu quis acabar a nossa relação.
O sonho, neste momento da nossa relação, era casar comigo. Mortificava-me com isso. Eu já não sabia o que fazer. Mas não era por mim, pela minha pessoa, mas sim, pela minha conta bancária, e depois entrou nela sem minha autorização. Crime.
Primeira mensagem, via telemóvel, neste dia.

11h12m13s

< Amor mio ando às compras no Feira Nova. Não vou esquecer a tinta para o cabelo. Os brancos já se vêem. Amanhã é o dia da festa. Gostava de estar contigo. Bjs só nossos. >

15h23m15s

< Amor podes vir ao msn? Quero falar contigo. Bjs molhados. >

Enviei uma mensagem a dizer que não podia porque estava com a minha mãe. Respondeu que queria falar comigo. Era muito importante para ele.

15h32m24s

< Amor mio preciso falar contigo. Vai ao msn. Quero falar para marcar quando vamos casar. É muito importante. Bjs quentes. >

16h10m21s

< Amor eu não vou desistir de ti. Amo-te. és a minha vida. Bjs sem fim. >

18h34m29s

< Como eu gostava que estivesses presente na festa do meu meio século. Para o ano já estarás. Já temos casado. Bjs só nossos. Adoro-te sabia? >

20h45m59s

< Dorme bem amor mio. Sonha comigo e com o nosso casamento. Bjs de sonho. >

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Primeiro Pedido de Casamento!

Sexta, 25 de Março de 2005

Estes são os comboios que fazem o caminha entre Sintra e algures até Colares. Nos anos setenta iam até à Praia das Maçãs. Andei muito neles quando o meu pai tinha uma casa de veraneio nesta linda praia. Uma casa que ficou para a minha irmã mais nova. Ela aproveitou a antiga arquitectura e remodelou. Foi nesta praia que eu me ia afogando se não fosse a prontidão dos salva vidas, como se chamavam na altura. Por isso, hoje sou hidrofóbica. Não consigo meter os pés num sítio que tenha muita água.
Mais um dia em que o Fernando Pedro Cachaç** Marques me telefonou logo pela manhã.
Ele adorava a minha maneira de falar com a esquelética nova no maxilar inferior e superior.
Eram 08h35m23s quando o telefone começou a tocar. Eu já estava levantada e com a minha mãe tratada. Eu ainda não tinha tomado o meu pequeno-almoço. 
Atendi com a elegância de sempre, embora com uma voz monocórdica.

- Estou sim, faz favor?
- Tens uma pronúncia que me dá vontade de rir, mas não deixes de falar até te habituares a corpos diferentes na tua boca. Dormiste com elas?
- Dormi, mas tive dores. É até me habituar. Tenho uma coisa para te contar da minha mãe.
- É boa? Vai embora?
- Não. Ontem depois de nos despedirmos e entrei no carro disse que " sabia que éramos amantes, mas que não dizia a ninguém". Fiquei sem fala. Afinal tem momentos lúcidos. Tenho que ter muito cuidado.
- Não ligues. Hoje já não se recorda. Tenho um pedido a fazer-te. Nem dormi a pensar nele.
- Se eu puder fazer!!!
- Podes. É só quereres.
- Então diz lá o que é.
- Quero pedir-te que cases comigo ainda este ano.
- Estás doido? Não posso. Nem penso nisso e  tu sabes a minha posição a esse respeito.
- Mas eu estou doido por ti. Não sei viver de migalhas e longe de ti.
- Pedro tem calma. Ainda tens a Clau*** Raq**** que precisa muito de um pai. Não podes abandonar o lar. E a casa?
- Está no nome dos dois e não somos casados. Já andei a ver os meus direitos.
- Não pode ser, Pedro. Tens que pensar na tua filha.
- E já pensei como fazer. Diz que queres casar comigo...
- Mas isso é um absurdo. Eu não posso aceitar. Não quero deixar o meu marido.
- Pensa nisso. Eu sei ser paciente. E não vou desistir, acredita.
- Não vai dar certo. Tu serás muito carinhoso nos primeiros tempos, mas depois, pões-me a andar.
- Nunca isso vai acontecer. Amo-te e não posso viver longe de ti. Hoje a tua empregada vem todo o dia?
- Não. Só vem da parte da tarde. Porquê?
- É para saber se posso telefonar ainda de manhã.
- Ok! Mas se não atender, é porque estou a tratar da minha mãe.
- Eu volto a tentar. E agora beijokinhas doces, molhadas, ardentes, meigas e que só tu sabes dar. Só de me lembrar, dá-me uma vontade de ir ter contigo e afogar-te neles.
- Beijinhos e não penses de mais.

Quando desliguei, senti um murro no estômago. Ele só podia estar a gozar comigo... Não poderia ser a sério. Estava a gozar-me e a testar a minha capacidade de nem sei o quê. Mas tentei desligar e falei muito com a minha mãe. Falei, falei mas não obtive resposta. De vez em quando dava uma gargalhada insane e não me olhava nos olhos.
A manhã ia passando e eu até já tinha esquecido o "pedido de casamento".
O telefone voltou a tocar e  eu fui atender. Era o Pedro. Eram 11h23m12s

- Estou sim, por favor?
- Meu Amorzinho, sou eu. Tenho estado a manhã toda a pensar na nossa felicidade juntos pra sempre.
- Mas não há "para sempre", Pedro. Tira isso da tua cabeça.
- Eu sou solteiro e tu pedes o divórcio. Fazemos uma cerimónia simples, mas muito amorosa. Já pensastes como seria tão bom. Tu e eu juntos pra sempre...
- Pedro eu não quero casar nem deixar o meu marido e não posso ter esta conversa em frente da minha mãe. Ela ontem disse aquilo...
- E é mentira?
- Olha, infelizmente, não é. mas tenho que ter mais cuidado.
- Amorzinho pensa na felicidade que me davas. Era maravilhoso. Eu tratava-te como uma rainha.
- Nem sei, já, o que te dizer.
- Pensa, mas pensa bem. Eu vou sempre insistir. Até tu dizeres que sim.
- Olha são horas de dar o medicamento à minha mãe para a preparar para o almoço. Tenho que ir. Desculpa.
- Não tens que pedir desculpa. Já pensastes que ela poderia vir viver connosco? 
- Calma. A minha mãe está ao cuidado das filhas. E eu não aguento isto para sempre. Ela um dia deixa de se levantar e eu não estou credenciada para tratar dela.
- Depois pensamos nisso quando casarmos.
- Bem, vou desligar. Ela precisa de mim.
- A tua empregada está até que horas?
- Até às cinco. Porquê?
- Volto ainda hoje. Beijinhos só nossos. Hum! Tão bom.
- Beijinhos e até logo.

Nem almocei como devia ser. Toda eu estava em pânico e não sabia como tirar-lhe a ideia do casamento da cabeça. Tratei da minha mãe e ela continuava sem dizer uma palavra. Almoçou bem e os comprimidos também os tomou sem problemas.
Estava a Glorinha a sair quando o telefone começou a tocar. Mudei de fisionomia e a Glorinha perguntou se eu estava bem. Respondi que sim, apenas cansada. A Glorinha saiu e disse-me se precisasse, que lhe telefonasse que ela vinha logo. Lá saiu e fechou a porta atrás de si. Olhei pela janela para ver se ela saía o portão. Entretanto o telefone deixou de tocar. Fiquei aliviada e a pensar que ele já não telefonaria a pensar que a Glorinha ainda estava. Mas o alívio durou pouco tempo. Eram 17h25m11s quando voltou a tocar. O meu coração ficou atrofiado e nem sei como fui capaz de atender.

- Estou sim, faz favor?
- Amorzinho já estás sozinha?
- Claro. Senão, não atendia.
- Então tens pensado no meu pedido?
- Pedro não comeces. Estou muito cansada hoje.
- Mas não vou desistir. Amanhã é sábado e não podemos falar, mas volto a falar assim que for oportuno. No domingo vou festejar os anos junto com a Ver** Mónic***. Estarei sempre a pensar em ti. A tua prenda foi a mais bonita que recebi. ( Estava-me a mentir. Dissera-me que só tinha tido a minha prenda e a prenda da mãe )
- Mas tiveste mais prendas?
- Claro. Fiz anos.
- Então não tiveste só a minha e a da tua mãe? ( Acho que se recordou do que tinha dito e respondeu com a maior displicência ).
Ah! Não te disse? Elas deram-me prendas esta semana. Foram prendas sem qualquer significado para mim.
- Não me tinhas dito nada. Estás a ver porque não quero casar contigo? Dizes que sou prioritária na tua vida e não me contas tudo. Sem confiança, não pode haver casamento. Não tenho confiança em ti.
- Amor foi uma semana com muita coisa e isso não tem importância.
- Tem. Se queremos formar um lar, temos que partilhar tudo e não camuflar.
- Eu sei  que as desculpas não se pedem, mas desculpa. Foi um lapso que não volta a acontecer.
- Está bem. Tenho que desligar. A minha mãe está a mexer-se. Quer levantar-se.
- Então vai lá. Não vais ao msn?
- Já sabes que não posso. Beijinhos.
- Beijinhos doces e inté!

Nessa noite recebi uma mensagem com  desejo de boa noite e que não tinha esquecido o casamento. Não respondi. A minha mãe tinha tido uma saída, ao serão que me deixou petrificada. Dissera que sabia que éramos amantes mas que não dizia nada a ninguém. O meu marido olhou-me com curiosidade e respondeu: - Mãe, eu e a G********* somos casados há muitos anos. Não se recorda?
Mas ela apenas recordava o que tinha visto na estação. Apenas não distinguiu o meu marido do Pedro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Fecho do perfil!

Quinta, 24 de Março de 2005

Ontem à noite, estava eu, para dar a minha voltinha pelo perfil do Fernando CM, quando me deparei que este tinha desaparecido. Vejo, Fernando Pedro, que lês o que publico cada dia que passámos juntos numa altura em que já nem me afecta o espírito ou a sensibilidade de um dia estar presa  ao teu charme falso e hipócrita. Tens receio? Olha que não publico nada que não se tenha passado no tempo em que eu era a " Tua Shakti" Como tantas vezes o mencionaste. Sabes que eu escrevia tudo o que se passava entre nós. Tu pensavas que eu seria tua para sempre ou pelo menos assim o dizias para a minha bolsa financeira se ir abrindo aos teus caprichos. Eu pensava que esta escrita me haveria de servir para te retratar como o vilão que és e o quanto sabes explorar as mulheres para te sustentarem no luxo que tu não podes nem nunca poderás usufruir.
Que te fez fechar a tua conta no facebook? As minhas declarações, o bolo do teu sexagésimo aniversário ou as conversas da Florbela?
Mas não andarás sem que te venha a encontrar novamente. És burro e cais sempre no mesmo erro. Já te conheço tão bem que até adivinho os teus pensamentos. Sei tanto sobre a tua inóspita vida que me dá voltas no estômago. És, realmente, um canalha.
Bem, isso dê-me ânimo para continuar. Sabes, estava com vontade de desistir da escrita no blog, mas tu fizeste-me mudar de ideias. A tua insensatez é a tua perdição no mundo das mulheres incautas quanto aos homens como tu.
E, assim sendo, aqui vai mais um dia em que nos perdemos num mundo que eu pensava ser efémero e tu que seria de longa duração até eu já não ter mais dinheiro. Por isso foste ver a minha conta bancária. Isso é crime e ainda tenho isso registado naquele gravador que comprámos, eu paguei, para gravar as conversas da minha cunhada. Mas lá chegarei a esse dia.
Hoje venho falar deste dia que não foi bom nem mau. Apenas sem sentido.
De manhã fiz o ritual de sempre com a minha mãe. Preparava-me para a sentar no sofá quando o telefone tocou. Eram 08h23m45s. Sentei a minha mãe comodamente e fui atender.
Já nada era surpresa para mim. Lá estavas tu com a tua voz efeminizada.  No meu melhor, e para te impressionar, disse:

- Estou sim, faz favor?
- Assim é que eu gosto que me atendas. Dá-me pica para te...
- Não sejas grosseiro. Já sei o que ias dizer.
- E o que ia dizer?
- Nem vale a pena falarmos sobre isso. Tu sabes ser ordinário para me fazeres pensar no passo que dei. Estás sempre a rebaixar a minha auto-estima e isso deixa-me mesmo no fundo.
- Mas eu não quero, meu Amor. Já não posso brincar um cadinho?
- Dessa maneira, não. Sabes que isso é  a pedra no sapato que eu não queria ter. Por vezes, sinto-me arrependida e com vontade de terminar tudo...
- Meu Amor, isso não. Eu não sei viver sem ti. Sabes que quero casar contigo e ficar sempre a teu lado...
- Mas isso não vai acontecer... Eu não vou deixar o meu marido. Mete isso na tua cabeça.
- Isso nunca e não vou desistir.
- É bom que o faças para não sairmos magoados.
- Então vais ao dentista?
- Vou. Deve ser a última vez que experimentarei até ter a esquelética. Hoje estive a ver no cartão das marcações e é isso. Na próxima terça já devo tê-la definitivamente.
- Encontramo-nos na estação?
- Sim, se o desejares.
- Se desejo. Tenho saudades tuas e das tuas mam...
- É melhor ficarmos por aqui, ok?
- Ok! Até logo minha doce amada, minha querida amante e amor como nunca tive outra.
- Até logo e porta-te bem. Beijinhos.
- Beijokinhas só nossas.

Cada vez me irritava mais a sua maneira de falar comigo. Era grosseirão e ordinário no que dizia e no que pensava. Eu não tinha a minha vag*** na testa para ele estar sempre com piadas desagradáveis.
O dia passou-se calmo. A consulta, também. Para minha surpresa a esquelética estava boa e o médico colocou-ma logo nesse dia. Falava muito mal e foi com um certo receio que me dirigi para a estação onde o Fernando Pedro esperava por mim.
Ele já lá se encontrava quando eu arrumei o meu carro. A minha mãe estava sentada no banco com o olhar perdido no vazio, mas ela estava a visualizar tudo.
Foi um encontro maravilhoso. Ele incentivou-me a falar muito para me habituar. Deu-me alento para suportar os dias com a minha mãe e ainda me apaparicou com meiguices e carinhos.
Mas nada dura eternamente e o comboio apitou para a partida. Ele correu para o apanhar e subiu as escadas a correr para não o perder.
Eu fiz-lhe adeus e vim para o carro. Parecia que tinha a minha boca muito cheia e que as palavras saiam abafadas e sem a menor ressonância.
A minha mãe falou. Eu fiquei sem saber  se estava a ouvir bem. Disse-me que éramos amantes e que ela não diria nada a ninguém. Falei que estava equivocada e que não tinha visto bem. Calou-se e já não falou nessa tarde. Tinha um olhar gélido e sem brilho. Não queria lanchar e queria não estar ali.
Neste dia já não falei com o Fernando Pedro. Mas tive a mensagem a desejar-me uma boa noite.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Marcar encontro para Quinta!

Quarta, 23 de Março de 2005

Neste dia já tinha a minha mãe comigo. Já tinha dormido com ela e a noite até correu bem. Dormi e ela também sossegou.
Acordou cedo e eu já tinha tomado banho. Fazia sempre este ritual quando a minha mãe estava na minha casa. Tomava banho e preparava tudo ainda com o meu marido em casa, não fosse ela acordar e eu estar a tomar banho.
Depois descemos ambas, com a ajuda do meu marido.
Primeiro dei-lhe a ela o pequeno-almoço. Ela era a minha prioridade. 
Já estava despachada e na sala quando o telefone começou a tocar.
Era o Pedro, só podia.
Mas enganei-me. Era o meu marido a perguntar se ela tinha engolido os comprimidos e se não tinha dado trabalho. Respondi que já estava tratada e que tudo tinha corrido bem.
Desliguei e pensei que não podia pensar que era o Pedro cada vez que o telefone tocasse. Não podia estar segura. E para mais a minha irmã também iria telefonar para saber como estava a minha mãe a reagir.
Sentei-me no sofá e comecei a falar com a minha mãe para fazer horas que a Glorinha chegasse.
Não estava sentada há cinco minutos quando ouvi, novamente, o telefone. Atendi sem fazer conjecturas de quem seria. Podia ser qualquer pessoa. Olhei o relógio e marcava 08h35m59s

- Estou sim, por favor?
- Isso deve-se à tua mãe?
- O quê? Não estou a perceber...
- A maneira de atenderes o telefone.
- Mas queres ter um atendimento personalizado? Não posso. Ainda há pouco telefonou o meu marido a perguntar como estava a minha mãe a reagir.
- Ah! Hoje preocupou-se contigo?
- Claro e ajudou-me, como sempre que ela cá está.
- E dormiste bem?
- Por acaso, dormi e ela também. Já pode ser um bom indício que tudo vai correr bem.
- E eu? Onde fico no meio disto tudo?
- No lugar de sempre. 
- Isso é muito vago. Explica lá melhor " esse lugar de sempre".
- Então que queres que te diga? Não estou a entender. Às vezes fazes cada pergunta que fico baralhada...
- Pois! Eu fico para trás, né?
- Não digas isso. Sabes que não é verdade. Tens um lugar, muito especial, no meu coração.
- Assim já estou mais descansado. Amo-te muito e não te quero perder.
- Eu sei e não me vou perder. Ou por outra, já me perdi.
- Perdestes-te? Como?
- Olha por andar contigo. Tenho consciência que não devia por muitas razões.
- E estás arrependida?
- Sei lá! Tem dias...
- E hoje é que dia?
- Quarta. Amanhã vou tirar a medida para a esquelética.
- Não era a resposta que queria, mas está bem. E levas a tua mãe?
- Levo. A Glorinha não pode ficar com ela.
- E eu posso ir ter contigo? Dizes a hora e eu estarei lá.
- Lá, aonde? No consultório? Não podes. A menina conhece o meu marido.
- Não. Às vezes pareces uma lerdinha. Combinamos e eu vou estar na estação à tua espera.
- Pode ser. Olha ouvi o portão. Deve ser a Glorinha. Beijinhos.
- Beijinhos dos nossos. Que saudades!

À hora do almoço não me enviou nada e eu pensei que já não falava com ele nesse dia. Mas pelas 17h32m41s o telefone voltou a tocar. Já sabia que as minhas irmãs não eram e que o meu marido estava na estação a apanhar o comboio. Só podia ser ele. Com diplomacia, atendi.

- Estou sim, faz favor?
- Bonito. Agora já atendes da maneira que eu gosto. Dá-me uma pica que se estivesses ao pé de mim, comia-te toda.
- Cuidado com o que dizes...
- Olha! Que pudica me saíste, agora. Andas a ***** comigo há não sei quanto tempo e estás com reticências de eu dizer que te "comia toda". Podia ser com beijinhos, né?
- Pois e não precisas dizer palavrões. Eu sei que ando a fazer o que não devo. Não precisas relembrá-lo.
- A converseta não está bem. Amanhã encontramo-nos? 
- Pode ser. A consulta é às 15h. Devo estar despachada pelas 16.
- Então a essa hora estou na estação.
- Eu vou lá ter e o que chegar primeiro, espera.
- Ok! Não vais ao msn?
- Não. Aproveito a minha mãe dormir, para dormir também.
- Então ficamos assim. Beijokinhas doces, molhadas, do nosso jeito.
- Beijinhos doces e até amanhã.

20h45m12s

< Amor mio dorme bem. Sonha comigo. Adoro-te sabia? Bjs só nossos. >

domingo, 24 de janeiro de 2016

As cuecas da Ponte!

Terça, 22 de Março de 2005

Sempre quis escrever. Gosto de me embrenhar na aventura das letras e com elas formar frases com sentido e que retratassem a veracidade da minha vida. Faço-o desde muito nova. Recordo que a primeira vez que escrevi, num caderninho de duas linhas, tinha sete anos. Relatei a minha viagem a Lisboa. Meu pai quando viu, ficou boquiaberto e disse que estava muito giro. Ainda guardo esse caderno como o pilar de muita dança com letras que me havia de servir para me aperfeiçoar na aventura da escrita.
Assim sendo, continuei e hoje não me impressiona o modo como conto o meu dia a dia.
Por essa razão, aqui estou a escrever aquilo que eu nunca pensei relatar num Blog. 
Como sempre, os telefonemas do Pedro deixavam-me deprimida. Tinha uma certa aversão ao incómodo que isso me causava. Mas nada fazia para parar esse fenómeno!
Eram 08h23m11s quando o telefone começou a tocar com aquele som estridente.
Lá fora chovia e as bátegas de água que caiam do meu algeróz, faziam jus ao meu estado de espírito. Era uma cantata triste que se juntava ao meu estado lobregue de um ser que já não apresentava vontade própria.
Ainda ensonada, estendi a minha mão trémula e apanhei o auscultador sem a menor das intenções de ouvir quem estava do outro lado da linha.

- Estou sim?
- Ena! Cada dia tens sua maneira de atender. Hoje é dia sim ou dia não?
- Bom dia. Nem sim nem não. Apenas estava a dormir e assustei-me com o telefone.
- Ainda a dormir? Eu já estou acordado desde as seis da manhã.
- Pois! Quando eu trabalhava, também me levantava a essa hora. Mas hoje tenho que aproveitar porque a minha irmã disse-me ontem que vinha já hoje trazer a minha mãe.
- Mas não era amanhã?
- Pelos vistos, já não é.
- Bem, isso deixa-me em franjas. Sabes para onde vou hoje?
- Não sou bruxa. E ainda não disseste.
- Vou para a Ponte 25 de Abril. Vou ver as cuecas da ponte.
- O quê?
- Ai nunca vistes?
- Nem sei o que a expressão quer dizer.
- Um dia levo-te lá. Queres ir?
- Sim. Já agora gostava de saber e ver, claro.
- Estou à espera dos homens que estão a arrumar a ferramenta.
- Então vai ser um dia grande, não?
- Vamos ver se acabamos antes do almoço.
- Bom trabalho...
- Já me estás a despachar?
- Não. 
- Mas eu vou-te deixar dormir mais um cadinho. Beijinhos doces.
- Beijinhos.

Durante o dia não tive notícias dele. Ainda enviei uma mensagem, mas não obtive resposta.
Pelas 17h12m23s o telefone voltou a tocar. Estava eu a combinar com a Glorinha os pormenores para os dias em que a minha mãe estivesse comigo. Não podia atender e levantei o auscultador e voltei a pousá-lo sem saber quem era. No meu íntimo, sabia que só podia ser o Pedro.
O telefone voltou a tocar cinco minutos depois. Voltei a não atender.
Pensei que ele se tivesse zangado e que já não me voltasse a telefonar. Mas às 17h32m24s ele voltou a telefonar. Atendi de imediato.

- Estou sim?
- Estava a ver que me tinha que ir embora sem falar contigo. Por que não atendestes?
- Porque não pude. Estava a falar com a Glorinha sobre os dias em que a minha mãe estará aqui.
- A tua mãe e sempre a tua mãe. E eu?
- Que eu saiba, estás de boa saúde e resmungão.
- Bem, já sei que não vais ao msn..
- Hoje não posso. Agora vêm aí dias difíceis. Não para ti, mas para mim.
- E para mim também. Mas vou-me embora. Só não te quero perder. Foste a coisa mais maravilhosa que me aconteceu na vida.
- Eu sou grande, não me perco.
- Hum! Não é desse perder que estou a falar. Estou estafado. Vou-me embora. Beijokas doces, molhadas, daquelas que só tu sabes dar.
- Beijinhos e dorme bem.
- Não me parece...

21h45m23s

< Meu Amor dorme bem e não penses que eu não me preocupo contigo. Bjs doces. >

sábado, 23 de janeiro de 2016

Ida ao médico!

Segunda, 21 de Março de 2005

Neste dia eu tinha uma consulta em Lisboa. O Fernando Pedro tirou o dia para ir comigo e estar a meu lado, como o mencionou várias vezes.
Esperou por mim na gare do Oriente. Quando o comboio parou e eu desci, vi-o logo. Dirigi-me a ele que me beijou com carinho e desejo. Era o que parecia transparecer, mas era tudo uma verdadeira mentira. Mentira, também, é o que a menina Florbela me enviou. Uma foto do Pedro ao lado de uma senhora e disse-me que era a sua última aquisição. Mas não é verdade. A foto foi tirada numa festa da Reffer no Natal de 2009 ou 2010. É uma colega dele. Esta menina que deixou de me enviar ou receber os meus e-mails, disse-me muita coisa que não é verdade. Disse ser da protecção de mulheres maltratadas e ultrajadas por homens iguais ao Pedro. Talvez eu venha a saber quem é a Florbela, com nome fictício, que me encheu a caixa de correio com mentiras. Tenho uma pessoa amiga que me pode ajudar. Não é uma ameaça, é um aviso. Tanto era mulher como se intitulava homem. É mais uma mulher que foi maltratada e ultrajada pelo Pedro e cujo coração ainda lhe pertence  emocionalmente. O meu já não o tem há muito tempo. Hoje vejo-o como o maior biltre que já existiu. Um dia chamei-lhe "Capitão Robin" e quem não se recorda deste senhor que vivia enganando as mulheres? Só que foi preso e o Pedro ainda está em liberdade. Mas, e já agora menina Florbela, se quiser unir forças comigo, venha que ambas e mais um punhado delas, damos fim ao Pedro Sintra, Pedro Lisboa, Pedrokas50 ou Pedro S****, este último utilizado agora. 
Mas voltando ao dia 21 de Março sou a dizer que depois dos beijos e carícias trocadas naquela gare ao chegar do comboio, descemos e fomos apanhar o metro para Alvalade.
Aqui fomos ao Centro e fizemos comparações com o Vasco da Gama. Não havia comparação possível.
Depois fomos almoçar ao restaurante que fica do lado esquerdo quando se sobe a Avenida da Igreja.
Era de ferro verde e lá dentro tinha um quiosque. Não sei se ainda existe, mas era assim. A foto de cima assemelha-se a esse restaurante.
Comemos sopa de espinafre com grão e arroz de pato. Estava bem confeccionado e ele gostou muito. Também fui eu que paguei. Já se tornara num hábito que eu já nem questionava.
O tempo estava chuvoso e o Pedro segurava o meu chapéu de chuva grená. Íamos de braço dado e ele, de vez em quando, beijava a minha mão. Para fazermos tempo para a consulta fomos beber o café ele e eu uma vidago de limão na pastelaria do lado oposto do restaurante.
Enquanto isso, ele falou no dia de anos e disse-me que só eu e a mãe dele nos tínhamos lembrado disso. Que tinha sido um dia triste e que sempre recordaria os seus 50 anos como uma meta que não tinha querido atingir.
Na altura acreditei e nem pus em causa que isso não fosse verdade, devido ao semblante triste que me mostrou na altura. Era e é um verdadeiro artista. Muda de humor mais rápido que um colibri mexe as asas. Não é só um sociopata. Também é um bipolar.
Quando chegámos ao consultório, o médico ia a sair e disse-me que ia almoçar naquele momento. Pensámos ambos que seria uma hora, o máximo, mas passaram muitas horas e do médico nada. A empregada telefonou para o telemóvel do médico, mas este tinha-o desligado. Eu fiz um escabeche  muito grande. Bem sei que a empregada não tinha culpa, mas eu tinha que descarregar em cima de alguém. Entretanto o Fernando Pedro tentava acalmar-me e fazia-me festinhas. Eu estava mesmo exaltada com a falta de profissionalismo do médico. E da consideração para com os doentes que lhe davam o sustento. Disse à empregada que agradecia, mas que eu ia embora e que relembrasse ao médico em questão que os doentes são pessoas que merecem uma certa atenção. Se ali vão, é porque precisam dele, mas a trabalhar assim, não saberia se lá voltava eu ou se as outras doentes, que também lá se encontravam, voltariam. Todas nos viemos embora. Segundaram-me e o consultório ficou vazio.
Já na rua comecei a chorar compulsivamente. O Pedro secou-me as lágrimas com a costa da mão e acariciou-me.
Voltámos de metro para o Oriente. No metro, o Pedro deu-me razão e disse-me que se fosse com ele que já tinha dado o "pinote" há muito tempo. E não voltaria a esse médico, assim como não o recomendaria.
Falou-se, ainda, da minha mãe e que viria para minha casa nessa quarta-feira. Ele mostrou-se triste e disse-me que não estava preparado para outra separação. Agora que eu fazia tanta falta na vida dele. Achei-o genuíno e não redargui. 
No Oriente fizemos as despedidas como sempre. Sentidas e tristes. A mão no vidro da janela. Eram assim as nossas despedidas.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Anos do Fernando Pedro!

Domingo, 20 de Março de 2005

Dia dos anos do Fernando Pedro Cacha** Marques
Dissera-me um dia que tinha nascido pelas 2h da manhã e 3om em Alvito. Então, eu, nesse momento, estava a enviar-lhe uma mensagem de parabéns. Queria ser a primeira a dar-lhe os parabéns. Recebi um muito obrigado cheio de amor e ternura.

< Meu Amor de ontem, de hoje e de amanhã. Muito obrigado. Mesmo à h que nasci. És a minha muza e amo-te pelo que és. Foste a 1ª a dar-me os parabéns. Fiquei muito feliz. Até vou dormir melhor. Adoro-te sabia? Bjs de sonho. >

Eu voltei a deitar-me e adormeci com tranquilidade. Tinha mudado. Estava feliz por ser o dia de anos dele.
De manhã e ainda estava deitada, recebi a seguinte mensagem:

08h37m45s

< Minha doce Shakti Foi um enorme prazer q recebi os teus parabéns. Ainda ninguém se lembrou. Tu és espectacular.. Te amo com todo o meu coração. >

Durante o dia recebi mais algumas.

12h32m12s

< Fui buscar a minha mãe. Não festejamos hoje. Só no próximo fim-de-semana. A Vera Mónic*** faz anos no dia 23 e juntamos os dois. Bjs doces e quentes. >

17h12m12s


< Meu Amor vai ao msn para falar contigo. Te amo muito. >


Falámos algum tempo. Disse-me que não tinha recebido presentes a não ser da mãe. Receberia no fim-de-semana seguinte. Também me disse que não tinha tido bolo de aniversário. Por isso coloquei este para festejar com ele os seus 50 anos. Se bem que este tivesse sido o que teve o ano passado. (A menina Florbela enganou-se em muita coisa ou quis gozar comigo. Amanhã falarei sobre isso). Disse-me que a mulher não queria lá a mãe dele e que tinha brigado com ela. Não sei se foi verdade. Hoje não acredito nisso.
Disse-me que eu era a única em seu coração e que me preocupava com ele. Falou-me no azedume da mulher que nem no dia dos anos dele tinha mostrado um pouco de carinho. só lhe deu os parabéns depois da mãe dele lhos dar e que nem um beijo lhe deu. Estava muito triste, mas existia eu para o ajudar a passar um dia mais alegre, pois pensava muito em mim. Depois foi levar a mãe e já não falámos mais. Disse-me que passaria o serão com a mãe. Para mim, não foi nada disso. Foi um jantar em família e o partir do bolo. Não estava disponível para mim.
ele é um argucioso mentiroso e muito compulsivo nessa área. Sabe como mentir e que essa mentira pareça tão verídica que acreditamos sem pestanejar e sem meditar no que acabámos de ouvir.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Véspera dos anos!

Sábado, 19 de Março de 2005

Foi um dia longo. Quando cheguei a A******, tive uma surpresa. Ia muito compenetrada nos meus pensamentos quando alguém se sentou ao meu lado. Não olhei. Não queria saber quem era e estava longe de adivinhar quem fosse. Como não reagi, alguém disse " Bom dia, minha flor de verde pinho". Voltei-me incrédula. Não esperava mesmo, mas ele queria impressionar-me e fazer-me crer que ele estava ali porque me amava. Fiquei estupefacta a olhar ainda sem acreditar no que os meus olhos viam. Pensei para os meus botões " ou é louco ou quer fazer de mim parva ou, ainda, fazer ver que me ama". Saudei-o com dois beijinhos na face e disse que não esperava aquela surpresa. Ele respondeu-me que me amava muito e que as saudades fizeram com que ele me viesse esperar para estar mais tempo comigo. Se acreditei, não sei. Porém, ele estava a fazer um enorme filme. Apanhou as minhas mãos e fizemos a viagem de mãos dadas.
Já no Oriente fomos tomar o pequeno-almoço. Ele disse que só tinha tomado café, pois sem café, logo de manhã, não funcionava. Mas isso já eu sabia. Eu tomei uma meia de leite e comi um crepe. Ainda hoje, adoro crepes. Mas não foi por ter começado a andar com ele. Eu já os fazia na minha casa com uma receita de uma vizinha minha que tinha vindo de Angola aquando da independência.
A conversa ainda não tinha pés nem cabeça. Eram coisas banais e sem sentido. Ele falava de outro casal que estava noutra mesa e que era seu colega. Também tinha arranjado outra pessoa e ambos tinham vindo trabalhar. Ainda havia outro que tinha ido para o Colombo. Se acreditei, não sei. O facto é que o outro senhor nem reparou em nós e continuou a sua conversa com a senhora que parecia estar mais à vontade que eu.
Eu sentia-me bem ali sentada e não me apetecia mexer. Ali estava mais tranquila e não tinha que fingir o que não sentia. Mas ele estava impaciente e queria ir embora. Queria ir à Worten para expiar e escolher o seu auto-rádio. 
Relembrei-lhe que era cedo e que tinha que andar com ele na mão. Respondeu que íamos vê-lo e ficava guardado até à hora de nos irmos embora.
Como tinha que ser e eu não tinha voto na matéria, lá nos dirigimos para a Worten. Andou a rondar este e aquele. Mas ele já tinha escolhido. Notei no seu semblante. Escolheu o mais caro. Passou dos 500€. Eu tinha pedido um empréstimo na Credial, como já mencionei. Também tinha aberto uma conta no BES que não era o meu banco, mas passou a ser para ter lá dinheiro para o que desse e viesse. Sempre pensei que não ficaria por aí, mas nunca pensei que fosse tanto dinheiro que me pedisse nem que fosse só uma vez.
Perguntei-lhe o que iria dizer em casa quando aparecesse com ele. Respondeu que já tinha estudado uma maneira. Tinha passado pela feira da ladra e que o tinha comprado por uma pechincha. Ri-me e mencionei que afinal não era a única mentirosa. Ele ganhava-me aos pontos. Ele riu-se e disse que a partir de me ter conhecido que a vida dele lá em casa passou a ser uma mentira. Mas na minha não, disse eu sem reservas. Ele questionou-me sobre isso. Respondi que não mentia. Dizia sempre onde ia, apenas não dizia com quem e também não me era perguntado. Logo, eu não mentia. Riu-se mais uma vez e disse que já me tinha arranjado algumas saídas airosas para eu me desenrascar.
Enfim, ele tinha que ficar sempre a ganhar. Não retorqui e perguntei o que tencionava fazer. Pagar e ficar lá ou pedir para reservar.  -Peço para reservar e que vimos buscá-lo pelas 4  e meia. Parece-te bem?
Encolhi os ombros e não respondi. Então chamou um assistente e reservou. Tive que dar um sinal. Paguei 220€ e ficou o resto para pagar na altura do levantamento. Foi a quantia que me foi pedida para reservar.
Dali fomos para o jardim. Ainda era cedo para o almoço.
Falei que a minha mãe viria, novamente, para minha casa. Talvez na semana seguinte, mas não sabia o dia porque eu tinha uma consulta na segunda-feira em Lisboa. Ofereceu-se para me acompanhar. Eu disse que não era preciso, mas ele fez questão e até se melindrou por eu dizer que queria ir sozinha.
Também me disse que metesse a minha mãe num lar sem dizer nada a minhas irmãs. Respondi que não iria fazer isso e que iria tratar da minha mãe até poder. Se bem que já fosse muito complicado para mim, mas tinha a Glorinha que me ajudava. Ficou carrancudo e redarguiu que eu iria ter menos tempo para ele. "Tinha ciúmes", mencionou. E eu mencionei que não havia razão para isso. Era natural as filhas cuidarem das mães. Relembrou que a minha filha nunca me iria fazer isso a mim. Que me meteria no lar dos P***ess**es onde eu já me havia associado. Fingi não ouvir e olhei para o relógio. Já eram horas de almoçar.
Fomos almoçar ao terceiro andar no restaurante de comida a peso. Eu levei muita salada. Andava na clínica de emagrecimento e tinha um certo regime. Ele escolheu picanha e várias saladas. Não comi sobremesa. Paguei, como sempre pagava. Nem neste dia, sua excelência, se dignou pagar. Enfim, mais um nó na garganta.
Dali fomos logo buscar o auto-rádio. Ele queria ir para casa. Paguei o restante e ele apanhou o pacote com tanta alegria que parecia uma criança. Disse-me obrigado, mas mais nada. Nem um beijo nem uma carícia nem um sinal de amor. Nada. Como se tivesse sido uma obrigação.
Já na rua perguntei como era a mulher dele. Disse-me que era muito bonita, mas não sentia amor por ela. Só me disse que eu tinha confundido amor com atracção física e que ele tinha confundido caridade com amor. Eu disse que gostava de a conhecer para ver a sua beleza e a poder estudar como psicóloga. Ele mostrou-me uma foto e, realmente, a senhora era linda. Até me questionei por que ele andava comigo tendo uma mulher tão linda, elegante, magra, com gosto no vestir e um olhar doce. Mas ele voltou a dizer o mesmo. Depois disse-me que não ficasse a  pensar nisso por que o meu interior era mais bonito que o dela. Isso, às vezes, não chega. Tive comiseração de mim própria. Ele andava comigo pelo dinheiro e para poder fazer as passeatas aonde ele nunca tinha ido.
Despedimo-nos na gare do Oriente. Fui para me sentar junto a uma janela e ele colocou a mão como era hábito. Primeiro fiquei aturdida. Já não me recordava o que aquilo queria dizer, mas depois fez-se luz e coloquei a minha. O comboio arrancou e eu vinha mais pobre em todos os sentidos.
Naquele dia não apareceu no msn nem enviou mensagem. Fiquei triste e chorei por ter sido enganada.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Saber ser ordinário!

Sexta, 18 de Março de 2005

Mais um dia em que não me apetecia falar com o Pedro. Mas mais um dia que cedi e deixei que ele comandasse a minha vida. Foi sempre assim até ao momento do "adeus" definitivo. Porém, um "adeus" em que eu é que fiquei prejudicada e ele saiu airoso e com o orgulho em cima por me ter ganho sempre. É mais mentiroso que o pinóquio. Não sei porque não lhe cresce o nariz. Todavia, a menina Flo***** Pe****a (nome falso) assim como falso foi dizer que pertencia à protecção de mulheres ultrajadas e maltratadas assim como o Fernando Pedro faz com as mulheres, me açoitar com fotos e pequenos enxertos de frases que tirava de outros perfis, com falsas esperanças que ele iria pagar pelo que tinha feito a tantas mulheres iguais a mim. Onde se meteu esta mulher que eu achava que era uma guerreira? Era uma falhada como eu e como falhada deu o fora e deixou de aparecer. Não tenha medo. Eu não tive e fiz queixa dele. Mas ele é muito esperto e até enganou um sargento da GNR. A união faz a força e se se juntasse a mim, ambas ganhávamos e ele perdia. Mas a vida está feita de gente falhada e medrosa. Eu não tenho medo. Por isso continuo a escrever, na esperança que ele venha a pagar mais tarde.
Voltando ao dia acima citado, estava ainda deitada e com receio que o telefone tocasse. Não se fez esperar muito que ele não me assustasse com aquele barulho que até rebenta os tímpanos de quem não quer ser incomodada.

08h34m13s

- Estou sim? ( Foi como atendi o telefonema. Estava cansada e não me apetecia ouvi-lo.)
- Ena! Hoje há trovoada aí para esses lados. Que tens?
- Nada, mas já sabia que eras tu e tu não precisas de salamaleques para falar contigo. Já és um da casa, não é assim?
- Se tu o dizes, fico contente por pertencer à casa, mas sem o teu marido.
- Isso é que não pode ser. Ele mora aqui e um dia que eu morra a casa vai para ele.
- Grande filho da...
- Cuidado com o que dizes. Eu nunca ofendi nem ofenderei a tua mulher. Ela é "a tua mulher". Eu só sou a "outra".
- Não digas isso. Eu quero casar contigo. Sou solteiro e posso casar com quem eu quero...
- E com quem queira casar contigo, não é assim?
- E tu não queres?
- Estou farta de dizer que Não quero. Nem tu deixas a tua mulher nem eu deixo o meu marido. E ponto assente, Ok? 
- Bem, hoje não estás bem. Não me queres contar o que se passou?
- Não tenho nada para contar. Não se passou nada. Apenas sou realista e tu és fantasioso.
- Ei, que nome me chamaste. Eu não fantasio.
- Então sonhas que é a mesma coisa.
- Bem, vamos falar, correto?
- Correto. Então diz lá coisas.
- Amanhã vens ter comigo? É que faço anos no Domingo. E quero festejar contigo.
- Posso dar-te a resposta logo?
- Mau! Então não me compras a prenda?
- É que dar prenda no dia antes dos anos, dá azar.
- Não venhas com essas coisas. Eu não acredito.
- Mas acredito eu. Posso dar-ta na segunda...
- Eu quero estar contigo. Já me estou a...
- Não digas mais nada. Quando queres, também sabes ser ordinário.
- Claro. Aprendi muito quando vim para Lisboa.
- Eu sei que sim. Mas vou passar o dia contigo.
- Ainda bem. O meu coração quase que parou. Um dia dá-me um fanico.
- Que engraçado!
- Eu sou "engraçado". E tu sabes isso. Mas agora vou trabalhar. Beijinho molhado, meigo... Hum! Gostoso.
- E com isso me despachas. Beijinho e até logo.


Neste dia só falei com ele no msn. Ele não me telefonou. Enviou mensagem.

18h02m20s

< Meu amor só terminei agora. Logo vai ao msn. Bjs doces. >