terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Fecho do perfil!

Quinta, 24 de Março de 2005

Ontem à noite, estava eu, para dar a minha voltinha pelo perfil do Fernando CM, quando me deparei que este tinha desaparecido. Vejo, Fernando Pedro, que lês o que publico cada dia que passámos juntos numa altura em que já nem me afecta o espírito ou a sensibilidade de um dia estar presa  ao teu charme falso e hipócrita. Tens receio? Olha que não publico nada que não se tenha passado no tempo em que eu era a " Tua Shakti" Como tantas vezes o mencionaste. Sabes que eu escrevia tudo o que se passava entre nós. Tu pensavas que eu seria tua para sempre ou pelo menos assim o dizias para a minha bolsa financeira se ir abrindo aos teus caprichos. Eu pensava que esta escrita me haveria de servir para te retratar como o vilão que és e o quanto sabes explorar as mulheres para te sustentarem no luxo que tu não podes nem nunca poderás usufruir.
Que te fez fechar a tua conta no facebook? As minhas declarações, o bolo do teu sexagésimo aniversário ou as conversas da Florbela?
Mas não andarás sem que te venha a encontrar novamente. És burro e cais sempre no mesmo erro. Já te conheço tão bem que até adivinho os teus pensamentos. Sei tanto sobre a tua inóspita vida que me dá voltas no estômago. És, realmente, um canalha.
Bem, isso dê-me ânimo para continuar. Sabes, estava com vontade de desistir da escrita no blog, mas tu fizeste-me mudar de ideias. A tua insensatez é a tua perdição no mundo das mulheres incautas quanto aos homens como tu.
E, assim sendo, aqui vai mais um dia em que nos perdemos num mundo que eu pensava ser efémero e tu que seria de longa duração até eu já não ter mais dinheiro. Por isso foste ver a minha conta bancária. Isso é crime e ainda tenho isso registado naquele gravador que comprámos, eu paguei, para gravar as conversas da minha cunhada. Mas lá chegarei a esse dia.
Hoje venho falar deste dia que não foi bom nem mau. Apenas sem sentido.
De manhã fiz o ritual de sempre com a minha mãe. Preparava-me para a sentar no sofá quando o telefone tocou. Eram 08h23m45s. Sentei a minha mãe comodamente e fui atender.
Já nada era surpresa para mim. Lá estavas tu com a tua voz efeminizada.  No meu melhor, e para te impressionar, disse:

- Estou sim, faz favor?
- Assim é que eu gosto que me atendas. Dá-me pica para te...
- Não sejas grosseiro. Já sei o que ias dizer.
- E o que ia dizer?
- Nem vale a pena falarmos sobre isso. Tu sabes ser ordinário para me fazeres pensar no passo que dei. Estás sempre a rebaixar a minha auto-estima e isso deixa-me mesmo no fundo.
- Mas eu não quero, meu Amor. Já não posso brincar um cadinho?
- Dessa maneira, não. Sabes que isso é  a pedra no sapato que eu não queria ter. Por vezes, sinto-me arrependida e com vontade de terminar tudo...
- Meu Amor, isso não. Eu não sei viver sem ti. Sabes que quero casar contigo e ficar sempre a teu lado...
- Mas isso não vai acontecer... Eu não vou deixar o meu marido. Mete isso na tua cabeça.
- Isso nunca e não vou desistir.
- É bom que o faças para não sairmos magoados.
- Então vais ao dentista?
- Vou. Deve ser a última vez que experimentarei até ter a esquelética. Hoje estive a ver no cartão das marcações e é isso. Na próxima terça já devo tê-la definitivamente.
- Encontramo-nos na estação?
- Sim, se o desejares.
- Se desejo. Tenho saudades tuas e das tuas mam...
- É melhor ficarmos por aqui, ok?
- Ok! Até logo minha doce amada, minha querida amante e amor como nunca tive outra.
- Até logo e porta-te bem. Beijinhos.
- Beijokinhas só nossas.

Cada vez me irritava mais a sua maneira de falar comigo. Era grosseirão e ordinário no que dizia e no que pensava. Eu não tinha a minha vag*** na testa para ele estar sempre com piadas desagradáveis.
O dia passou-se calmo. A consulta, também. Para minha surpresa a esquelética estava boa e o médico colocou-ma logo nesse dia. Falava muito mal e foi com um certo receio que me dirigi para a estação onde o Fernando Pedro esperava por mim.
Ele já lá se encontrava quando eu arrumei o meu carro. A minha mãe estava sentada no banco com o olhar perdido no vazio, mas ela estava a visualizar tudo.
Foi um encontro maravilhoso. Ele incentivou-me a falar muito para me habituar. Deu-me alento para suportar os dias com a minha mãe e ainda me apaparicou com meiguices e carinhos.
Mas nada dura eternamente e o comboio apitou para a partida. Ele correu para o apanhar e subiu as escadas a correr para não o perder.
Eu fiz-lhe adeus e vim para o carro. Parecia que tinha a minha boca muito cheia e que as palavras saiam abafadas e sem a menor ressonância.
A minha mãe falou. Eu fiquei sem saber  se estava a ouvir bem. Disse-me que éramos amantes e que ela não diria nada a ninguém. Falei que estava equivocada e que não tinha visto bem. Calou-se e já não falou nessa tarde. Tinha um olhar gélido e sem brilho. Não queria lanchar e queria não estar ali.
Neste dia já não falei com o Fernando Pedro. Mas tive a mensagem a desejar-me uma boa noite.

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