sábado, 23 de janeiro de 2016

Ida ao médico!

Segunda, 21 de Março de 2005

Neste dia eu tinha uma consulta em Lisboa. O Fernando Pedro tirou o dia para ir comigo e estar a meu lado, como o mencionou várias vezes.
Esperou por mim na gare do Oriente. Quando o comboio parou e eu desci, vi-o logo. Dirigi-me a ele que me beijou com carinho e desejo. Era o que parecia transparecer, mas era tudo uma verdadeira mentira. Mentira, também, é o que a menina Florbela me enviou. Uma foto do Pedro ao lado de uma senhora e disse-me que era a sua última aquisição. Mas não é verdade. A foto foi tirada numa festa da Reffer no Natal de 2009 ou 2010. É uma colega dele. Esta menina que deixou de me enviar ou receber os meus e-mails, disse-me muita coisa que não é verdade. Disse ser da protecção de mulheres maltratadas e ultrajadas por homens iguais ao Pedro. Talvez eu venha a saber quem é a Florbela, com nome fictício, que me encheu a caixa de correio com mentiras. Tenho uma pessoa amiga que me pode ajudar. Não é uma ameaça, é um aviso. Tanto era mulher como se intitulava homem. É mais uma mulher que foi maltratada e ultrajada pelo Pedro e cujo coração ainda lhe pertence  emocionalmente. O meu já não o tem há muito tempo. Hoje vejo-o como o maior biltre que já existiu. Um dia chamei-lhe "Capitão Robin" e quem não se recorda deste senhor que vivia enganando as mulheres? Só que foi preso e o Pedro ainda está em liberdade. Mas, e já agora menina Florbela, se quiser unir forças comigo, venha que ambas e mais um punhado delas, damos fim ao Pedro Sintra, Pedro Lisboa, Pedrokas50 ou Pedro S****, este último utilizado agora. 
Mas voltando ao dia 21 de Março sou a dizer que depois dos beijos e carícias trocadas naquela gare ao chegar do comboio, descemos e fomos apanhar o metro para Alvalade.
Aqui fomos ao Centro e fizemos comparações com o Vasco da Gama. Não havia comparação possível.
Depois fomos almoçar ao restaurante que fica do lado esquerdo quando se sobe a Avenida da Igreja.
Era de ferro verde e lá dentro tinha um quiosque. Não sei se ainda existe, mas era assim. A foto de cima assemelha-se a esse restaurante.
Comemos sopa de espinafre com grão e arroz de pato. Estava bem confeccionado e ele gostou muito. Também fui eu que paguei. Já se tornara num hábito que eu já nem questionava.
O tempo estava chuvoso e o Pedro segurava o meu chapéu de chuva grená. Íamos de braço dado e ele, de vez em quando, beijava a minha mão. Para fazermos tempo para a consulta fomos beber o café ele e eu uma vidago de limão na pastelaria do lado oposto do restaurante.
Enquanto isso, ele falou no dia de anos e disse-me que só eu e a mãe dele nos tínhamos lembrado disso. Que tinha sido um dia triste e que sempre recordaria os seus 50 anos como uma meta que não tinha querido atingir.
Na altura acreditei e nem pus em causa que isso não fosse verdade, devido ao semblante triste que me mostrou na altura. Era e é um verdadeiro artista. Muda de humor mais rápido que um colibri mexe as asas. Não é só um sociopata. Também é um bipolar.
Quando chegámos ao consultório, o médico ia a sair e disse-me que ia almoçar naquele momento. Pensámos ambos que seria uma hora, o máximo, mas passaram muitas horas e do médico nada. A empregada telefonou para o telemóvel do médico, mas este tinha-o desligado. Eu fiz um escabeche  muito grande. Bem sei que a empregada não tinha culpa, mas eu tinha que descarregar em cima de alguém. Entretanto o Fernando Pedro tentava acalmar-me e fazia-me festinhas. Eu estava mesmo exaltada com a falta de profissionalismo do médico. E da consideração para com os doentes que lhe davam o sustento. Disse à empregada que agradecia, mas que eu ia embora e que relembrasse ao médico em questão que os doentes são pessoas que merecem uma certa atenção. Se ali vão, é porque precisam dele, mas a trabalhar assim, não saberia se lá voltava eu ou se as outras doentes, que também lá se encontravam, voltariam. Todas nos viemos embora. Segundaram-me e o consultório ficou vazio.
Já na rua comecei a chorar compulsivamente. O Pedro secou-me as lágrimas com a costa da mão e acariciou-me.
Voltámos de metro para o Oriente. No metro, o Pedro deu-me razão e disse-me que se fosse com ele que já tinha dado o "pinote" há muito tempo. E não voltaria a esse médico, assim como não o recomendaria.
Falou-se, ainda, da minha mãe e que viria para minha casa nessa quarta-feira. Ele mostrou-se triste e disse-me que não estava preparado para outra separação. Agora que eu fazia tanta falta na vida dele. Achei-o genuíno e não redargui. 
No Oriente fizemos as despedidas como sempre. Sentidas e tristes. A mão no vidro da janela. Eram assim as nossas despedidas.

Sem comentários: