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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Com que direito?





Não sei onde foi tirada esta foto. Tu, Pedro, deves saber. Ela foi tirada do teu perfil. É no Norte, creio.

Domingo, 10 de Julho de 2005
 
Nem sempre somos inteligentes. Por vezes, somos pategos e deixamos que o outro leve a melhor para seu belo prazer. Nós apenas ficamos passivos a ver o outro levar a nossa vida a uma decadência há muito anunciada.
Quando damos conta e abrimos os olhos, as coisas já estão desintegradas e estão na outra parte que teve o discernimento adequado. Aí choramos a queda de um império que custou tanto a construir. Mas já está! Nada podemos fazer para que a ação se reverta a nosso favor.
É assim que o Pedro trabalha. Cuidado gente com este homem. Eu seria muito feliz se pudesse avisar todas as mulheres, do perigo que estão correndo, ao se embrenharem na teia tão bem tecida por ele. Mas eu própria caí. Foi tão difícil encarar a realidade!!!

Apenas não fiz a coisa que ele sempre mais me pediu:- Deixar o meu marido.
Eu sabia que a nossa relação não tinha bases para se tornar numa relação séria. Eu não confiava nele. E além do mais, amei, amo e amarei muito sempre o meu marido. Este, sim, que me ama, perdoa, compreende, acarinha, ouve e me ajuda em todos os momentos quer sejam bons ou maus. Cada dia o amo mais.

Neste dia, 10 de julho de 2005, estou eu muito bem a dormir quando o telemóvel dá sinal de mensagem. Acordo sobressaltada a pensar que o meu marido está ali ao meu lado. Não está. Recordo que me disse na noite anterior, antes de dormir, que ia dar uma voltinha de bicicleta. Sorrio. Apanho o telemóvel e leio, sofregamente, o que a mensagem contém:

09h56m12s

< Bom dia meu amor único. Já está acordada? Posso falar? Quero mesmo falar contigo preciso de, falar. Bjs doces de mel. >

Leio e releio o que está escrito. Não compreendo o que ele quer e fico assustada. Envio a dizer que pode falar porque estou só.

Atendo o telemóvel com receio do que pode vir de lá.

- Pedro o que se passa?
- Bom dia para ti também.
- Bom dia, Pedro. Fiquei assustada...
- Eu é que devia estar assustado. O que se passou ontem?
- Como assim?
- Ontem estivestes com ele, onde? Foram passear?
- Claro que estive. Ele está cá em casa, logo não o posso mandar sair.
- Fala a verdade. É que eu venho a descobrir...
- O quê? Andas a espiar a minha vida? Com que direito?
- És minha e não dele. Eu é que tenho o direito de estar contigo.
- Não, Pedro. Eu não sou de ninguém. Nem tua nem dele. Apenas me casei com ele e foi o homem que escolhi para estar a meu lado. Não questiono quando tu não podes falar no telemóvel nem no MSN. Não tens esse direito.
- Tenho sim. Amo-te mais que ele e não te esqueças que vamos na nossa lua de mel na Terça-feira.
- Pois! Mas com ele é que eu vivo.
- Vá, diz lá... Onde foram?
- A lado nenhum. Estivemos em casa.
- Se começas a mentir não é bom...
- E tu não me mentes?
- Mas só para te proteger.
- Foi por isso que me protegeste quando lhe deste o telemóvel a ela com uma mensagem minha.
- Foi um descuido.
-Vá lá não te zangues. Amanhã estamos o dia juntos.
- Estou com saudades. Vou dar-te muitos beijinhos. Vais ao MSN?
- Não sei, Pedro. Tudo depende.
- Eu espero por ti. Vá! Não te enerves. Por te amar é que sou assim.
- Mas não tens que ser. Nem te deves meter na minha vida. Eu também não me meto na tua...
- Bem, tenho que ir. Hoje sou eu a fazer o almoço.
- Ok! Bom almoço. Beijinhos molhados.
- Até logo, meu grande amor. Beijokinhas doces. Hummm, tão bom!

Fico estupefacta sentada na cama. Com que direito? Com que direito?

Tomo banho e desço. Tomo um pequeno-almoço fraco. São horas de começar a fazer o almoço.

Meu marido chega contente. Fez cem Km. Diz que cheira bem e vai tomar banho. O dia decorre normalmente.

14h54m39s

< Amor já almoçámos. A mãe dela e o padrasto hoje foram mais cedo. Qd poderes vai, ao MSN. Bjs doces. >

Fiquei triste. Ele não me tinha dito nada. Mas não tem o direito de dizer seja o que for. Eu também não tenho. Ponto.

À noite falamos no MSN. Combinamos o nosso encontro no dia seguinte pois irei ao médico.