quinta-feira, 9 de junho de 2016

Gostas de mim?

Quarta, 8 de Junho de 2005


É verdade o que esta postagem quer dizer. Não arranjaria forma mais airosa de te descrever. És assim, por natureza. E foi assim que me descartaste da tua vida. Aposto, também, que foi assim com todas as outras inocentes que se cruzaram no teu caminho.
Tinha outro poema para te dedicar. Todavia, hoje escrevo, apenas, aquilo que se passou neste dia.
Tínhamos combinado novo encontro em minha casa. Sinceramente que não sei como o fazias. Apenas tinhas trabalhado um dia depois das pequenas férias que te foram concedidas. Da tua vida, só sabias tu como me costumavas dizer.
Às 9h já estava na estação à tua espera. O comboio não se atrasou. Estava eu a pensar por que agia desta maneira, quando me bateste no vidro do carro. Assustei-me, recordas? Abriste aporta e sentaste-te com um à vontade que nem eu tinha. Beijaste-me e disseste que nem tinhas dormido a pensar no nosso encontro. Pudera! O caminho tinha sido regado havia pouco tempo.
Vieste sempre com a tua mão na minha coxa. Eu pedia contenção. Vinha a conduzir. O caminho não era muito concorrido, mas era perigoso. Aquela ponte era muito rigorosa. Hoje já não é assim.
Chegados a casa foi um delírio. Parecia que não nos víamos há meses. Eras muito sensual, amistoso, carinhoso, amoroso... Enfim, tudo o que uma mulher deseja. Porém, hoje vejo que havia pouco tempo te tinha dado mil€. O caminho tinha sido regado não com amor, mas com dinheiro. Estavas sempre a dizer que o caminho deveria ser regado para as flores não murcharem e o fogo da paixão não se extinguir. Hoje percebo o que tu querias dizer.
Depois da farra, ficámos na converseta, como costumavas dizer. Falámos do meu problema e daquilo que, supostamente, a advogada me tinha dito. Deste-me conselhos e disponibilizaste-te para me ajudares. Não queria a tua ajuda. Era a minha farsa...
Tomámos banho e fomos almoçar. Almoçámos no restaurante central. Comeste carne (medalhões de vitela) e eu comi peixe cozido e legumes. Estava no regime de emagrecimento. Demos uma volta pelo centro. Estaca calor e regressámos a minha casa.
No meio da nossa converseta sobre a minha vida, perguntei muito inocentemente:- Agora que estou quase pobre tu ainda gostas de mim?
A resposta veio de imediato:- Quando te conheci não sabia se eras rica e o que é teu, em bens materiais, continua a ser teu e da tua filha. Eu AMO-TE pela pessoa que és e não pelo que possas ter ou não ter. Se eu fosse um canalha (E eras um bem grande, mas disfarçado), já tinha dado o golpe do baú.(Claro que já tinhas dado "o golpe do baú". Mas ainda continuaste:- O dinheiro que te pedi, vou pagar até ao último cêntimo.
Mas qual cêntimo, Pedro? Não me deste nada. Ficaste com tudo e nem te importaste com isso.
De seguida perguntei:- Se " e eu digo ( se ) houver oportunidade, vens viver comigo?
A resposta foi pronta e segura: -Claro, meu AMOR. É só uma questão de tempo. A Cla**** tem que crescer mais um pouco e deixar de ser criança do papá.
Eu não tinha nenhuma intenção de magoar o meu marido nem a minha filha. 
Fui levá-lo à estação e despedimo-nos. Eu não fui à gare. Vi-o subir com segurança e muito senhor de si. Era um snob.
Voltei para casa e chorei por ter feito muito mal à relação que tinha com o meu marido. Nem queria imaginar o que se passaria, se ele viesse a descobrir.

17h44m13s

< Ainda sinto os teus lábios colados aos meus. Só lamento ñ poder continuar amanhã o dia todo. ADORO-TE. Bjs muitos e doces. >

22h08m01s

< Um beijo de boa noite de sonhos comigo. > 

6 comentários:

Rui Pires - Olhar d'Ouro disse...

Bom... e a saga continua... intensidade sem limites!...

Princesa disse...

Parece que a autora deste blog finalmente caiu na realidade...

Princesa disse...

Parece que a autora deste blog finalmente caiu na realidade...

Princesa disse...

Parece que a autora deste blog finalmente caiu na realidade...

Princesa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Claudio Chamun disse...

Bonita história, mas triste.
Abraços.

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