sábado, 13 de junho de 2015

Combinar a ida a Porto Covo

Quarta, 3 de Novembro de 2004
 
08h55m35s
 
 
< Nesta hora já me encontrava na estação para apanhar o Pedro que vinha passar o dia comigo. O comboio veio a horas, coisa que não acontecia com regularidade. Vi o Pedro descer as escadas com segurança e optimismo. Eu não estava tão segura de mim. Tinha receio de me encontrar com ele. Ia ser planeado o nosso passeio a Porto Covo. Não sabia como dizer a meu marido e magicava nisso constantemente. Para o Pedro era fácil. Dizia à mulher que ia trabalhar uma semana num sítio longe e que só vinha na sexta- feira. Como trabalhava à noite, tinha dias para tirar, segundo me afirmara na noite anterior no MSN.
Chegou junto de mim e entrelaçou-me entre os seus braços com loucura e muito carinho. Eu retribui e hoje, não estou nada satisfeita com aquilo que fiz. Mas o que está feito, feito está e não se pode voltar atrás ou apagar com uma borracha as nossas faltas que mais tarde nos envergonham.
No caminho perguntou-me se já tinha uma saída airosa para dizer a meu marido e justificar a minha ausência durante uma semana. Nunca me tinha ausentado sem ele. A minha filha estava a estudar na A******* e ainda não lhe tinha contado que andava com o Pedro. Se bem que falássemos de tudo, mas sentia-me envergonhada de lhe contar isto.
O dia foi de volúpia e loucura. Cada dia era melhor que o dia anterior. Ele mimava-me cada vez mais e fazia-me sentir feliz com ele. Falámos da nossa "lua-de-mel" Combinámos alguns temas e o que iríamos fazer durante os dias que lá nos encontrávamos. Pediu-me que fosse eu a marcar e que o fizesse no dia seguinte. Entrada na segunda e saída na sexta. Assenti e fiquei com essa incumbência, já que tinha o folheto que ele mirou e remirou. Perguntou várias vezes se os apartamentos eram bons, mas não quis saber o preço. Disse que se veria na altura.
Fomos almoçar ao C******, ao sítio habitual.  Mais uma vez, empurrou a conta para o meu lado. Eu queria perguntar-lhe porque não pagava o raio do almoço, mas não tive coragem. Voltámos para casa para fazer horas do comboio. Beijámo-nos muito e fomos felizes à nossa maneira. Fui levá-lo ao comboio e a despedida foi constrangedora. Eu estava triste e ele também se mostrou com um semblante triste. À noite ainda falámos no MSN, mas já não me enviou mensagem de boa noite para não dar nas vistas ao meu marido. >
 

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