terça-feira, 26 de abril de 2016

A filha dele telefonou!

Sexta, 6 de Maio de 2005


Sempre me preocupei por deixar passar uma boa imagem de uma esposa competente e dedicada. Contudo, o Fernando Pedro deu-me a volta à cabeça. Seria por ser meigo, carinhos, afável, prestável, adivinhar os meus pensamentos e mais um sem número de coisas, que me fez quebrar e "Pular a cerca" como ele costumava dizer? O certo é que descarrilei e vivi uma vida que não era a minha. Uma vida dupla, com perigos constantes, com receios, com calúnias... Uma vida que só me trouxe amargos, luxúria, dispêndio, remorsos e nem sei que mais... Isto não é ficção. É a pura realidade. Quantas mulheres terão histórias verídicas para contar como a minha? Muitas, eu sei...
O meu marido piorou. Neste dia fui com ele ao médico, logo pela manhã. Enviou-o para especialistas na matéria e receitou-lhe medicação até novo parecer.
Tinha desligado o telemóvel. Voltei a liga-lo e recebi um telefonema de um número desconhecido. Não atendi. Já não era a Zé Aguia**. Era outra pessoa. Tinha receio de quem poderia ser. Telefonei para o Pedro e disse o número. Era da Filha mais velha. Daquela que não era filha dele. Fiquei em pânico e disse que não sabia o que deveria fazer. Enquanto falava com ele, uma mensagem de voz ficou gravada no meu telemóvel. Dizia o seguinte: Olá Cetin***. Tudo bem? Fica bem. Eu voltei a falar com ele e transmiti-lha. Então ele alvitrou que eu mudasse de número. Mas como poderia fazê-lo se tinha o meu marido na cama e dependia de mim para tudo? Não podia ir à Vodafone e comprar um novo cartão. Não podia sem um motivo para dar a meu marido.
O meu marido adormeceu e eu desloquei-me a Vi***** Fra***** e comprei um novo cartão.
Enviei o novo número ao Pedro. Estava metida num imbróglio que ele me tinha arranjado. Assim que soube que eu lhe dava o dinheiro, a prioridade mais premente foi comprar um telemóvel e não teve as precauções necessárias. Quantas vezes o avisei para ter cuidado!
Fui arrastada para uma situação que poderia ter sido evitada.
Enviei uma mensagem para lhe dar a conhecer o novo número e perguntei se ela, a mulher dele, já lhe tinha dito alguma coisa. Enviou a seguinte mensagem:

17h23m02s

< Não sei e não me disse nada. Qd chegar a casa é q vejo como estão as coisas. Tem calma e deixa correr, dp eu digo como foi. Bj doce como os q gostamos.>

Não recebi nada de nada até à meia noite. Eu estava um farrapo. Tremia a dar a comida ao meu marido. Ele só me dizia para não me preocupar com a doença dele. Mas não era isso que me atormentava. Hoje digo isto com lágrimas no olhar, na alma e no coração. 
Pelas 00h09m15s recebi a seguinte mensagem:

< Esta tudo como se nada acontecesse. Ela não falou nada. Dorme bem. ADORO-TE. Bjs doces. >

domingo, 24 de abril de 2016

A mulher dele descobriu!

                    Quinta, 5 de Maio de 2005

Era  Quinta Feira de Ascensão. Feriado em muitos concelhos. No meu e no do trabalho do meu marido também era. Meu marido tinha ficado em casa. Porém não se sentiu bem. Tinha desequilíbrio e ficou na cama. Levantei-me para lhe dar o pequeno almoço. Enviei uma mensagem ao Fernando Pedro a dizer o que se estava a passar. Também disse, que se o meu marido não melhorasse que ia com ele ao médico na empresa onde trabalhava. Respondeu-me:

10h23m18s

< Mas afinal que tem ele? Vai-nos estragar os nossos planos. (Referia-se ao dinheiro). Bjs de quem te ama muito. >

Por volta do meio dia, recebi um telefonema dum número que não conhecia. Disse-me a voz de uma mulher:
< Sabe, o meu marido deu-me este telemóvel e tem aqui uma mensagem arrojada e vem desse úmero. É uma mulher. Que tem a dizer? >
Muito nervosa, respondi:
< Minha senhora este número é do telemóvel do meu marido. Ele está doente e eu fiquei de tomar conta dos recados. Entenda-se com o seu marido, que eu vou entender-me com o meu. >
A mulher do Pedro continuou:
< Sabe como é. Temos que ter muito cuidado e não precisa de estar nervosa. Agora já fico mais descansada. Mas vou esclarecer isto. Com licença. >
Desligou sem mais demoras. Eu fiquei em pânico. A mulher dele, a Zé, tinha descoberto. Mas por que raio já tinha comprado um telemóvel e não me disse nada? Tinha-o deixado, na véspera, no Parque das Nações. Já com a certeza que eu lhe daria o dinheiro, foi logo comprar um brinquedo novo. Telefonei para ele e disse o número que me tinha ligado. O Pedro confirmou que era da sua mulher e pediu para eu  desligar o meu até às duas da tarde. Assim fiz. Mas esqueci-me que tinha o voice mail ativo. A dita senhora deixou de me atormentar.
À tarde telefonou a perguntar se me tinham telefonado. Eu disse que não. Ele disse-me que ia ver como estavam as coisas em casa, mas que nesse dia já não me dizia nada e não íamos ao MSN. Assim foi. Ficámos em silêncio. O meu marido piorou.
Aqui começava um novo capítulo da minha vida. Aconteceu o que eu mais temia.


sábado, 23 de abril de 2016

Finalmente pediu-me dinheiro!

                  Quarta, 4 de Maio de 2005


No dia 4 de Maio era a nossa saída do hotel Al Tarik. Levantámo-nos cedo. O Fernando Pedro disse  que não tinha vontade de sair dali, mas  que não havia outra saída. Ia começar um capítulo novo
 na minha vida. Tomámos banho, arrumámos as nossas roupas e comemos um  pequeno almoço com alguma animação. Saímos e fiz o checkout. Enquanto ele arrumou as malas no carro, eu paguei a nossa conta. Reparei que tinha reservado no nome dele. Mas quem pagou, fui eu. Saímos dali e fomos ver esta capelinha cuja foto está nesta postagem.  Eu não estava preparada e fiquei muito triste com o sucedido. À porta desta Igreja, o Fernando Pedro, perguntou-me se ele estivesse com dificuldades de dinheiro, se eu o ajudava. Fiquei perplexa e não respondi de imediato. Olhei para ele muito séria e quis saber que género de ajuda. Foi quando falou pela primeira vez no empréstimo. Disse que me pagava até ao último cêntimo. Mas que precisava dele para levantar o mercedes. Ainda não o tinha feito porque não tinha o dinheiro. Estava com ele no meio do nada. Tinha apenas uma igreja que não me podia proteger. Respondi que, se não fosse muito dinheiro, podia contar comigo. Disse que não queria cheques. Queria uma transferência. Depois enviar-me-ia o número da conta. A quantia eram 1000 €. Estava feito. Já não podia voltar com a minha palavra atrás.
Daqui rumámos até Alcácer do Sal onde almoçámos. Tenho uma pen, que ele me deu, com fotos tiradas aqui e no regresso a Lisboa. Só não sei como passa-las para aqui.
Fui levá-lo ao Parque das Nações para ele apanhar o comboio no Oriente para casa. Chorei, de facto, mas porque não sabia como sair daquela embrulhada. Ele só dizia para eu ter calma por que logo, logo estaríamos juntos.
Cheguei a casa ainda antes do meu marido. Mas estava destroçada. Meu marido não compreendia o meu nervosismo se ainda há pouco tinha regressado de umas mini férias.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Nunca teve coração!

                           Terça, 3 de Maio de 2005


Um aspeto da praia da Lagoa de Santo André. 
Neste segundo dia, levantámo-nos cedo. O Pedro acordou primeiro que eu. Diz que ficou a olhar para mim, extasiado, a ver-me dormir com tanta serenidade. Não tinha e nunca mais teria. Ele roubou-me toda a dignidade que me restava. Receava ir ver à minha carteira os vinte€ que me faltavam. Estava implícito, de vezes anteriores, que ele me tirava o dinheiro para pagar o almoço. Tomámos banho e o pequeno almoço. Depois sentei-me na cama e quis falar com ele. Eu estava, indubitavelmente, certa que ele não acreditaria em mim. Porém comecei a narrativa da tentativa do suicídio em Abril. Ele escutava atentamente e bebia cada palavra que saia da minha boca. Vi que tinha sido um balde de água fria que lhe tinha caído em cima, mas não abrandei. Continuei até ao fim cada pormenor e detalhe sem vacilar. Quando eu acabei, ele falou, muito consternado: Já viste como eu ficava?
Respondi que nunca chegaria a saber. O telefone tocava e como ninguém respondia, ele desistiria.
- Engano teu. Tua filha teria que me explicar e eu iria a tua casa para saber o que se tinha passado.
Abraçou-me e beijou os meus olhos com sentimento. Pensei que estava a ser sincero. Todavia, hoje reparo o quanto me enganei a seu respeito. Ele nunca teve nem tem coração. Apenas ganância por dinheiro e viver acima das suas possibilidades.
Fomos almoçar ao Chez Daniel. Um almoço de peixe. Foi arroz de marisco. Não comi muito. Estava perturbada com o assunto do suicídio. Paguei eu, o que já se tornara um hábito.
Andámos a visitar os arredores. Tudo era bonito e eu comecei a ficar encantada e soltei-me. No regresso, deixámos o carro à beira da praia e caminhámos, descalços,  até bem perto da água. Havia muitas dunas. Numa delas, o Pedro, embrulhou-se comigo e ambos caímos. Beijámo-nos com sofreguidão. Era como se não nos beijássemos há décadas. Ele acariciou-me e disse que seria bom fazer amor ali mesmo. Eu nunca me dei bem com a areia. Portanto, não quis. Ficámos ali a ver o pôr do sol. Sempre adorei e ele mimava-me com isso.
Os meus pés vinham cheios de areia e eu sentia-me incomodada. Sentei-me para tirá-las, mas ele, com paciência, apanhou nos pés com carinho e  removeu as areias todas calçando-me em seguida. Fiquei sensibilizada e agradeci quanta gentileza. Mal sabia eu que ele estava a preparar o caminho para me pedir dinheiro. Mas não falou nisso. Por vária vezes tentei saber o porquê de não levantar o seu "Mimo" da oficina, mas ele desviava a conversa para coisas mais agradáveis.
Quando chegámos a casa fizemos amor e tomámos o nosso banho em conjunto. Ele acariciava o meu corpo ao passar por ele a minha luva de banho cheia de espuma. A banheira era um cume de espuma e nós enterrávamos o nosso corpo nela e  sentíamo-nos possuídos de uma melancolia que nos elevava ao êxtase.
À noite jantámos o que restava. No dia seguinte já era hora da partida.
Vimos televisão no canal Odisseia. Ele adorava ver um programa sobre inspetores que desvendavam crimes. Comentava comigo e ia seguindo o raciocínio da lógica. Contudo nunca era o desfecho da série.
Mais tarde telefonámos para os nossos apêndices. Ele falava sempre com as filhas.
Lavámos os dentes e fomos para a cama dormir. Era assim que terminava mais um dia.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Primeira noite em Al Tarik!

                 Segunda, 2 de Maio de 2005


Será uma vergonha expor a minha vida com o Fernando Pedro. Porém, um alívio. Talvez esteja a ajudar outras mulheres a não caírem na rede dúbia do Pedro. Para si, menina Florbela, deixo aqui o meu pesar por ter sofrido nas mãos deste crápula. Assim como para as mulheres cujas fotos me enviou. Tenho pena de não ter o nome de algumas, mas tenho as fotos. Um dia envio tudo para a judiciária. Não é só ele e a Dulcinei*** Marta que têm lá amigos. Desde  que não tenhamos receio, qualquer uma tem amigos. Não pensem que isto é uma obra de ficção. É a veracidade do que passei.

Hoje vou escrever sobre o meu primeiro dia em Vila Nova de Santo André com o biltre do Fernando Pedro Cachaç* Marques. Quantas mulheres passaram pela mesma situação? Receio que ele consiga fazer mais vítimas. Acreditem, que se eu soubesse o mail da mulher dele, enviava-lhe tudo e aí ela saberia de onde surgia o dinheiro e as roupas caras que ele usa. Era um começo, mas não sei, infelizmente...
Levantei-me cedo. Já tinha dito ao meu marido que ia sair até Quarta. Não sabia o meu destino, mas telefonar-lhe-ia a dizer.
Saí de casa perto das oito horas. Fui pela autoestrada até Setúbal onde tínhamos combinado. Quando lá cheguei, segui a orientação para o ferry. Ele encontrava-se já na estrada com o seu trólei. Parei e desci do carro. Beijámo-nos com uma certa ansiedade. Era como se estivéssemos longe um do outro há uma eternidade. Pedi que fosse ele a conduzir. Eu sentia-me reduzida a nada. Ele conseguia brilhar mais que eu que era ofuscada pelo seu charme.
Seguimos para o ferry. Paguei antes de entrarmos. Atravessámos o rio Sado aos beijinhos.
Já fora do ferry, seguimos em direção à Comporta. Neste trajeto, encontrámos um carro da polícia. O Pedro falou que ia devagar para o meu marido não pagar multa.  Almoçámos em Sines no Chez Daniel. Dali partimos para o hotel Al Tarik, cuja foto está encimada no início desta postagem. Fizemos o chekin. Era um quarto com duas camas. O Pedro organizou as camas e fez uma só. Começámos a organizar a nossa roupa.
Depois, depois fizemos amor. Quando acabámos ele falou que o seu Mimo estava muito bonito, mas ainda não o tinha levantado. Perguntei porquê e ele respondeu que não queria falar nisso. Não queria estragar as mini férias. Tomámos banho e fomos ao supermercado comprar o jantar.  Lá fiquei na caixa a pagar enquanto ele metia as coisas em sacos. Era muito bom a fazer isso. A pagar nem tanto. Fomos para casa. Jantámos e vimos televisão, Canal Odisseia. E deitámo-nos. Mas primeiramente, telefonámos aos nossos apêndices, como ele dizia. Ele também falou com as filhas

quarta-feira, 20 de abril de 2016

O mote para a estadia em Santo André!

          Domingo, 1 de Maio de 2005


Uma foto que o Fernando Pedro tirou quando foi estar com a sua Nia.
Era a véspera de irmos para Vila Nova de Santo André. Todo o cuidado era pouco. Não queria que o meu marido sonhasse, sequer. Mas o Pedro estava eufórico. Logo pelas 09h45m26s recebi a seguinte mensagem:

< Mil beijos para a mulher mais FELIZ que eu conheço e ADORO. >

14h51m16s

<Amor não vamos dar Bjs pq hoje estamos longe. mas vamos dar muito durante a nossa vida pq eu adoro-te. Beijoca grande. >

16h34m12s

< Amor vai ao MSN. Temos que falar. >

Enviei a dizer que não podia porque o meu marido não podia desconfiar. Ele enviou a seguinte mensagem:

16h56m15s

< Amanhã está às 9h em Setúbal junto à estação dos comboios. É na estrada q vai p´ró ferri. Beijoca com saudade. >

E estava dado o mote para uma estadia de duas noites e três dias em Santo André. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Estive em Aveiro!


Sábado, 30 de Abril de 2005

Acabei de chegar de Aveiro. Fui passar o Domingo e Segunda num ambiente muito acolhedor. Visitei várias coisas e uma delas foi o Museu do vinho Aliança, em Sangalhos. Vi coisas muito lindas do colecionador Berardo. Tem quadro lindíssimos, coisas  em terracota, imagens de tribos muito antigas, azulejaria  de Robalo Pinheiro e muitas outras coisas de interesse milenar. Em Aveiro visitei o Museu do bacalhau, a fábrica dos ovos moles, ílhavo e andei de moliceiro na ria, além de outros pontos turísticos.
Porém , a realidade volta e o sonho acaba. E cá estou eu, novamente, a escrever no meu blog.

A minha situação estava muito complicada e mais complicada se tornou quando fui para Santo André.
Neste dia falei com o Fernando Pedro. falámos no MSN. Tinha que manter uma calma que não possuía. Tinha que arranjar coragem para me despedir do meu marido. Telefonara à minha filha para a manter ao corrente e ouvira-a dizer que "Não confio no Pedro. Tem cuidado mamã".
Pelas 11h45m00s recebi uma mensagem do Pedro:

< Um beijo muito grande para ajudar a passar o teu dia. TE ADORO. >

Passados alguns minutos enviei uma mensagem a dizer que estava sozinha. Meu marido tinha ido almoçar com os meus sogros e, em seguida, ia ver o Benfica. Logo recebi outra dele.


12h03m12s


< Meu Amor vai ao MSN pelas 14h para falarmos. Beijoca saudosa. >


Na hora marcada eu estava no MSN. Falámos na ida para Vila Nova de Santo André. Marcámos o nosso encontro em Setúbal. Ele estaria na estação de comboios à minha espera. Disse-me como eu chegaria até lá e combinámos a hora. Falámos muito. Recordo, e escrevi no meu diário, que falámos na minha cunhada. Ele perguntou-me se eu tinha gravado algo que comprometesse o meu marido. Também me referenciou que o amigo da judiciaria não tinha encontrado, nada ilegal, em Al*******.
Portanto, não se podia acusar o meu marido do jogo do poker. (Jogo que ele alvitrara. Eu nem sabia o que era e nem tinha ouvido falar.)
Também me disse que a filha mais velha andava a namorar um mecânico que trabalhava na oficina que lhe tinha arranjado o carro. Seria verdade? Nem sei. Ele só me disse mentiras...
Depois à noite, enviou-me uma mensagem, a desejar uma noite feliz:


21h34m54s


< Meu Amor dorme bem. Sonha comigo e com o nosso encontro. Eu mal vejo a hora. Bjs de quem TE ADORA. >