Quinta 10 de Fevereiro de 2005
O Coreto no Rossio em Alvito. É onde se faz a feira anual de Agosto. E onde, o Pedro, me disse que tinha morado quando criança. Mas não é verdade. Ele morou numa casa, bem velha, no Largo da Igreja de Santo António. Dali só se vê o campo e pouco mais.
Mais um dia de diário. Hoje não estou nos meus dias. Estou um pouco em baixo. Penso que a justiça no nosso País é obscura e não funciona quando e como deveria funcionar. Os biltres continuam à solta e a cometer os mesmos erros de outrora. Conseguem enganar tudo e todos e por isso consideram-se os "melhores".
Esta quinta-feira foi uma de tantas outras que estive em contacto com o Fernando Pedro. Esta foi via telefone.
Eram 08h34m18s quando o telefone tocou. A Glorinha estava a dar o pequeno-almoço à minha mãe e eu vim, à sala, atender o telefone que não parava de tocar.
Eu sabia que era o Pedro, mas em mim gritava uma vozita a pedir que não fosse ele. Contudo senti que estava condicionada a ter que andar com ele até que ele me descartasse, um dia.
- Estou sim, por favor?
- ´Mor sou eu. Posso falar?
- Não é muito boa ideia. A Glorinha está a dar o pequeno-almoço à minha mãe e pode aparecer de repente.
- Então já sabes como falar, né?
- Pois, eu sei, mas tenho receio que ela se aperceba de alguma coisa.
- Eu falo baixo e ela não me ouve.
- Ok! Eu vou ter isso em consideração.
- Então já sabes o dia que nos vamos encontrar? A tua mãe vai embora no Domingo, não vai?
- Vai. A minha irmã vem cá almoçar e jantar e, depois, leva a minha mãe.
- Boa. Pode ser na Segunda. Vens ter comigo a Entrecampos e depois vamos ao L******. Não gostas da ideia? Eu estou em pulgas. Estou em abstinência completa.
- E ela não desconfia?
- Desde que nos zangámos que pouco nos falamos. Agora há de sofrer até eu querer.
- Também és mauzinho quando queres. Será que um dia vais ser assim para mim?
- Não ´mor. Vou estar sempre ao teu lado e nunca me vou zangar contigo. És um doce de mulher. Sempre quis uma assim e agora não te quero deixar. E tu?
- Também não. Mas não quero viver contigo. Tu sabes que isso não vai acontecer... Nunca!
- É uma coisa para se ver. Um dia vamos viver para sempre juntos.
- Tu lá sabes o que queres. Ou será que sabes?
- Estou muito seguro e com certezas. Um dia vais-me dar razão.
- Vamos ver. Agora tenho que desligar. Beijinhos doces.
- ´Mor não te vás já embora.
- Tenho que ir. Com licença.
- Então deixa-me despedir até mais logo. Beijokinhas doces, molhadas onde e como quiseres.
11h59m04s
< Amor mio vou almoçar. Bom almoço. Bjs só nossos. >
16h56m32s
- Estou sim, por favor?
- Sou eu. Posso falar?
- Sim. Obrigada por te recordares de mim, Lucina. ( A Glorinha estava na sala a limpar o bar.)
- Já sei que tens companhia.
- Sim. Tenho cá a Glorinha comigo e está-me a ajudar com a minha mãe, como já te tinha dito.
- Já pensastes no nosso encontro para Segunda?
- Não. Ainda não tive tempo. Com a minha mãe assim...
- Então vai pensando porque eu estou desesperado para fazer amor contigo.
- Pois, as coisas não batem só à porta dos outros. Temos que pensar que poderemos ser os próximos.
- Linda conversa! E depois dizes que não sabes arranjar mentiras.
- Obrigada pela tua atenção. Beijinhos.
- Não te agradou? Beijokinhas doces, só nossas.
21h12m10s
< Ficastes zangada? dorme bem. Bjs só nossos. >