domingo, 22 de novembro de 2015

Terça de Esperança!

Terça, 8 de Fevereiro de 2005
 
 
Alvito no seu melhor. Vila que viu nascer este biltre de que falo.
 
 
Esta terça estava cheia de Esperança para ambos. A minha irmã, disse que vinha buscar a minha mãe no fim de semana. Pela manhã ainda não sabia da notícia. Mas assim que recebi o telefonema, enviei uma mensagem ao Pedro.
Logo cedo me telefonava com as suas lamúrias de sempre.
 
09h30m09s
 
 
- Estou sim, por favor?
- Podemos falar?
- Se quiseres, eu estou aqui.
- A tua empregada?
- Está a fazer a limpeza no segundo andar.
- Então, Amor, ainda não sabes nada da tua irmã?
- Não. Hoje ainda não telefonou. Também é cedo.
- Agora andas a deitar-te cedo...
- Tenho que aproveitar o sono da minha mãe. E, acredita, que durmo muito bem. Como durmo no quarto dela, parece que gosta e se sente segura ou sem medo, não sei bem.
- Estou cheio de saudades tuas. Mesmo. Nem sei explicar. Sinto muito a tua falta. Hoje dormia no teu regaço.
- Mas não dormiste de noite?
- Dormi pouco. A pensar em ti, em nós, nisto tudo.
Nunca pensei amar tanto uma pessoa como te amo a ti. És o meu sol, o ar que respiro, a minha vida...
- Ena, tanta coisa ao mesmo tempo.
- É verdade. Já não sei viver  sem ti. E tu?
- Eu o quê?
- Porra, estou para aqui a falar e tu não entendes nada. Se também sentes a minha falta...
- Não sejas mal criado. Eu entendi, mas gosto quando tu ficas assim todo melado.
- Mas não respondestes à minha pergunta.
- Também sinto muito a tua falta. Às vezes, tenho a sensação que tudo foi um sonho e que tu já não me queres mais.
- Ó meu Amor como poderia isso acontecer? Tu és tudo para mim. Eu sem ti só vejo a noite escura.
- Que doçura...
- Só que tenho ciúmes porque só falas da tua mãe.
- Amor ela está doente e nem sabe quem é nem quem eu sou. Já viste como me sinto de ver que a minha mãe me trata como se eu fosse uma estranha?
- Pois! Deve ser triste as nossas mães estarem assim.
- Só desejo que nunca vejas a tua assim. É desolador.
- Nunca se sabe, né? ( Dizia o " né " quando queria dizer "não". )
- Mas a tua ainda tem muito tino e é saudável.
- Nunca se sabe o que pode acontecer. ( Repetia isto sempre. De certeza que já andava a magicar como me haveria de cobrar a sua ajuda. )
- E hoje estás aonde?
- Estou aqui no Oriente. Mas de repente posso sair.
-Bem, tens que trabalhar e eu tenho uma criança para cuidar. Pior que uma criança.
- Assim que souberes alguma coisa, avisa-me logo.
- Está bem. Só te tenho a ti para repartir as minhas coisas. O meu marido anda muito embrenhado num projeto novo, mas ajuda-me muito.
- Não faz mais que a obrigação dele. Não fizestes o mesmo à tua sogra?
- Fiz, como já te contei.
- Eu sei. Para no hospital dizerem que "vem aí a sua filha" quando tu lá ias, logo por aí se vê.
- Ora vês como te recordas?
- De tudo o que me contastes. Registo tudo.
- Lindo menino.
- Bem, agora vou trabalhar. Ainda entra aí o chefe e eu no paleio.
- Beijinhos doces.
- Beijokinhas molhadas, carinhosas onde e como quiseres.
 
11h45m30s
 
< Boa notícia Amor. Vamos logo marcar um encontro. Bjs só nossos. >
 
17h10m09s
 
- Estou sim, por favor?
- Sabes onde estou?
- Não faço ideia.
- Estou em Alcácer. Vim para aqui logo depois do almoço. Mas já vamos embora agora.
- Andas sempre de um lado para o outro.
- É o meu trabalho. Boa notícia. Eu tinha muita esperança neste dia. Vamos já marcar um encontro?
- Não achas cedo?
- Depois é só contar os dias a mingar.
- Amanhã falamos. Agora tenho que desligar. Vem aí a Glorinha. Beijinhos molhados.
- Beijokinhas só nossas.
- Boa viagem...
 
21h23m34s
 
< Dorme bem. Bjs só nossos. Adoro-te sabia? >


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