sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Adoro-te, sabias?

Segunda, 24 de Janeiro de 2005
 
Paisagem alentejana. Ao fundo vê-se Alvito. Foto tirada da Pousada.
 
Mais uma vez me surpreendi com o que escrevi no meu diário, neste dia. São tantas as coisas que escrevi que, realmente, faziam um livro.
De facto que gosto de escrever e fi-lo durante o período em que andei com o Fernando Pedro. Gosto de escrever para mais tarde recordar. Também escrevo aquelas coisas que me incomodam. Mas não lhe dou aquele ênfase que dou a uma alegria, a um momento fabuloso, a uma pessoa específica...
Todavia, ainda continuo a escrever o meu dia a dia. As emoções, as fantasias, as veracidades da minha vida.
 
Mais um dia em que o Fernando Pedro era o rei da minha vida. Aquele que me fazia sentir uma mulher diferente. Que fazia com que eu o desejasse mais a ele que qualquer outro fator da minha vida. Aquele em que eu coloquei toda a minha espectativa. Até lhe dei a minha vida.
Porém, hoje, e olhando para trás, vejo que não valia a pena tê-lo colocado numa fasquia tão alta. Teve pés de barro e, como tal, veio o momento em que sucumbiu. Os pés derreteram e ele caiu do pedestal em que o tinha colocado. Hoje vale mais que nada.
 
08h4m21s
 
- Estou sim, por favor?
- Ai amor mio, como eu adoro esse teu jeito de atenderes..
- E só adoras isso?
- Adoro tudo o que tens. Adoro-te, sabias?
- Hum... Não sei se acredito.
- Já te dei provas disso, né?
- Sim, de facto.
- É que adoro mesmo. És a mulher que eu escolhi só para mim. Por que és só minha, não és?
- Olha que pergunta! Claro que sou só tua.
- Pois! Não te quero dividir com mais ninguém. Nem mesmo com o teu marido.
- Já falámos a esse respeito. Ele não tem nada comigo. Um dia ainda o ponho da cama para fora.
-Hi!Hi!Hi! Fazias isso?
- Não sei. Sempre serve para me aquecer. E tu punhas a tua mulher?
- Já te contei o que aconteceu não há muito tempo. Mas agora não lhe posso fazer isso. Não quero problemas, percebes?
- Sim, percebo. Então percebe também o meu lado. Agora só ia agudizar as coisas e eu não quero. Andamos ambos calminhos. É assim que deve continuar.
- Mas não por muito tempo. Um dia ainda vamos viver juntos.
- Achas? Eu não. Nem tu deixas a tua mulher nem eu deixo o meu marido.
- Amor, ouve. Eu Adoro-te e estar nesta situação, não me agrada nada.
- Pois, mas, por enquanto, tem que continuar assim.
- Até um dia. Bem, hoje vou para Santa Apolónia. Vou ter uma reunião às 9 e meia.
- Feliz dia. Até logo.
- Ah! Não esqueças: Adoro-te, sabias?
- Já sei. Bom dia.
- Até logo. Beijokinhas doces.
- Beijos.
 
13h20m09s
 
< Comi por aqui. O teu almoço foi bom? Adoro-te sabia?. Bjs molhados. >
 
17h15m59s
 
- Sim, por favor?
- Já tens que calcular que sou eu a esta hora.
- Olha que gracinha! Pode ser outra pessoa. Nem sempre telefonas à mesma hora, não!?
- É verdade. É conforme o serviço. Mas mais ou menos, sou eu, né?
-Nem sempre. Também já tens telefonado a horas que tenho cá a Glorinha.
- Pois. É sempre a mesma frase: - É engano. Não há ninguém com esse nome... Já sei que tens a tua empregada.
- Olha, amanhã é dia de ela cá estar. Já sabes que não podes telefonar à tarde.
- Falamos de manhã. Só para ouvir a tua voz.
- É assim tão importante?
- O quê?
- Às vezes, tenho a sensação que não estás cá.
- Para ti tou sempre, meu Amor. Adoro-te muito e isso faz a diferença, né?
- Tu assim o dizes. Espero nunca me arrepender.
- Não te vou desiludir. Nem te vais arrepender de nada. És tudo na minha vida.
- Hum...
- É verdade. Sem ti, eu não vivia.
- Pois, engana-me que eu gosto.
- Não é engano nenhum. Se não tiveres outros homens, serei SEMPRE teu.
- Até parece! Estás sempre com a mesma conversa... Muda o disco.
- E vou mudar. Vou cavar daqui para fora. Por hoje já chega.
- Linda despedida, sim senhor..
- Amor não leves a mal, mas foi um dia de loucos.
- Vá, vai lá embora. Até logo, se eu puder ir ao MSN.
-Até logo doçura. Beijokinhas molhadas.
- Beijos também para ti.
 
21h56m46s
 
< Dorme bem. Foi pouco tempo, mas soube a pouco. Bjs só nossos. >
 
 
 

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