sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Desconfianças!


Segunda, 31 de Janeiro de 2005
 
Mais uma foto que referencia onde habita o Fernando Pedro ou muito perto.
 
Era um dia igual a tantos outros. Eu estava a abrir a janela do meu quarto para arejar até eu ir tomar banho. De dentro veio um estridente som que me tirou da minha apatia de sempre. Não me apetecia ouvir ninguém e muito menos o Pedro. Ainda estava magoada com ele. No remanso da minha casa, pensei cuidadamente, sobre o que se tinha passado no Sábado. Tinha ficado muito triste por ele me ter agraciado com tantos defeitos. Eu tinha sido generosa, embora me apetecesse dizer que ele era um oportunista. Mas não o fiz para não ferir a sensibilidade dele.
Laconicamente  deixei-me estar na janela. Não iria atender. Ele tinha que pensar que me tinha magoado muito. 
De repente o telefone deixou de se ouvir e eu respirei de alívio. Fizera uma coisa que eu pensava não ser capaz de fazer. Mas fi-lo e senti-me bem. Só que foi alívio de pouca dura. O telefone voltou a ouvir-se. Lá tive que atender. Ao certo, não sabia quem estava para lá da linha.
 
08h56m34s
 
- Estou sim, por favor?
- Amor sou eu. Bom dia para a flor mais linda do meu jardim.
- Ah! És tu?
- Estavas à espera que fosse outra pessoa? A esta hora sou eu sempre. Ou não?
- Podes não ser. O meu marido já me telefonou a dizer que vem almoçar. Vai à Serra de M********* com um colega e pediu-me para fazer almoço a contar com dois. Como vês, pode ser qualquer pessoa.
- Ainda dizes que andas só comigo...
- Calma lá! No Sábado já me ofendeste que chegue. ( Cortei eu azedamente. ) Se vens com a mesma conversa, é melhor desligares já. Não estou com pachorra de ouvir as tuas desconfianças.
- Calma, Amor. Eu não penso nada.
- Ai não? Então por que me atormentas sempre com a mesma conversa? Já chega, Pedro. Estou farta por não teres confiança em mim.
- Eu tenho confiança, mas tenho muitos ciúmes...
- Os ciúmes são doentios e não trazem nada de bom a uma relação. Pára de  seres  infantil. Eu não aguento.
- Pronto! Já cá não está quem falou. És brava quando queres.
- Não é "quando quero", é quando tu me provocas.
- Pronto! Só não te quero perder...
- A comportares-te assim, um dia mando-te passear.
- Desculpa, prontos.
- Olha agora digo como tu me dizes às vezes, As desculpas não se pedem, evitam-se. E esta conversa era desnecessária. Bem basta que a tivesse que ouvir no Sábado. Foste mesmo desagradável e és quando queres.
- Perdoa. Julgava que estava a ser uma conversa de circunstância.
- Achas que eu acredito nisso?
- Vá lá Amor, fazemos as pazes? Ainda ontem tive que levar com a mãe dela mais aquele homenzinho insignificante.
- É a tua obrigação. Não estás a viver com ela? Tens que receber a sogrinha também.
- Olha, sabes? Na quarta posso ir a tua casa. Vamos ser felizes e eu compenso-te de todo o mal.
- Vamos ver se podes vir. Se o meu marido não acabar o trabalho na Serra, vai vir aqui almoçar.
- Ai não me faças isto. Preciso de estar contigo. Quero estar contigo o tempo que puder.
- Só logo sei. E hoje não me podes telefonar à tarde. Ele pode vir mais cedo.
- Ainda mais essa..
- Nada de anormal. Amanhã falamos.
- E logo não vais ao MSN?
- Logo se vê.
- Adoro-te, sabias?
- Sei lá se adoras... Às vezes tens atitudes que deixam muito a desejar.
- Tenho ciúmes, prontos...
- Os ciúmes não levam a lado nenhum.
- Vou-me controlar.
- Espero bem que sim.
- Beijokinhas doces, meigas, molhadas e saborosas. Hum! Que bom!
- Beijinhos e até logo.

12h09m10s

< Vou almoçar agora. Penso em ti com todo o meu Amor. Bjs para tua sobremesa. >


17h15m34s

< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã amo-te muito, e por isso tenho medo de, te perder. Não me deixes e ama-me como eu te amo a ti. És o sol da minha vida cinzenta e triste. Não sabes como é a minha vida lá em casa. Às vezes só a C****** R***** me compreende. Mas é muito jovem para perceber. Tu percebes. Eu confio em ti. Quero-te para SEMPRE. Amo-te. Bjs molhados e ternos. >


21h59m58s

< Dorme bem. Foi bom falar contigo. Bjs só nossos. >
 

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