domingo, 8 de novembro de 2015

O nosso dia


Quarta, 26 de Janeiro de 2005
 
Esta foto foi tirada do Castelo em Sintra.
Não posso deixar de referenciar esta cidade. É neste conselho que vive o Pedro.
Vou entrar em mais um capítulo que marcou uma época da minha vida. A época em que andei, tontinha, com ele. Fiz coisas que nem lembra ao diabo, mas fi-las e hoje não posso voltar atrás, como muitas vezes, tenho narrado.
As minhas narrativas são verídicas. Tenho um diário onde escrevia todas as coisas  que dissessem respeito ao Pedro ou a nós dois. Inclusivamente, até escrevia as mensagens, via telemóvel, que ele me enviava.
 
Mais um dia passado na minha casa. Era " o nosso dia " como ele mencionava muitas vezes. e eu comecei a mencioná-lo também.
O comboio aparecia, mais ou menos, à mesma hora. E, neste dia, não foi exceção.
Eram 09h12m25s quando ouvi o apito do comboio a entrar na estação. Eu estava, no meu carro vermelho, à sua espera. Tinha um misto de sentimentos no meu coração. Uns que me diziam que o dia ia ser bom. Outros que, pelo contrário, me alertavam para a maneira conspurcada que geria a minha vida. Outros, ainda, que me acusavam de falta de senso e bom comportamento. Nunca tinha saído do caminho reto a que me dedicara desde muito nova.
Fui uma menina exemplar. Era muito religiosa. Até tive tudo marcado para entrar no convento de Santa Clara, em Coimbra. Porém, na véspera da minha partida, o meu tio padre disse à minha mãe que estava prestes a perder-me. Até já tinha a minha mala em casa de outra freira para partir no dia seguinte rumo a Coimbra onde ingressaria como noviça.
 A minha mãe, embora muito religiosa, mas desfez tudo e proibiu-me de fazer essa loucura.
Não tive namorados de jeito senão um arranjado pelos meus pais. Já tinham marcado o casamento e eu pensei que não amava essa pessoa. Fui pelo caminho mais curto: o suicídio. Não deu certo. Claro, senão não estava aqui a contar a história da minha vida.
Depois de conhecer o Fernando Pedro tentei o suicídio mais duas vezes. Ele provocou-me problemas que, provavelmente, chegará o dia para os contar.
 
Como ia narrando, o comboio silvou e eu dei conta disso. Pulei de susto pois estava embrenhada  noutros pensamentos, como atrás descrevo.
Ele desceu as escadas majestosamente com aquele porte de gente fina e bem ciente do que queria. Eu olhei para ele com receio dos meus pensamentos. Mas abri-me em sorrisos, de orelha a orelha, e abri a porta do carro para lhe dar as boas vindas. Abraçámo-nos e beijámo-nos efusivamente. Ele entrou para o carro e eu comecei a conduzir rumo à minha casa. Pelo caminho, ele mexia e remexia aqui e ali. Eu tinha medo de me desconcentrar. Mas ele fazia-o com o intuito de me fazer querer que ele estava sedento.
Em casa, assim que abria a porta, ele era um abusador e fazia-me esquecer de todos os pensamentos que povoavam o meu cérebro. Eu esquecia tudo e entregava-me a ele com uma volúpia que nunca tinha sentido com mais ninguém, apesar de esse " ninguém " ser o meu marido.
Neste dia foi, também, assim. Ele tem um fetiche para fazer amor que eu não sabia que dava resultado. Era colocar-me na beira da cama e fazermos amor assim. De facto que dava resultado. Mas quando ele já tinha o que queria de mim, este fetiche deixou de ter resultado. Já não me trabalhava e a relação não resultava.
Ele era muito assedo. Depois do coito, íamos sempre tomar banho. Tomávamos banho juntos e ele lavava-me com a minha luva de algodão e com o gel de banho. Muitas vezes fazia-me tantas carícias que eu acabava por ter um orgasmo. Ele adorava e dizia que era muito bom a excitar as mulheres. Eu desconfiava quando ele dizia isto e perguntava, sempre, se ele andava com alguém. Perentoriamente respondia que era assim que tratava a mulher. Um dia até me contou que a sogra era toda XPTO e que apanhou uma conversa dela com a filha sobre os homens não serem bons na cama. Contou-me que, nessa noite, após a conversa, fez a mulher dele ir às nuvens para lhe mostrar que ainda era um jovem e sabia confortar as mulheres.
Depois do banho, vestimo-nos e fomos almoçar ao C*******. Fomos ao restaurante "Central ", no primeiro piso.
Entretanto viemos para casa e chegou a hora da despedida. Contudo, e se ainda houvesse tempo, ficávamos na minha casa, sentados no sofá, a fazer horas para o comboio das 17h. Neste período em que estávamos em casa a fazer horas para o levar à estação, dizia-me para lhe fazer o que eu achasse que me dava prazer para não ficar a pensar que não tinha aproveitado, ao máximo, a sua estadia.
Depois era o " adeus " e aguardar mais um dia em que ele pudesse vir ou eu ir ter com ele ao Oriente.

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