quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Sossego!

 
Sábado 12 de Fevereiro de 2005
 
Foi numa destas fontes que eu e o Pedro estivemos sentados algumas vezes. Trocámos beijinhos e conversámos sobre a minha cunhada. Um dia chego a essa conversa. Hoje apenas venho deixar umas mensagens, via telemóvel. Era Sábado e eu tinha a minha mãe comigo. Era um dia em que nos costumávamos juntar para conversar e passar o dia juntos. Ele relembrou isso.
 
10h23m09s
 
< Amor mio estou no Feira Nova às compras. Hoje era o nosso dia, lembrastes? Bjs onde e como quiseres. >
 
13h14m36s
 
< Já almocei. E tu? Estou só com a C******* R*****. Ela foi trabalhar. Socego. ( "socego" não se escreve assim, mas ele dava muitos erros. ) Bjs só nossos.
 
 
15h58m43s
 
 < Estou no MSN. Podes aparecer? Eu espero. Bjs molhados. >
 
21h12m12s
 
< Dorme bem. Bjs só nossos. Fique triste por não falar contigo. >
 
 
 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Tu mandas!

Sexta, 11 de Fevereiro de 2005
 
Como já é hábito desde há alguns meses, venho escrever mais um dia de conversação com o Fernando Pedro. E, como sempre, sirvo-me do meu diário que, na altura, escrevi para me recordar dos bons momentos que eu pensava não acabarem. Contudo, há sempre um fim para qualquer coisa. Embora o Pedro dissesse que não. Mas foi sol de pouca dura. Andava a ver a maneira de me levar uns cobres bem altos para, depois, ir embora com os bolsos cheios de tudo menos da minha pessoa como mulher que dizia amar muito.
 
 
O telefone tocou e eu fui atender enquanto a Glorinha penteava a minha mãe. Não queria que fosse ele, mas era.
 
 
08h54m09s
 
 
- Estou sim, por favor?
- Amor mio, sou eu. Posso falar? Isto agora é assim...
- Podes, mas tenho que fazer à minha maneira e não me digas o que me disseste ontem senão desligo logo.
- Ok, princesa. Tu mandas.
- Não mando. São as circunstâncias da vida que me levam a fazer isto. Ou, então, não falamos...
- Não, isso não. Eu sei que tem que ser assim. Mas para a semana volta tudo ao normal?
- Sim, de facto.
- Então vens ter comigo na segunda?
- Provavelmente que sim, mas não prometo nada. No Domingo à noite ainda falamos no MSN.
- Estou em abstinência e já não aguento.
- Até parece que sim...
- Como não acreditas? É verdade. Foi desde que brigámos. Percebes a minha posição?
- Percebo, mas um dia têm que fazer as pazes. Ou não?
- Sim, claro. Mas até lá, ela vai saber como é. Agora quero estar contigo.
- Desculpa, mas tenho que desligar. Elas já vêm aí as duas. Beijinhos de mel.
- Hum! Tão gostosos. Do jeito que tu dás. Beijokinhas como e onde quiseres.
 
 
12h02m34s
 
 
< Já almoçastes? Eu vou agora. Bjs só nossos. >
 
 
16h35m40s
 
 
- Estou sim, faz favor?
- ´Mor sou eu. Eu sei que é cedo, mas tenho que ir a Entrecampos e depois vou embora.
- Sim. A Glorinha anda a fazer a limpeza no meu quarto. É só já o que falta.
- Logo não vais ao MSN?
- Já sabes que não. Vou deitar-me quando deito a minha mãe.
- Pois, isso... Mas e o nosso encontro?
- Depois falamos, ok?
- Sim, está certo. Também sei esperar.
- Andas muito ansioso. Eu não. Nem por isso. ( demonstrava uma calma aparente. Uma calma que não tinha. Não por tratar da minha mãe, mas por ser pressionada por ele. Estava a irritar-me solenemente )
- São as saudades que tenho de estar contigo. Amo-te mais que tudo na vida.
- Às vezes fico sem palavras.
- Tu? Sem palavras? Não acredito.
- O problema é teu. Às vezes nem sei o que te responder na altura. Depois de passar é que repenso e vejo que poderia dizer isto ou aquilo. Mas só depois quando já não tem cabimento.
- Regista e depois dizes-me. Não escreves o que se passa connosco?
- Escrevo.
- Então, escreve isso e depois dizes-me. " Referente à tal conversa, tenho isto para dizer ". É mais bonito. Mas agora tenho que ir. Beijokinhas doces de mel.
- Beijos e porta-te bem.
 
21h45m10s
 
< Já estás deitada? Dorme bem. Bjs só nossos. >


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Vamos viver juntos para sempre!

Quinta 10 de Fevereiro de 2005
 
 
O Coreto no Rossio em Alvito. É onde se faz a feira anual de Agosto. E onde, o Pedro, me disse que tinha morado quando criança. Mas não é verdade. Ele morou numa casa, bem velha, no Largo  da Igreja de Santo António. Dali só se vê o campo e pouco mais.
 
 
Mais um dia de diário. Hoje não estou nos meus dias. Estou um pouco em baixo. Penso que a justiça no nosso País é obscura e não funciona quando e como deveria funcionar. Os biltres continuam à solta e a cometer os mesmos erros de outrora. Conseguem enganar tudo e todos e por isso consideram-se os "melhores".
 
Esta quinta-feira foi uma de tantas outras que estive em contacto com o Fernando Pedro. Esta foi via telefone.
Eram 08h34m18s quando o telefone tocou. A Glorinha estava a dar o pequeno-almoço à minha mãe e eu vim, à sala, atender o telefone que não parava de tocar.
Eu sabia que era o Pedro, mas em mim gritava uma vozita a pedir que não fosse ele. Contudo senti que estava condicionada a ter que andar com ele até que ele me descartasse, um dia.
 
 
- Estou sim, por favor?
- ´Mor sou eu. Posso falar?
- Não é muito boa ideia. A Glorinha está a dar o pequeno-almoço à minha mãe e pode aparecer de repente.
- Então já sabes como falar, né?
- Pois, eu sei, mas tenho receio que ela se aperceba de alguma coisa.
- Eu falo baixo e ela não me ouve.
- Ok! Eu vou ter isso em consideração.
- Então já sabes o dia que nos vamos encontrar? A tua mãe vai embora no Domingo, não vai?
- Vai. A minha irmã vem cá almoçar e jantar e, depois, leva a minha mãe.
- Boa. Pode ser na Segunda. Vens ter comigo a Entrecampos e depois vamos ao L******. Não gostas da ideia? Eu estou em pulgas. Estou em abstinência completa.
- E ela não desconfia?
- Desde que nos zangámos que pouco nos falamos. Agora há de sofrer até eu querer.
- Também és mauzinho quando queres. Será que um dia vais ser assim para mim?
- Não ´mor. Vou estar sempre ao teu lado e nunca me vou zangar contigo. És um doce de mulher. Sempre quis uma assim e agora não te quero deixar. E tu?
- Também não. Mas não quero viver contigo. Tu sabes que isso não vai acontecer... Nunca!
- É uma coisa para se ver. Um dia vamos viver para sempre juntos.
- Tu lá sabes o que queres. Ou será que sabes?
- Estou muito seguro e com certezas. Um dia vais-me dar razão.
- Vamos ver. Agora tenho que desligar. Beijinhos doces.
- ´Mor não te vás já embora.
- Tenho que ir. Com licença.
- Então deixa-me despedir até mais logo. Beijokinhas doces, molhadas onde e como quiseres.
 
 
11h59m04s
 
 
< Amor mio vou almoçar. Bom almoço. Bjs só nossos. >
 
 
16h56m32s
 
 
- Estou sim, por favor?
- Sou eu. Posso falar?
- Sim. Obrigada por te recordares de mim, Lucina. ( A Glorinha estava na sala a limpar o bar.)
- Já sei que tens companhia.
- Sim. Tenho cá a Glorinha comigo e está-me a ajudar com a minha mãe, como já te tinha dito.
- Já pensastes no nosso encontro para Segunda?
- Não. Ainda não tive tempo. Com a minha mãe assim...
- Então vai pensando porque eu estou desesperado para fazer amor contigo.
- Pois, as coisas não batem só à porta dos outros. Temos que pensar que poderemos ser os próximos.
- Linda conversa! E depois dizes que não sabes arranjar mentiras.
- Obrigada pela tua atenção. Beijinhos.
- Não te agradou? Beijokinhas doces, só nossas.
 
 
21h12m10s
 
< Ficastes zangada? dorme bem. Bjs só nossos. >

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Vou, outra vez para Alcácer!

Quarta, 9 de  Fevereiro de 2005
 
 
Esta é a Capela de S. Sebastião, em Alvito.
 
 
E, como sempre acontece, busco do meu diário para escrever o que se passou comigo e o Fernando Pedro. São factos reais. Tão reais que parece que os vivo no momento em que os escrevo para, depois, os voltar a esquecer com a mesma celeridade com que os recordei.
 
 
Outro dia longe do Pedro. Mais um dia de agonia e desconforto para ambos. Porém, eu estava a agir, pela primeira vez, com o coração e com o discernimento certo que a ocasião pediam.
Fiz  as mesmíssimas coisas de todos os dias.
Quando o telefone tocou estava a massajar as mãos da minha mãe que estavam frias e dormentes. Levantei-me e fui atender. Imaginava, mas nunca esperava que fosse ele. Estava a ficar cansada de tanta lamúria e eu sem poder fazer nada para a parar. Ou talvez pudesse, mas não o fazia.
Eram 08h45m10s.
 
 
- Estou sim, por favor?
- Amor posso falar?
- Podes, se não te doer a língua.
- Que gracinha! Vê lá não te caia um dente...
- Não cai e já caíram os que tinham que cair.
- É verdade! Quando é que vais pôr a esquelética?
- Quando tudo estiver resolvido.
- Ok! Hoje vou, outra vez, para Alcácer.
- Tem cuidado com a viagem e não caias das alturas em que te colocas.
- Como é que sabes?
- Já me enviaste fotografias e já me disseste.
- Pois! Já não me lembrava. Tens boa memória.
- Por enquanto. Se isto da minha mãe for hereditário, pode ser que me afete.
- Mas sabes que não é. O médico não te disse?
- Disse, mas eles também se enganam.
- Hoje estás com a autoestima em baixo, mor. Não penses assim.
- Não queria pensar. Mas hoje não é o meu dia.
- Ela não te deixou dormir?
- Deixou e até dormiu muito bem. Desde que durmo com ela que me deixa dormir a noite toda.
- Então ´mor porque estás assim?
. Já falta pouco tempo para estarmos juntos.
- Uns dias... Mas depressa passam.
- Bem ´mor tenho que ir. Logo posso telefonar?
- Podes, se quiseres.
- Então, até logo ´mor e fica bem.
- Até logo. Beijinhos.
- Beijokinhas onde e como quiseres.
 
 
Não me enviou a mensagem do almoço. Fiquei aliviada e parece que o dia até correu melhor. Eram 16h35m34s quando comecei a ouvir o telefone. Pensei que era o meu marido. Telefonava sempre à mesma hora para saber se estava tudo bem.
 
 
- Estou sim, faz favor?
- Sabes onde estou?
- Sei. Já disseste de manhã. Ou já voltaste?
- Estás sozinha?
- Não. Estou com a minha mãe.
- A tua empregada?
- Foi à rua levar o lixo. Mas onde estás, afinal?
- Em cima de um poste. Tem uma vista linda. Até vejo o que têm os ninhos das cegonhas.
- Que exagero. Nem tanto, não!
- A sério. Elas fazem o ninho aqui. Hoje sou morador com elas.
- Só tu para me fazeres rir. Ela vem aí. Muda o disco.
- Ela a mim não me ouve. Tu é que mudas, né?
- Pois! Eu é que tenho a batata quente na mão.
- Bem, também vou desligar. Beijokinhas só nossas. Não vais ao MSN?
- Não. Vou dormir cedo. Beijos e obrigada pela atenção. A minha mãe já não tem melhoras.
- Adeus ´mor. Adoro-te, sabias?
- Eu sei. Obrigada. Eu também...
 
 
21h10m45s
 
´Mor dorme bem. Bjs só nossos. Amo-te muito. >
 
´Mor era a abreviatura de Amor. Mas sem acento. Eu é que faço apostrofe.


domingo, 22 de novembro de 2015

Terça de Esperança!

Terça, 8 de Fevereiro de 2005
 
 
Alvito no seu melhor. Vila que viu nascer este biltre de que falo.
 
 
Esta terça estava cheia de Esperança para ambos. A minha irmã, disse que vinha buscar a minha mãe no fim de semana. Pela manhã ainda não sabia da notícia. Mas assim que recebi o telefonema, enviei uma mensagem ao Pedro.
Logo cedo me telefonava com as suas lamúrias de sempre.
 
09h30m09s
 
 
- Estou sim, por favor?
- Podemos falar?
- Se quiseres, eu estou aqui.
- A tua empregada?
- Está a fazer a limpeza no segundo andar.
- Então, Amor, ainda não sabes nada da tua irmã?
- Não. Hoje ainda não telefonou. Também é cedo.
- Agora andas a deitar-te cedo...
- Tenho que aproveitar o sono da minha mãe. E, acredita, que durmo muito bem. Como durmo no quarto dela, parece que gosta e se sente segura ou sem medo, não sei bem.
- Estou cheio de saudades tuas. Mesmo. Nem sei explicar. Sinto muito a tua falta. Hoje dormia no teu regaço.
- Mas não dormiste de noite?
- Dormi pouco. A pensar em ti, em nós, nisto tudo.
Nunca pensei amar tanto uma pessoa como te amo a ti. És o meu sol, o ar que respiro, a minha vida...
- Ena, tanta coisa ao mesmo tempo.
- É verdade. Já não sei viver  sem ti. E tu?
- Eu o quê?
- Porra, estou para aqui a falar e tu não entendes nada. Se também sentes a minha falta...
- Não sejas mal criado. Eu entendi, mas gosto quando tu ficas assim todo melado.
- Mas não respondestes à minha pergunta.
- Também sinto muito a tua falta. Às vezes, tenho a sensação que tudo foi um sonho e que tu já não me queres mais.
- Ó meu Amor como poderia isso acontecer? Tu és tudo para mim. Eu sem ti só vejo a noite escura.
- Que doçura...
- Só que tenho ciúmes porque só falas da tua mãe.
- Amor ela está doente e nem sabe quem é nem quem eu sou. Já viste como me sinto de ver que a minha mãe me trata como se eu fosse uma estranha?
- Pois! Deve ser triste as nossas mães estarem assim.
- Só desejo que nunca vejas a tua assim. É desolador.
- Nunca se sabe, né? ( Dizia o " né " quando queria dizer "não". )
- Mas a tua ainda tem muito tino e é saudável.
- Nunca se sabe o que pode acontecer. ( Repetia isto sempre. De certeza que já andava a magicar como me haveria de cobrar a sua ajuda. )
- E hoje estás aonde?
- Estou aqui no Oriente. Mas de repente posso sair.
-Bem, tens que trabalhar e eu tenho uma criança para cuidar. Pior que uma criança.
- Assim que souberes alguma coisa, avisa-me logo.
- Está bem. Só te tenho a ti para repartir as minhas coisas. O meu marido anda muito embrenhado num projeto novo, mas ajuda-me muito.
- Não faz mais que a obrigação dele. Não fizestes o mesmo à tua sogra?
- Fiz, como já te contei.
- Eu sei. Para no hospital dizerem que "vem aí a sua filha" quando tu lá ias, logo por aí se vê.
- Ora vês como te recordas?
- De tudo o que me contastes. Registo tudo.
- Lindo menino.
- Bem, agora vou trabalhar. Ainda entra aí o chefe e eu no paleio.
- Beijinhos doces.
- Beijokinhas molhadas, carinhosas onde e como quiseres.
 
11h45m30s
 
< Boa notícia Amor. Vamos logo marcar um encontro. Bjs só nossos. >
 
17h10m09s
 
- Estou sim, por favor?
- Sabes onde estou?
- Não faço ideia.
- Estou em Alcácer. Vim para aqui logo depois do almoço. Mas já vamos embora agora.
- Andas sempre de um lado para o outro.
- É o meu trabalho. Boa notícia. Eu tinha muita esperança neste dia. Vamos já marcar um encontro?
- Não achas cedo?
- Depois é só contar os dias a mingar.
- Amanhã falamos. Agora tenho que desligar. Vem aí a Glorinha. Beijinhos molhados.
- Beijokinhas só nossas.
- Boa viagem...
 
21h23m34s
 
< Dorme bem. Bjs só nossos. Adoro-te sabia? >


sábado, 21 de novembro de 2015

Amor, sinto-me só e abandonado!

Segunda, 7 de Fevereiro de 2005
 
Segunda de sol de Inverno. Fazia muito frio e o vento era bastante forte. Não sei por que registei isto no meu diário.
A minha mãe continuava comigo. A minha irmã ainda continuava doente e eu, perdida, monopolizava a minha atenção toda na minha mãe.
O Fernando Pedro dizia que, também, se sentia só, abandonado e triste com esta situação. Queria que eu deixasse a minha mãe com a Glorinha e que fosse ter com ele.
Mas, por muito que gostasse dele, não iria fazer uma coisa dessas.
O telefone tocou. Já tinha a minha mãe de banho dado e estava a Glorinha a dar-lhe o pequeno-almoço. Eu fui atender, mas dei uma olhadela no vídeo para ver as horas. Eram 09h23m18s
 
- Estou sim, por favor?
- Podes falar?
- Posso. A Glorinha está a dar o pequeno-almoço à minha mãe.
- Quando é que vens ter comigo?
- Não sei. A minha irmã continua doente.
- Não se estará a fazer de doente?
- Pedro como te atreves a insinuar isso?
- Sei lá... Há muita maneira de te enganarem.
- Mas aqui não há engano nenhum...
- Pensas tu. Sabes que eu preciso muito de ti? Sinto que fui abandonado. Sinto-me só e muito triste. Preciso de ti. Vem ter comigo e deixa a tua empregada com a tua mãe.
- Mas que pensas tu que eu sou? Não vou deixar a minha mãe só com a Glorinha... Ela é minha mãe. Sabes disso, não sabes?
- Mas eu preciso de ti. Estou a ficar para trás. Eu só queria almoçar contigo. Estar um cadinho a ter os teus carinhos...
- Não posso, Pedro. Também não saberia arranjar uma desculpa.
- Queres vir ter comigo? Eu arranjo uma desculpa. Vais ver.
- Não, não me peças isso. Eu não vou sair daqui. Só depois da minha mãe ir para a minha irmã.
- Mas eu sinto-me só e abandonado. Preciso de ti.
- Agora não, Pedro.
- Então quando? Quando eu já tiver cabelos brancos?
- Já tens. Não se veem por que os pintas.
- Deixo de pintar.
- Olha, a conversa já está em contornos que não me agradam. Tenho que ir ver se está tudo bem.
- E lá fico eu sem nada, né?
- Sabes que eu te amo muito e assim que a minha mãe se for embora, eu vou logo ter contigo.
- Pois, pois, conversa.
- Olha, até logo e beijinhos.
- Beijokinhas doces, molhadas onde e como quiseres.
 
 
12h01m35s
 
< Vou almoçar sozinho. Bjs para tua sobremesa. >
 
17h20m18s
 
- Estou sim. Quem fala?
- Hoje mudastes a maneira de atenderes?
- Saiu-me.
- Posso falar?
- Se quiseres.
- Estás sozinha?
- Estou eu e a minha mãe.
- A tua empregada?
- Foi ao médico.
- Estou mesmo só. Preciso muito de ti. Lá em casa nem conversamos.
- Porquê? Não têm assunto?
- Estamos zangados. Ela só sabe ralhar e estraga o ambiente.
- Já tinhas dito. Não ligues.
- E o que achas que eu faço? Qualquer dia vamos dormir em quartos separados. Só quero ir viver contigo para o resto das nossas vidas.
- Sabes que isso não vai acontecer.
- Porquê? Não queres?
- Não. Além disso tens uma filha com 15 anos que precisa de um pai presente.
- Mas eu não deixaria as minhas filhas...
- Olha, a minha mãe está a querer levantar-se e eu tenho que ir para a ajudar.
- Fico sempre para trás.
- Não ficas. Eu amo-te muito. Até amanhã. Não vou ao MSN. Vou aproveitar e descansar. Beijinhos, amor.
- Até amanhã. Beijokinhas que só tu sabes dar.
 
 
21h10m02s
 
< Dorme bem. Bjs molhados e bons sonhos. Adoro-te sabia? > 
 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Eu dormi bem!

Domingo, 6 de Fevereiro de 2005
 
Uma rua da linda Vila de Alvito. Vai dar ao Castelo onde está inserida a Pousada.
 
Este Domingo foi muito calmo. A minha mãe estava bem e o Fernando Pedro estava bem disposto. Enviou três mensagens, via telemóvel, e falámos no MSN um bocadinho quando fui deitar a minha mãe.
 
10h20m31s
 
< Bom dia Amorzinho. Dormiu bem? Eu dormi. Bjs molhados. >
 
15h20m45s
 
< Estou no MSN. podes vir? Bjs doces. >
 
22h10m56s
 
< Foi bom falar um cadinho. Dorme bem. Amanhã falamos. Bjs molhados. >