sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Problema com a filha!





As Sextas-feiras são muito difíceis para mim. É dia de aulas na UTI. O dia está preenchido Chego a casa esgotada. Contudo, irei ver se arranjo um bocadinho para escrever neste blog.

Terça-12, de Julho de 2005

Estou muito entusiasmada com a ida para São Pedro de Moel.

Pelas 09h da manhã estou na porta da minha casa de mala feita e um sorriso brilhante.
Vejo o Fernando Pedro vir na minha direção. Vem, ou parece, muito feliz.
O carro dele fica na rua paralela à minha. Traz o troile e eu pego na minha mala.
Mas antes deixo uma mensagem ao meu marido a dizer que vou estar uns dias fora para me restabelecer.
Entrego as chaves do meu carro ao Pedro. Arrumamos a bagagem e entramos muito felizes.
Conversamos animadamente e  traçamos as coordenadas para os três dias que ali vamos ficar.
Tudo parece um sonho até que se ouve o telemóvel do Pedro tocar freneticamente.
Diz que é a filha mais nova. Atende e a conversa começa a ficar muito azeda. Pára o carro na berma da estrada.
Sigo a conversa em silêncio, mas registo tudo na minha mente.
Então é o seguinte:
A Clá**** fez 16 anos em Maio, dia 5. Está a  matricular-se  para ficar na mesma escola. Ela chumbou o ano e, como já tem 16 anos não pode, segundo a lei, ficar ali.
O Pedro reclama que está com um volante nas mãos e que não pode resolver nada. Mas fica muito nervoso. Eu penso que as minhas miniférias estão em risco. 
Coloca o carro a trabalhar e fazemo-nos à estrada. Fica mudo e calado. Pouco fala ou nada. Alvitro que será melhor voltarmos para trás, mas ele diz que não o pode fazer porque disse que ia fazer uma Ação de Formação. Fico com receio daquilo que poderá acontecer nos próximos dias.
Chegamos a São Pedro de Moel e vamos diretamente para a pensão que o Pedro tinha arranjado na net.
Vejo que é a Pensão " São Pedro ". Muito linda. Hoje já não existe. Tudo a vermelho escuro com móveis do século passado. Fazemos o chek in. O Pedro dera o seu nome quando fez a reserva. Somos conduzidos ao quarto que tem o mesmo estilo. Fico fã. As malas são levadas por uma rapariguinha franzina. Tenho pena dela e dou-lhe uma gorjeta de cinco €. Penso, automaticamente, que era impensável dar mil escudos de gorjeta há uns anos  atrás. Mas não me arrependo. Ela merece...


Fomos almoçar. O Pedro muito calado e pouco come. Está introspecto. Voltamos para a residencial e passamos ali a tarde. Ele deita-se na cama e fixa os olhos no teto. Tento meter conversa, mas nada. Não dá saída. A hora do jantar chega e vamos comer umas sandes ao parque que fica ao cimo da rua. Nada de conversação. Tento animar, mas não dá resultado. Há um momento que me pede para me calar. Ele precisa de pensar como resolver o caso da filha.
Tomamos banho. Cada um per si. Vamos para a cama e resolvemos dormir.
Eu sinto que tudo vai correr mal...



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