terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Redondamente enganada!

A imagem ilustra aquilo que espero hoje do Sporting.
Tu, Fernando Pedro, também deves estar a torcer por isso.

Quarta, 06 de Julho de 2005

Estou diante do meu diário. Olho a página que assiná-la  o dia de hoje, dia 06 de Julho de 2005. É uma Quarta-feira.
As Quartas são passadas na minha casa, como vem sendo hábito há longo tempo.

Levanto-me logo que o meu marido sai, fecha a porta e põe o carro a trabalhar. Ouço com atenção se o carro arranca e corro para arejar a cama.
Dirijo-me para a casa de banho. Tomo banho com entusiasmo e alegria. "O Pedro vem passar o dia comigo" Penso eu. Irá ser um dia tão bom como os anteriores.
Ponho lençóis lavados a cheirar a rosmaninho. Faço a cama com decoro. Olho em redor para me certificar que tudo está no seu lugar e arrumadinho.
O relógio indica a hora que devo caminhar para a estação.
Faço a última visita ao espelho e gosto daquilo que vejo. Os meus olhos irradiam felicidade.
A caminho da estação penso que tenho o homem mais charmoso do mundo. Hoje, analisando este ponto, vejo que estava, redondamente, enganada.
Chego antes da chegada do comboio. Fico ansiosa sem saber como ele vem. Tem que vir espantoso, radiante, feliz, alegre, majestoso, seguro de si... Ele tem sempre estes atributos. Invejo-o. Eu sou apagada, triste, melancólica e tímida.
Ah, mas com ele, sinto-me segura. Então quando estou nos seus braços, não tenho palavras para descrever a sensação. E tenho a certeza que é a mesma sensação sentida por todas as mulheres que andam ou já andaram com ele. Como pode ser tão sínico? São assim os sociopatas.
Estou eu nas minhas cogitações quando ouço o silvo do comboio a entrar na estação. O meu coração dispara numa catadupa que nem eu sei medir. Mas espero e, olho as escadas, com o coração a saltar pela boca. Nisto vejo-o naquela imponência que é seu apanágio. Saio e espero em pé à porta do carro. Chega ligeiro e feliz. Vem já a rir. Abraça-me com força. Beija-me como se não me visse há uma eternidade. Diz que o meu cheiro, a banho, lhe faz sentir a vontade de me possuir. Alego que tenha contensão e espere até chegarmos a casa. Pelo caminho, as suas mãos, percorrem as minhas pernas e mais. Eu vou a conduzir, alerto-o. Fala coisas de amor, carinho e deixa-me tímida.

Já em, casa as escadas são subidas com alarido.
No quarto, não sei descrever o que se passa. Não há palavras. As coisas apenas fluem.
Não sei que tempo passa. Sei, apenas, que olho o relógio e já é tarde. Levantamo-nos  e corremos a tomar banho. Ali ele tenta, novamente, que eu seja feliz.

Vamos almoçar e, como sempre, ele vai à frente. Eu sei porquê! É que, quem vai atrás, paga a conta.

Já em casa a conversa cai na possibilidade de eu deixar o meu marido. Eu rio e vejo que é tudo uma utopia. Nem ele me quer nem eu o quero. Falamos na nossa lua de mel. Ele fica de verificar onde devemos ir e qual o dia da partida. Ele toma sempre a dianteira das coisas.

As coisas fluem o seu ritmo. Chega a hora da partida. Fazêmo-la em casa. São beijos e carinhos que nunca mais acabam. Mas temos que ir para a estação.
Aí damos os nossos últimos beijos.
Vejo-o subir as escadas com a mesma aparência com que o vi chegar pela manhã.
Fico triste. É imensurável o que sinto da separação.
Retorno a casa e espero pelo meu marido.

21h03m43s

< Amor vai ao MSN quero falar contigo antes de ir dormir. Beijokas doces. >

Respondo que não posso.

21h10m12s

< Boa noite dorme bem e sonha comigo. Beijokinhas molhadas. >
 

2 comentários:

Lucimar da Silva Moreira disse...

Imagem fantástica do leão, a hora da partida é sempre dolorosa, Pedro abraços.
http://www.lucimarmoreira.com/

Unknown disse...

Obrigada. Beijinho da Grace.