terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Imaturo!

 
 


A vida tem destas coisas. Um dia está-se bem e no outro nem estamos mais cá. Isto para mencionar o meu afastamento de alguns dias. A minha cunhada teve um acidente e tem estado muito mal. Nós, eu e o meu marido, temos estado no hospital para seguirmos de perto a evolução dos exames e demais procedimentos a que ela esteve sujeita. Hoje já está fora de perigo, segundo os médicos. Vamos ter fé neles e em Deus, a quem pertencem todas as coisas.




Pelo que eu sei de ti, Fernando Pedro, foste sempre imaturo. Desde criança que cultivaste esse defeito. Alguns chamam-lhe qualidade, mas eu não. Quando é no princípio, mostras uma acessibilidade que não tem limites. Dás-te por inteiro na relação ou finges dar-te.  Mas quando as coisas começam a correr mal, afastas-te sem dó nem piedade. Foges do que plantaste e do sentimento que geraste na outra pessoa. Enfim, és um crápula.
Eu tendo inculcar, nas mulheres, o quanto tu és um biltre da maior estirpe. Mas elas são como tordos a caírem aos teus pés. Tu semeias o mal por onde vais passando. Um dia ir-te-ás arrepender.

Sábado, 09 de Julho de 2005

O sol espreita pelas frinchas da janela. No quarto começam a aparecer os primeiros raios de sol. São límpidos e quentes. Anunciam um lindo e maravilhoso dia. Eu cogito o quão agradável irá ser. Na véspera, ficou decidido que iríamos a Santa Cruz.
Levanto-me e desço em silêncio para não acordar o meu marido. Anda cansado e espera o dia 15 para o início das férias. Será na próxima Sexta-feira.
Já no rés-do-chão, sento-me a apanhar o ar fresco que vem de uma brisa suave e leve.
Fico ali emprenhada nos meus pensamentos mais recônditos. O Pedro faz parte deles. Admiro-o pela sua sagacidade. Na noite anterior dissera-me que tinha dito em casa que ia fazer uma Ação de formação. Só não me disse o local que tinha dito à mulher. Mas não era preciso. Eu sabia para onde iríamos e isso bastava-me.
Assusto-me com a presença do meu marido que olha para mim com uma felicidade de quem está muito apaixonado. Fico aflita sem saber se ele leu os meus pensamentos. Interrogo-o com o olhar, mas ele apenas diz "bom dia, meu amor".
Sinto remorsos cá dentro do que ando a tramar nas suas costas.
A conversa flui e vamos tomar o pequeno-almoço. Conversa para cá, conversa para lá e falamos na nossa ida para o Inatel. Iria ser na próxima Segunda. Falamos dos preparativos da última hora.
Acabada esta conversação, vamo-nos arranjar para ir para a praia.
Saímos pelas 08h15m12s
Reparo que o caminho não é o de Santa Cruz e pergunto para onde vamos. Meu marido responde que me vai fazer uma surpresa.
Vamos conversando coisas banais e nem dou pelo caminho.
Estamos em São Martinho do Porto. Fico alegre. Eu gosto muito.
Vamos tomar um gelado e ver qual o restaurante que mais nos agrada. O meu telemóvel deu sinal de mensagem a chegar, mas não vejo.
Já na praia, o meu marido vai tomar banho naquela quietude da baía. Eu aproveito para ver a mensagem. Só pode ser do Pedro.

10h27m45s

< Bom dia Amor mio. Onde estás? Sozinha? Posso telefonar? Beijokinhas doces. >

Respondo que não e que estou com o meu marido.

Fica zangado e não responde.

O dia passa rápido.
Regressamos a casa felizes e contentes.

21h39m50s

< Dorme bem. Beijokinhas molhadas. >

Fico apreensiva com esta atitude, mas não comento.

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