quinta-feira, 19 de abril de 2018

Um encontro para esquecer!

É nestas alturas que eu fico confusa em relação ao Pedro.
Na véspera, no MSN, combinámos encontrarmo-nos em Entrecampo. Ele ainda ia para aí a trabalhar.
 
Sexta, 09 de Setembro de 2005
 
Na hora do costume eu estou em Entrecampos à sua espera.
Fico ali ,sentada, uma infinidade de tempo.
O sol faz o obséquio de aparecer. Está quente lá fora, mas ali, debaixo do alpendre, está mais fresco.
Penso até que ele já não apareça, mas heis que o vejo vir, do meu lado esquerdo, de uma porta estreita e que mostra o interior de onde se vê um túnel...
Levanto-me e vou ao seu encontro na esperança de ser beijada e abraçada por ele.
Nada disto acontece. Dá-me um empurrão e distancia-se de mim.
Com os olhos fora das órbitas, quero saber o que se passa.
Diz-me que está muito transpirado e que só quer tomar banho. " Mas onde? " Pergunto eu muito estupefacta.
Responde que vamos à pensão e que lá toma banho. Não estava à espera disto. O nosso encontro era para irmos ao Campo Pequeno.
Mas aceito, um bocado contrafeita e sem o demonstrar.
Seguimos e entramos na pensão. Já o conhecem e sempre o conheceram, coisa que era um quebra cabeça para mim. Hoje sei porquê. Não fui a primeira nem a última a levar-me lá.
Pago o quarto e somos encaminhados para  um já nosso conhecido. Casualidade.
Segue para tomar banho, mas apenas deixa a água correr pelo seu corpo. Não põe sabonete.
 
Começamos o nosso jogo de amor. Fico agoniada. Cheira muito a transpiração e a xixi, mas continuo, embora queira que tudo acabe num ápice. Foi muito desenxabido.
 
Vamos tomar banho e, então, lava-se com todo o esmero como se quisesse apagar qualquer vestígio daquele encontro. Fico  triste, mas cantarolo a canção que já vem sendo um apanágio dos nossos encontros.
 
Saímos e vamos almoçar à Feira Popular. O costume: " Nos Lobos do Mar ".
 
É um almoço muito em silêncio. Falamos pouco. Uma vez é para me criticar. Não quer que eu coma uma sobremesa deliciosa.
Não és meu dono. Não mandas em mim. E, além do mais, há muito tempo que não como um doce. Por outro lado, sou que vou pagar o almoço. Ou hoje é a tua vez?
- Não. Tu já sabes que eu não tenho dinheiro!
- No princípio do mês! E queres que eu acredite, não?
- Faz como queiras.
E a conversa morre ali.
 
De regresso à estação, diz que tem que apanhar aquele comboio. Dá-me um beijo e segue sem olhar para trás. Eu fico muito desiludida. Foi  um encontro para esquecer.
 
 
Fico sem saber se chegou bem. Nada mais sei, embora lhe tenha dito que não gostei da atitude dele...
 
 


1 comentário:

Diná Fernandes de Oliveira Souza Souza2 disse...

Penso que foi um desencontro , não? Frio e sem graça, parecendo comida sem sal!

Bjss!