sábado, 30 de janeiro de 2016

Fernando Pedro na mentira do século!

Segunda, 28 de Março de 2005

É um aspecto do Hospital Amadora-Sintra. A mãe do Fernando Pedro, segundo ele, deu entrada aqui nas Urgências no dia anterior, depois dum acidente à saída de Rio de Mouro para entrar na estrada nacional. Acidente, que diz ser ele o culpado. O carro da frente ia entrar e ele arrancou para entrar também. Só que o condutor do primeiro carro, hesitou e o Fernando Pedro bateu-lhe na traseira.

Neste dia o Pedro não foi trabalhar. Mas eu quis saber como estava a mãe dele e telefonei, logo cedo, para o número que já sabia de cor. De lá responderam-me que ele não iria trabalhar nessa semana. Não quis saber mais nada e enviei uma mensagem.
Eram 09h34m56s quando recebi uma mensagem dele em resposta à minha. Dizia o seguinte.

< Meu Amor estou aqui à espera de saber da minha mãe. Depois envio notícias. Bjs só nossos. >

12h10m11s

< Amor mio não envies mensag. A minha mãe está na mesma. Qd eu poder digo alguma coisa. Não vou trabalhar. Bjs só nossos. >

20h12m13s

< Vim a casa tomar banho. A minha mãe tem o esterno raxado. Vou para lá. Bjs e hoje já não digo nada.

E assim se passou este dia. Nada mais soube. Ainda fui ao msn para ver se ele lá estava, mas não. Pensei mesmo que era verdade e que tinha tido o acidente. Aqui começou a nossa saga e as mentiras do Pedro a tomarem forma e corpo.  

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Acidente forjado!

Domingo, 27 de Março de 2005

Hoje o Fernando Pedro vai festejar os seus anos e vai fazer a sua festa juntamente com a filha Ver** Món****. Vai fazer! Será que faz? Bem isso ver-se-á mais à frente. Como prenda eu ofereço-lhe este bolo por ser um grande sportinguista. É mais anti-benfiquista. Mas isso não vem ao caso.
Se bem se recordam o Fernando Pedro fez anos no dia 20. E também se recordam de eu dizer que a minha vida começou aqui a fazer uma progressão para o abismo.
Logo pela manhã, enviei os parabéns. Uma mensagem curta, mas sentida. Respondeu com a seguinte mensagem pelas 11h23m43s:

< Vou agora buscar a minha mãe. Ela vem passar o dia connosco. Gostava que estivesses aqui. Amo-te muito. Penso em ti. Bjs dos nossos. >

Durante o dia não me contactou e eu pensei que a festa estava animada. Não me quis imiscuir na sua felicidade. Qui-lo feliz e alegre como ele sabia ser quando as coisas corriam segundo  sua vontade. 
Pelas 17h34m45s eu perguntei se o bebé já tinha soprado as velas e se se tinha portado bem. Fiquei sem palavras com a mensagem seguinte.

17h36m21s

< Não houve festa para ninguém. Tive um acidente. minha mãe raxou o esterno. Está nos cuidados intensivos. Bjs. >

Fiquei sem saber o que fazer, mas na altura não respondi. Pelas 20h10m01s enviei nova mensagem para saber se as coisas estavam a evoluir no bom sentido, pensando que aquilo era verdadeiro. Foi uma mentira muito bem planeada para me extorquir dinheiro. Só que eu estava a milhas de pensar nisso.

20h34m29s

< Meu amor vou passar aqui a noite. A minha mãe está num estado critico e tudo por minha culpa. Desculpa, mas não posso pensar em mais nada. Bjs. >

Depois foi o silêncio. Nesse dia já não soube mais nada.









quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Novamente o "casamento"!

Sábado, 26 de Março de 2005

O Fernando Pedro sempre gostou de tirar fotos quando está a chegar a um local. Aqui tirou quando esteve com a sua amante mais temporal que já conseguiu ter. É a Maria Arm**** Mar****. Podem passar por casal e eu sei que já passam e há muito tempo que isso vem a acontecer quer se encontrem em Coimbra ou em Braga. Ela é advogada e está divorciada. Está bem na vida. É a sua "Nia", como ele lhe chama. Uma boa aquisição que conseguiu ao longo da sua vida entre mulheres. Umas que vão, outras que ficam. Mas são mais aquelas que "vão" do que aquelas que ficam. A Li** é a única que sei que ainda se mantém em contacto com ele, mesmo depois de ter acabado a relação entre eles. Mas a vida continua, como a Li** costumava dizer-me. Porém, para mim continuou, mas sem a presença dele, embora nos tivéssemos cruzado , novamente, em 2010. Mais propriamente em Novembro. Mas nunca mais nos vimos pessoalmente e ainda bem. Fiquei mal na fotografia porque ele conseguiu enganar um Sargento da GNR. Cuidado a quem se quer meter com ele. 
Eu já estou noutra onda e, felizmente, sem ele.
Ora, na minha digressão com o Pedro, aquando da nossa relação, eu cheguei a ter sérios problemas. Um deles foi que queria, à viva força, casar comigo. Sonhava com isso. Não por eu ser bonita. Não sou. E não era nem sou esbelta. Aí já devia eu ver que ele era um perito em mentir. Se bem que andasse numa clínica de emagrecimento, mas nunca cheguei ao ponto de vestir um "36". Vestia um "38" e todos me diziam que estava muito bem. Magra, sim, era quando casei. Pesava 48k. E estava muito bem. Aí eu era bem bonita. Uma pele que ainda hoje faz inveja a muita mulher que me olha. Magra, elegante e vestia muito bem. Quando andei com o Pedro, isso não me incomodava e vestia qualquer coisa. Ele dizia que eu era bonita de qualquer jeito e lá chegarei para postar um mail que ele me enviou a esse respeito quando eu quis acabar a nossa relação.
O sonho, neste momento da nossa relação, era casar comigo. Mortificava-me com isso. Eu já não sabia o que fazer. Mas não era por mim, pela minha pessoa, mas sim, pela minha conta bancária, e depois entrou nela sem minha autorização. Crime.
Primeira mensagem, via telemóvel, neste dia.

11h12m13s

< Amor mio ando às compras no Feira Nova. Não vou esquecer a tinta para o cabelo. Os brancos já se vêem. Amanhã é o dia da festa. Gostava de estar contigo. Bjs só nossos. >

15h23m15s

< Amor podes vir ao msn? Quero falar contigo. Bjs molhados. >

Enviei uma mensagem a dizer que não podia porque estava com a minha mãe. Respondeu que queria falar comigo. Era muito importante para ele.

15h32m24s

< Amor mio preciso falar contigo. Vai ao msn. Quero falar para marcar quando vamos casar. É muito importante. Bjs quentes. >

16h10m21s

< Amor eu não vou desistir de ti. Amo-te. és a minha vida. Bjs sem fim. >

18h34m29s

< Como eu gostava que estivesses presente na festa do meu meio século. Para o ano já estarás. Já temos casado. Bjs só nossos. Adoro-te sabia? >

20h45m59s

< Dorme bem amor mio. Sonha comigo e com o nosso casamento. Bjs de sonho. >

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Primeiro Pedido de Casamento!

Sexta, 25 de Março de 2005

Estes são os comboios que fazem o caminha entre Sintra e algures até Colares. Nos anos setenta iam até à Praia das Maçãs. Andei muito neles quando o meu pai tinha uma casa de veraneio nesta linda praia. Uma casa que ficou para a minha irmã mais nova. Ela aproveitou a antiga arquitectura e remodelou. Foi nesta praia que eu me ia afogando se não fosse a prontidão dos salva vidas, como se chamavam na altura. Por isso, hoje sou hidrofóbica. Não consigo meter os pés num sítio que tenha muita água.
Mais um dia em que o Fernando Pedro Cachaç** Marques me telefonou logo pela manhã.
Ele adorava a minha maneira de falar com a esquelética nova no maxilar inferior e superior.
Eram 08h35m23s quando o telefone começou a tocar. Eu já estava levantada e com a minha mãe tratada. Eu ainda não tinha tomado o meu pequeno-almoço. 
Atendi com a elegância de sempre, embora com uma voz monocórdica.

- Estou sim, faz favor?
- Tens uma pronúncia que me dá vontade de rir, mas não deixes de falar até te habituares a corpos diferentes na tua boca. Dormiste com elas?
- Dormi, mas tive dores. É até me habituar. Tenho uma coisa para te contar da minha mãe.
- É boa? Vai embora?
- Não. Ontem depois de nos despedirmos e entrei no carro disse que " sabia que éramos amantes, mas que não dizia a ninguém". Fiquei sem fala. Afinal tem momentos lúcidos. Tenho que ter muito cuidado.
- Não ligues. Hoje já não se recorda. Tenho um pedido a fazer-te. Nem dormi a pensar nele.
- Se eu puder fazer!!!
- Podes. É só quereres.
- Então diz lá o que é.
- Quero pedir-te que cases comigo ainda este ano.
- Estás doido? Não posso. Nem penso nisso e  tu sabes a minha posição a esse respeito.
- Mas eu estou doido por ti. Não sei viver de migalhas e longe de ti.
- Pedro tem calma. Ainda tens a Clau*** Raq**** que precisa muito de um pai. Não podes abandonar o lar. E a casa?
- Está no nome dos dois e não somos casados. Já andei a ver os meus direitos.
- Não pode ser, Pedro. Tens que pensar na tua filha.
- E já pensei como fazer. Diz que queres casar comigo...
- Mas isso é um absurdo. Eu não posso aceitar. Não quero deixar o meu marido.
- Pensa nisso. Eu sei ser paciente. E não vou desistir, acredita.
- Não vai dar certo. Tu serás muito carinhoso nos primeiros tempos, mas depois, pões-me a andar.
- Nunca isso vai acontecer. Amo-te e não posso viver longe de ti. Hoje a tua empregada vem todo o dia?
- Não. Só vem da parte da tarde. Porquê?
- É para saber se posso telefonar ainda de manhã.
- Ok! Mas se não atender, é porque estou a tratar da minha mãe.
- Eu volto a tentar. E agora beijokinhas doces, molhadas, ardentes, meigas e que só tu sabes dar. Só de me lembrar, dá-me uma vontade de ir ter contigo e afogar-te neles.
- Beijinhos e não penses de mais.

Quando desliguei, senti um murro no estômago. Ele só podia estar a gozar comigo... Não poderia ser a sério. Estava a gozar-me e a testar a minha capacidade de nem sei o quê. Mas tentei desligar e falei muito com a minha mãe. Falei, falei mas não obtive resposta. De vez em quando dava uma gargalhada insane e não me olhava nos olhos.
A manhã ia passando e eu até já tinha esquecido o "pedido de casamento".
O telefone voltou a tocar e  eu fui atender. Era o Pedro. Eram 11h23m12s

- Estou sim, por favor?
- Meu Amorzinho, sou eu. Tenho estado a manhã toda a pensar na nossa felicidade juntos pra sempre.
- Mas não há "para sempre", Pedro. Tira isso da tua cabeça.
- Eu sou solteiro e tu pedes o divórcio. Fazemos uma cerimónia simples, mas muito amorosa. Já pensastes como seria tão bom. Tu e eu juntos pra sempre...
- Pedro eu não quero casar nem deixar o meu marido e não posso ter esta conversa em frente da minha mãe. Ela ontem disse aquilo...
- E é mentira?
- Olha, infelizmente, não é. mas tenho que ter mais cuidado.
- Amorzinho pensa na felicidade que me davas. Era maravilhoso. Eu tratava-te como uma rainha.
- Nem sei, já, o que te dizer.
- Pensa, mas pensa bem. Eu vou sempre insistir. Até tu dizeres que sim.
- Olha são horas de dar o medicamento à minha mãe para a preparar para o almoço. Tenho que ir. Desculpa.
- Não tens que pedir desculpa. Já pensastes que ela poderia vir viver connosco? 
- Calma. A minha mãe está ao cuidado das filhas. E eu não aguento isto para sempre. Ela um dia deixa de se levantar e eu não estou credenciada para tratar dela.
- Depois pensamos nisso quando casarmos.
- Bem, vou desligar. Ela precisa de mim.
- A tua empregada está até que horas?
- Até às cinco. Porquê?
- Volto ainda hoje. Beijinhos só nossos. Hum! Tão bom.
- Beijinhos e até logo.

Nem almocei como devia ser. Toda eu estava em pânico e não sabia como tirar-lhe a ideia do casamento da cabeça. Tratei da minha mãe e ela continuava sem dizer uma palavra. Almoçou bem e os comprimidos também os tomou sem problemas.
Estava a Glorinha a sair quando o telefone começou a tocar. Mudei de fisionomia e a Glorinha perguntou se eu estava bem. Respondi que sim, apenas cansada. A Glorinha saiu e disse-me se precisasse, que lhe telefonasse que ela vinha logo. Lá saiu e fechou a porta atrás de si. Olhei pela janela para ver se ela saía o portão. Entretanto o telefone deixou de tocar. Fiquei aliviada e a pensar que ele já não telefonaria a pensar que a Glorinha ainda estava. Mas o alívio durou pouco tempo. Eram 17h25m11s quando voltou a tocar. O meu coração ficou atrofiado e nem sei como fui capaz de atender.

- Estou sim, faz favor?
- Amorzinho já estás sozinha?
- Claro. Senão, não atendia.
- Então tens pensado no meu pedido?
- Pedro não comeces. Estou muito cansada hoje.
- Mas não vou desistir. Amanhã é sábado e não podemos falar, mas volto a falar assim que for oportuno. No domingo vou festejar os anos junto com a Ver** Mónic***. Estarei sempre a pensar em ti. A tua prenda foi a mais bonita que recebi. ( Estava-me a mentir. Dissera-me que só tinha tido a minha prenda e a prenda da mãe )
- Mas tiveste mais prendas?
- Claro. Fiz anos.
- Então não tiveste só a minha e a da tua mãe? ( Acho que se recordou do que tinha dito e respondeu com a maior displicência ).
Ah! Não te disse? Elas deram-me prendas esta semana. Foram prendas sem qualquer significado para mim.
- Não me tinhas dito nada. Estás a ver porque não quero casar contigo? Dizes que sou prioritária na tua vida e não me contas tudo. Sem confiança, não pode haver casamento. Não tenho confiança em ti.
- Amor foi uma semana com muita coisa e isso não tem importância.
- Tem. Se queremos formar um lar, temos que partilhar tudo e não camuflar.
- Eu sei  que as desculpas não se pedem, mas desculpa. Foi um lapso que não volta a acontecer.
- Está bem. Tenho que desligar. A minha mãe está a mexer-se. Quer levantar-se.
- Então vai lá. Não vais ao msn?
- Já sabes que não posso. Beijinhos.
- Beijinhos doces e inté!

Nessa noite recebi uma mensagem com  desejo de boa noite e que não tinha esquecido o casamento. Não respondi. A minha mãe tinha tido uma saída, ao serão que me deixou petrificada. Dissera que sabia que éramos amantes mas que não dizia nada a ninguém. O meu marido olhou-me com curiosidade e respondeu: - Mãe, eu e a G********* somos casados há muitos anos. Não se recorda?
Mas ela apenas recordava o que tinha visto na estação. Apenas não distinguiu o meu marido do Pedro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Fecho do perfil!

Quinta, 24 de Março de 2005

Ontem à noite, estava eu, para dar a minha voltinha pelo perfil do Fernando CM, quando me deparei que este tinha desaparecido. Vejo, Fernando Pedro, que lês o que publico cada dia que passámos juntos numa altura em que já nem me afecta o espírito ou a sensibilidade de um dia estar presa  ao teu charme falso e hipócrita. Tens receio? Olha que não publico nada que não se tenha passado no tempo em que eu era a " Tua Shakti" Como tantas vezes o mencionaste. Sabes que eu escrevia tudo o que se passava entre nós. Tu pensavas que eu seria tua para sempre ou pelo menos assim o dizias para a minha bolsa financeira se ir abrindo aos teus caprichos. Eu pensava que esta escrita me haveria de servir para te retratar como o vilão que és e o quanto sabes explorar as mulheres para te sustentarem no luxo que tu não podes nem nunca poderás usufruir.
Que te fez fechar a tua conta no facebook? As minhas declarações, o bolo do teu sexagésimo aniversário ou as conversas da Florbela?
Mas não andarás sem que te venha a encontrar novamente. És burro e cais sempre no mesmo erro. Já te conheço tão bem que até adivinho os teus pensamentos. Sei tanto sobre a tua inóspita vida que me dá voltas no estômago. És, realmente, um canalha.
Bem, isso dê-me ânimo para continuar. Sabes, estava com vontade de desistir da escrita no blog, mas tu fizeste-me mudar de ideias. A tua insensatez é a tua perdição no mundo das mulheres incautas quanto aos homens como tu.
E, assim sendo, aqui vai mais um dia em que nos perdemos num mundo que eu pensava ser efémero e tu que seria de longa duração até eu já não ter mais dinheiro. Por isso foste ver a minha conta bancária. Isso é crime e ainda tenho isso registado naquele gravador que comprámos, eu paguei, para gravar as conversas da minha cunhada. Mas lá chegarei a esse dia.
Hoje venho falar deste dia que não foi bom nem mau. Apenas sem sentido.
De manhã fiz o ritual de sempre com a minha mãe. Preparava-me para a sentar no sofá quando o telefone tocou. Eram 08h23m45s. Sentei a minha mãe comodamente e fui atender.
Já nada era surpresa para mim. Lá estavas tu com a tua voz efeminizada.  No meu melhor, e para te impressionar, disse:

- Estou sim, faz favor?
- Assim é que eu gosto que me atendas. Dá-me pica para te...
- Não sejas grosseiro. Já sei o que ias dizer.
- E o que ia dizer?
- Nem vale a pena falarmos sobre isso. Tu sabes ser ordinário para me fazeres pensar no passo que dei. Estás sempre a rebaixar a minha auto-estima e isso deixa-me mesmo no fundo.
- Mas eu não quero, meu Amor. Já não posso brincar um cadinho?
- Dessa maneira, não. Sabes que isso é  a pedra no sapato que eu não queria ter. Por vezes, sinto-me arrependida e com vontade de terminar tudo...
- Meu Amor, isso não. Eu não sei viver sem ti. Sabes que quero casar contigo e ficar sempre a teu lado...
- Mas isso não vai acontecer... Eu não vou deixar o meu marido. Mete isso na tua cabeça.
- Isso nunca e não vou desistir.
- É bom que o faças para não sairmos magoados.
- Então vais ao dentista?
- Vou. Deve ser a última vez que experimentarei até ter a esquelética. Hoje estive a ver no cartão das marcações e é isso. Na próxima terça já devo tê-la definitivamente.
- Encontramo-nos na estação?
- Sim, se o desejares.
- Se desejo. Tenho saudades tuas e das tuas mam...
- É melhor ficarmos por aqui, ok?
- Ok! Até logo minha doce amada, minha querida amante e amor como nunca tive outra.
- Até logo e porta-te bem. Beijinhos.
- Beijokinhas só nossas.

Cada vez me irritava mais a sua maneira de falar comigo. Era grosseirão e ordinário no que dizia e no que pensava. Eu não tinha a minha vag*** na testa para ele estar sempre com piadas desagradáveis.
O dia passou-se calmo. A consulta, também. Para minha surpresa a esquelética estava boa e o médico colocou-ma logo nesse dia. Falava muito mal e foi com um certo receio que me dirigi para a estação onde o Fernando Pedro esperava por mim.
Ele já lá se encontrava quando eu arrumei o meu carro. A minha mãe estava sentada no banco com o olhar perdido no vazio, mas ela estava a visualizar tudo.
Foi um encontro maravilhoso. Ele incentivou-me a falar muito para me habituar. Deu-me alento para suportar os dias com a minha mãe e ainda me apaparicou com meiguices e carinhos.
Mas nada dura eternamente e o comboio apitou para a partida. Ele correu para o apanhar e subiu as escadas a correr para não o perder.
Eu fiz-lhe adeus e vim para o carro. Parecia que tinha a minha boca muito cheia e que as palavras saiam abafadas e sem a menor ressonância.
A minha mãe falou. Eu fiquei sem saber  se estava a ouvir bem. Disse-me que éramos amantes e que ela não diria nada a ninguém. Falei que estava equivocada e que não tinha visto bem. Calou-se e já não falou nessa tarde. Tinha um olhar gélido e sem brilho. Não queria lanchar e queria não estar ali.
Neste dia já não falei com o Fernando Pedro. Mas tive a mensagem a desejar-me uma boa noite.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Marcar encontro para Quinta!

Quarta, 23 de Março de 2005

Neste dia já tinha a minha mãe comigo. Já tinha dormido com ela e a noite até correu bem. Dormi e ela também sossegou.
Acordou cedo e eu já tinha tomado banho. Fazia sempre este ritual quando a minha mãe estava na minha casa. Tomava banho e preparava tudo ainda com o meu marido em casa, não fosse ela acordar e eu estar a tomar banho.
Depois descemos ambas, com a ajuda do meu marido.
Primeiro dei-lhe a ela o pequeno-almoço. Ela era a minha prioridade. 
Já estava despachada e na sala quando o telefone começou a tocar.
Era o Pedro, só podia.
Mas enganei-me. Era o meu marido a perguntar se ela tinha engolido os comprimidos e se não tinha dado trabalho. Respondi que já estava tratada e que tudo tinha corrido bem.
Desliguei e pensei que não podia pensar que era o Pedro cada vez que o telefone tocasse. Não podia estar segura. E para mais a minha irmã também iria telefonar para saber como estava a minha mãe a reagir.
Sentei-me no sofá e comecei a falar com a minha mãe para fazer horas que a Glorinha chegasse.
Não estava sentada há cinco minutos quando ouvi, novamente, o telefone. Atendi sem fazer conjecturas de quem seria. Podia ser qualquer pessoa. Olhei o relógio e marcava 08h35m59s

- Estou sim, por favor?
- Isso deve-se à tua mãe?
- O quê? Não estou a perceber...
- A maneira de atenderes o telefone.
- Mas queres ter um atendimento personalizado? Não posso. Ainda há pouco telefonou o meu marido a perguntar como estava a minha mãe a reagir.
- Ah! Hoje preocupou-se contigo?
- Claro e ajudou-me, como sempre que ela cá está.
- E dormiste bem?
- Por acaso, dormi e ela também. Já pode ser um bom indício que tudo vai correr bem.
- E eu? Onde fico no meio disto tudo?
- No lugar de sempre. 
- Isso é muito vago. Explica lá melhor " esse lugar de sempre".
- Então que queres que te diga? Não estou a entender. Às vezes fazes cada pergunta que fico baralhada...
- Pois! Eu fico para trás, né?
- Não digas isso. Sabes que não é verdade. Tens um lugar, muito especial, no meu coração.
- Assim já estou mais descansado. Amo-te muito e não te quero perder.
- Eu sei e não me vou perder. Ou por outra, já me perdi.
- Perdestes-te? Como?
- Olha por andar contigo. Tenho consciência que não devia por muitas razões.
- E estás arrependida?
- Sei lá! Tem dias...
- E hoje é que dia?
- Quarta. Amanhã vou tirar a medida para a esquelética.
- Não era a resposta que queria, mas está bem. E levas a tua mãe?
- Levo. A Glorinha não pode ficar com ela.
- E eu posso ir ter contigo? Dizes a hora e eu estarei lá.
- Lá, aonde? No consultório? Não podes. A menina conhece o meu marido.
- Não. Às vezes pareces uma lerdinha. Combinamos e eu vou estar na estação à tua espera.
- Pode ser. Olha ouvi o portão. Deve ser a Glorinha. Beijinhos.
- Beijinhos dos nossos. Que saudades!

À hora do almoço não me enviou nada e eu pensei que já não falava com ele nesse dia. Mas pelas 17h32m41s o telefone voltou a tocar. Já sabia que as minhas irmãs não eram e que o meu marido estava na estação a apanhar o comboio. Só podia ser ele. Com diplomacia, atendi.

- Estou sim, faz favor?
- Bonito. Agora já atendes da maneira que eu gosto. Dá-me uma pica que se estivesses ao pé de mim, comia-te toda.
- Cuidado com o que dizes...
- Olha! Que pudica me saíste, agora. Andas a ***** comigo há não sei quanto tempo e estás com reticências de eu dizer que te "comia toda". Podia ser com beijinhos, né?
- Pois e não precisas dizer palavrões. Eu sei que ando a fazer o que não devo. Não precisas relembrá-lo.
- A converseta não está bem. Amanhã encontramo-nos? 
- Pode ser. A consulta é às 15h. Devo estar despachada pelas 16.
- Então a essa hora estou na estação.
- Eu vou lá ter e o que chegar primeiro, espera.
- Ok! Não vais ao msn?
- Não. Aproveito a minha mãe dormir, para dormir também.
- Então ficamos assim. Beijokinhas doces, molhadas, do nosso jeito.
- Beijinhos doces e até amanhã.

20h45m12s

< Amor mio dorme bem. Sonha comigo. Adoro-te sabia? Bjs só nossos. >

domingo, 24 de janeiro de 2016

As cuecas da Ponte!

Terça, 22 de Março de 2005

Sempre quis escrever. Gosto de me embrenhar na aventura das letras e com elas formar frases com sentido e que retratassem a veracidade da minha vida. Faço-o desde muito nova. Recordo que a primeira vez que escrevi, num caderninho de duas linhas, tinha sete anos. Relatei a minha viagem a Lisboa. Meu pai quando viu, ficou boquiaberto e disse que estava muito giro. Ainda guardo esse caderno como o pilar de muita dança com letras que me havia de servir para me aperfeiçoar na aventura da escrita.
Assim sendo, continuei e hoje não me impressiona o modo como conto o meu dia a dia.
Por essa razão, aqui estou a escrever aquilo que eu nunca pensei relatar num Blog. 
Como sempre, os telefonemas do Pedro deixavam-me deprimida. Tinha uma certa aversão ao incómodo que isso me causava. Mas nada fazia para parar esse fenómeno!
Eram 08h23m11s quando o telefone começou a tocar com aquele som estridente.
Lá fora chovia e as bátegas de água que caiam do meu algeróz, faziam jus ao meu estado de espírito. Era uma cantata triste que se juntava ao meu estado lobregue de um ser que já não apresentava vontade própria.
Ainda ensonada, estendi a minha mão trémula e apanhei o auscultador sem a menor das intenções de ouvir quem estava do outro lado da linha.

- Estou sim?
- Ena! Cada dia tens sua maneira de atender. Hoje é dia sim ou dia não?
- Bom dia. Nem sim nem não. Apenas estava a dormir e assustei-me com o telefone.
- Ainda a dormir? Eu já estou acordado desde as seis da manhã.
- Pois! Quando eu trabalhava, também me levantava a essa hora. Mas hoje tenho que aproveitar porque a minha irmã disse-me ontem que vinha já hoje trazer a minha mãe.
- Mas não era amanhã?
- Pelos vistos, já não é.
- Bem, isso deixa-me em franjas. Sabes para onde vou hoje?
- Não sou bruxa. E ainda não disseste.
- Vou para a Ponte 25 de Abril. Vou ver as cuecas da ponte.
- O quê?
- Ai nunca vistes?
- Nem sei o que a expressão quer dizer.
- Um dia levo-te lá. Queres ir?
- Sim. Já agora gostava de saber e ver, claro.
- Estou à espera dos homens que estão a arrumar a ferramenta.
- Então vai ser um dia grande, não?
- Vamos ver se acabamos antes do almoço.
- Bom trabalho...
- Já me estás a despachar?
- Não. 
- Mas eu vou-te deixar dormir mais um cadinho. Beijinhos doces.
- Beijinhos.

Durante o dia não tive notícias dele. Ainda enviei uma mensagem, mas não obtive resposta.
Pelas 17h12m23s o telefone voltou a tocar. Estava eu a combinar com a Glorinha os pormenores para os dias em que a minha mãe estivesse comigo. Não podia atender e levantei o auscultador e voltei a pousá-lo sem saber quem era. No meu íntimo, sabia que só podia ser o Pedro.
O telefone voltou a tocar cinco minutos depois. Voltei a não atender.
Pensei que ele se tivesse zangado e que já não me voltasse a telefonar. Mas às 17h32m24s ele voltou a telefonar. Atendi de imediato.

- Estou sim?
- Estava a ver que me tinha que ir embora sem falar contigo. Por que não atendestes?
- Porque não pude. Estava a falar com a Glorinha sobre os dias em que a minha mãe estará aqui.
- A tua mãe e sempre a tua mãe. E eu?
- Que eu saiba, estás de boa saúde e resmungão.
- Bem, já sei que não vais ao msn..
- Hoje não posso. Agora vêm aí dias difíceis. Não para ti, mas para mim.
- E para mim também. Mas vou-me embora. Só não te quero perder. Foste a coisa mais maravilhosa que me aconteceu na vida.
- Eu sou grande, não me perco.
- Hum! Não é desse perder que estou a falar. Estou estafado. Vou-me embora. Beijokas doces, molhadas, daquelas que só tu sabes dar.
- Beijinhos e dorme bem.
- Não me parece...

21h45m23s

< Meu Amor dorme bem e não penses que eu não me preocupo contigo. Bjs doces. >