terça-feira, 9 de junho de 2015

Ansiedade

Domingo, 31 de Outubro de 2004
 
 
10h15m01s
 
 
< Bom dia Amor. Ainda vais na viagem? Beijos só nossos. >
 
 
 
12h15m10s
 
 
< Já estás no hotel? Ainda não almoçaste? Qd vais a Porto Covo? Bjs só nossos.
 
 
 
15h35m12s
 
 
< Amor diz-me alguma coisa. Não sei nada de ti. Bjs molhados. >
 
 
17h13m09s
 
 
< Desculpa Amor. Vou enviar menos mensagens. Já fostes a Porto Covo? Bjs doces >
 
 
21h46m20s
 
 
< Amor fiquei Feliz. As casas são boas? Dorme bem. bjs carinhosos. >

domingo, 7 de junho de 2015

Almoço

Sábado, 30 de Outubro de 2004
 
 
10h45m09s
 
 
< Neste sábado, frio de Outubro, fui-me encontrar com o Pedro. Marcámos o encontro no MSN porque eu disse que o meu marido ia para casa da mãe. Andámos a passear no jardim do Centro. Estava deserto e nós beijámo-nos muitas vezes. Eu disse-lhe que no Domingo ia para Sines passar o Domingo e a Segunda porque era feriado. Também lhe contei que ia a Porto Covo e arredores. Então ele teve a brilhante ideia de irmos uns dias para Porto Covo só nós os dois. Chamou-lhe "a nossa lua-de-mel". Eu acedi e fiquei de ver se havia casas para alugar nessa altura.
Fomos almoçar num restaurante à beira-rio. Ele pediu peixe no rodízio e eu pedi um bitoque. Quando foi à hora de pagar, empurrou a conta para o meu lado. Fiquei aborrecida, mas não disse nada.
O resto do dia já não me correu bem. Ele perguntou várias vezes o que eu tinha, mas eu não disse o porquê. Fui cobarde e comecei a pagar tudo o que se relacionava com os dois. Isto já tinha acontecido, mas pensei que um dia pagava eu, outro dia pagava ele, mas tal não aconteceu.
À hora da despedida já não foi eufórica como de costume pela minha parte. Senti-me lesada, mas como tinha uma paixão por ele, relevei para segundo plano e tentei esquecer o sucedido. Quando cheguei a casa, o meu marido já estava e tive que dizer que tinha ido ao cinema. Aqui começaram as mentiras. Eu que lhe contava tudo, passei a ocultar muita coisa. Foi um erro que paguei bem caro . Mas assumo-os e sei que foi um erro tremendo meter-me com um sociopata como o Pedro. >

sábado, 6 de junho de 2015

Fotos

Sexta, 29 de Outubro de 2004
 
 
09h10m00s
 
 
- Sim, por favor?
- Bom dia querida. Gostaste das fotos?
Ah! És tu. Bom dia Pedro. Gostei muito.
- Tirei-as só para ti. ( Soube mais tarde que foram enviadas para mais de quarenta senhoras. Saia e escrevia-se com elas. Aqui a estúpida, pensava que era só comigo. Retrato de um sociopata. Mentiras, meiguice, ternura, amoroso até ter o que queria. )
- Eu agradeço a amabilidade.
- Não precisas de agradecer, percebes?
- Fica sempre bem um "agradecimento" e, para mais, foram tiradas a pensar em mim.
- Sim, Amor, foram só para ti.
- E não mostraste à tua mulher?
- Nãooo, Amor. Foram só para ti. (A estúpida acreditou e ficou orgulhosa).
- Hoje vou até Alcácer do Sal. Levo uns homens comigo e, se arranjar um telefone, eu telefono-te. Se não, passo o fim-de-semana a falar contigo no MSN.
- Está bem. Primeiro o trabalho e depois o resto.
- Não és resto nenhum. És a minha amada.
- Gosto de ouvir isso.
- Bem, vou para Alcácer e depois logo se vê. Beijinhos que só tu sabes dar.
- Beijinhos também para ti.
 
18h15m23s
 
< Amor não arranjei telefone. falamos logo no MSN. Beijinhos dos nossos. >
 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Separação

Quinta, 28 de Outubro de 2004
 
09h15m00s
 
- Estou sim, por favor?
- Meu Amor, bom dia. Ontem ficastes triste da nossa separação?
- Olá Pedro! Fiquei triste. Foi um dia tão bonito que tive pena de acabar.
- Penas têm as galinhas.
- Então arranja-me um sinónimo para " pena".
- Sei lá! Tu é que és a professora...
- Sim, já sei um. Fiquei triste, é isso.
- Estás a ver como ainda não lhe perdestes o jeito?
- Não se perde e morre connosco.
- A mim também me custou a separação.
- Brevemente haverá mais um encontro.
- Ah! Sim. No próximo sábado. Que o S. Pedro ajude aqui o Pedro com um dia de sol.
- Vai ser, acredita. Vamo-nos encontrar no Centro.
- Espera um cadinho.
-.................................
- Já cá estou outra vez. Vou trabalhar para a ponte 25 de Abril. Vai ser o dia todo. Tenho que ir.
- Está bem, Amor. Até logo. Beijinhos dos nossos.
- Beijinhos e, se puder, telefono de lá. Tchau.
 
15h34m10s
 
- Sim, faz favor?
- Amor nem pensas onde estou.
- Segundo disseste, ias para a ponte.
- E estou. Mesmo aqui no cimo. Tem uma vista linda. Depois envio fotos.
- Eu espero. E tem cuidado não caias. Tenho receio por ti.
- Está tudo controlado. Agora vou desligar. Beijinhos dos nossos.
- Beijinhos, Amor.
 
18h10m10s
 
< Aí vão as fotos. Diz lá senão é bonito? Beijinhos doces. >
 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

 
Quarta, 27 de Outubro de 2004
 
 
09h24m10s
 
 
< Na hora acima descrita, eu encontrava-me na estação dos comboios. O comboio onde vinha o Pedro, estava atrasado e eu a ficar impaciente. De repente ouvi um silvo muito grande e apercebi-me que era o comboio a chegar. Vi o Pedro descer as
 escadas com a sua altivez e sumptuosidade. Fiquei feliz por o ver. Parecia muito feliz e alegre. Já não era o Pedro do dia anterior.
Chegou junto de mim e beijou-me efusivamente. No trajeto até a casa, fez-me carícias de toda a espécie. Em casa foi uma manhã cheia de amor e volúpia. O Pedro já se sentia em casa.
Cerca das 13 horas fomos tomar banho. Como sempre, lavou-me e acariciou-me até à exaustão.
Desta vez eu ia levá-lo ao D. N***. Mas ele relembrou-me que era um lugar onde eu ia com o meu marido e já me conheciam muito bem. Então dissidimos ir ao C******. Almoçámos no restaurante Central. Foi muito bom. Ele olhava para mim com um olhar de ternura e meiguice. Eu retribuía e foi mais um dia maravilhoso.
À hora do comboio, fui levá-lo. Foi com lágrimas nos olhos que dissemos " adeus". Vi-o partir no comboio e fiquei na gare até o comboio desaparecer.
Regressei a casa e vinha muito feliz.
Ele enviou-me uma mensagem a dizer que tinha sido um dia maravilhoso. Neste dia não falámos no MSN. > 

terça-feira, 2 de junho de 2015

Meu irmão

 
Terça, 26 de Outubro de 2004
 
Mais uma conversa tida com o Pedro quando falávamos ao telefone. São conversas registadas no meu diário e que me servem hoje para escrever aqui.
 
08h45m00s
 
- Estou sim, faz favor?
- Bom dia, Amor. Dormiu bem?
- Sim. E tu?
- Eu não e estou muito nervoso.
- Pode-se saber porquê?
- Podes. Tenho que falar com alguém que me compreenda. Lá em casa não posso falar nisto.
- Então fala que eu ouço. É sobre o quê?
- É sobre o meu irmão.
- Aquele que te vendeu a casa?
- Não. É aquele que morreu de acidente.
- Áh! Não sabia.
- Pois. Nunca falámos nisto. Eu era solteiro e estava em casa com a minha mãe quando bateram à porta. Eu logo me lembrei que era sobre o meu irmão. Ele tinha saído de moto.
- Então tinhas outro irmão!?
- Sim e dava-me muito bem com ele. Quando abri a porta, perguntei logo se era sobre o meu irmão. Nem queria acreditar no que me diziam. Não sei como tive coragem para dizer à minha mãe. Ele tinha morrido de acidente.
- Que pena! E sonhaste com ele?
- Não, mas veio-me ao pensamento e não consegui dormir. Estou nervoso.
- Queres que eu vá ter contigo para te sentires mais aliviado?
- Se tu pudesses vir, eu agradecia-te. Nem sou capaz de trabalhar.
- Então eu vou almoçar contigo.
- Obrigado. Eu sabia que tu me compreendias.
- Num caso assim, toda agente compreende.
- Então vens ter comigo?
- Se te ajudar, eu vou.
- Vens no comboio das 11 horas?
- Sim, Amor. Estarei para te ajudar no que puder.
- A tua presença já ajuda e tenho com quem desabafar.
- Então até já, meu Amor.
- Obrigado, meu Amor.
- Não tens que agradecer. Faço-o por que quero.
- Beijinhos e até já. Faz boa viagem.
- Obrigada, Amor. Beijinhos.
 
Fui ter com o Pedro ao Centro Vasco da Gama. Esperei por ele no local habitual. Apareceu muito pálido e muito nervoso. Almoçámos na casa das sopas e ele comeu muito pouco. Falámos muito e contou-me todos os pormenores da morte do irmão. Passei a tarde com ele a passear no parque junto ao rio.
Quando o deixei, já estava mais descontraído. Ficou combinado ele vir no dia seguinte ter comigo. Despedimo-nos com muitos beijinhos e ele colocou a mão dele na janela do comboio quando a porta se fechou. Eu coloquei a minha e vim satisfeita por o ter ajudado.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Zangada

Segunda, 25 de Outubro de 2004
 
Tudo o que escrevo neste blogue é verdade. Tenho um caderno onde escrevia tudo o que se passava entre mim e o Pedro. Só não tenho as nossas conversas do msn porque não sabia como guardar nem nunca me ensinou.
 
 
08h555m00s
 
 
- Estou sim, por favor?
- Olá, meu Amor. Foi um fim de semana para esquecer. Ontem não consegui falar contigo. O que se passou?
- Bom dia, Pedro. Ontem fui almoçar ao restaurante da minha cunhada e, depois, passei a tarde em casa da madrinha do meu marido. À noite fui jantar com a minha sogra.
- Mas tu não te dás com elas...
- É verdade. Mas de vez em quando tenho que marcar o ponto para não haver chatices. E agora menos quero ter problemas com o meu marido.
- Ok! Tu lá sabes.
- Então foste ao Alentejo no sábado?
- Fui. A minha mãe tinha que lá ir e eu levei-a.
- E só soubeste no sábado?
- Não. Porquê?
- Porque não me disseste na sexta-feira no MSN.
- E tinha que te dizer?
- Não. a vida é tua. Eu também não tenho nada que te dizer quando vou ou por que vou a casa da minha sogra.
- Estás a ser mazinha.
- Não. Respondi da mesma maneira que tu.
- Vá, não estejas zangada. Eu não quero. Queres vir almoçar comigo hoje?
- Não posso. Tenho a roupa para secar. Amanhã vem a Glorinha passar e arrumar o sótão.
- Por que chamas sótão àquilo? É outro andar que tu tens.
- Não sei. Talvez porque está assim na planta da casa.
- Hum, está bem. Que posso fazer para não estares chateada?
- Vem na quarta ter comigo.
- Sim, vou, Amor mio. Agora, se me dás licença, tenho que ir trabalhar. Vou para a linha de Cascais.
- Um bom dia para ti. Beijinhos e até logo.
- Beijinhos dos nossos. Não sei quando me despacho.
- Se for depois das 18 horas, já não telefones.
- Beijinhos e fica bem.
- Beijinhos.
 
18h20m35s
 
 
< Meu amor de ontem de hoje e de amanhã só cheguei agora. Já não pude falar contigo. Foi um dia grande e muito trabalho. Logo vai ao MSN para falarmos um cadinho. Só estou bem a falar e estar contigo. Na quarta faço-te ir ao ceu outra, vez e vai ser tão bom como sempre.
Agora vou pa casa. Ela está a trabalhar de noite esta semana. Dá para falarmos à vontade.
Beijinhos quentes e molhados. >
 
22h01m45s
 
< Foi bom falar contigo. Dorme bem. Beijinhos dos nossos. >