segunda-feira, 26 de março de 2018

O meu dia na Figueirinha

 
 
Peço desculpa pela semana inteira que fiquei sem dar notícias. Estive sem net e, na minha rua, ninguém teve  durante a semana. Voltou hoje pelas 13h completamente.
Hoje vou falar de mais um dia em que a minha vida estava ligada ao Fernando Pedro. Não pela parte dele, mas pela minha. Tudo rodava à sua volta e a minha vida ficava para trás, eu inclusive. Apenas pensava nele e só nele, se bem que já estivesse com um pé atrás por causa do dinheiro ao fisco. Porém, ele fazia-me pensar o contrário. E quem não pensaria? A maneira como ele  me travava, o carinho, o olhar, os beijos, as suas mãos pequenas e sapudas, mas que eu achava as mãos mais lindas que já tinha visto. Elas sabiam acariciar...
 
Sábado, 27 de Agosto de 2005
 
Neste Sábado, um pouco nublado, vou, com o meu marido, para a praia da Figueirinha. Está abafado. Vamos logo de manhã por causa da bicha na Ponte 25 de Abril.
Não digo nada em todo o caminho. Finjo dormitar, mas não durmo coisa nenhuma. O meu pensamento está com  aquele biltre que me está a estragar a minha vida. Eu sei isso, mas afasto essa possibilidade. Revejo os melhores momentos da nossa vida, dos seus carinhos, carícias, beijos e um amontoado de coisas lindas que ele me fazia.
Quando chegámos, o meu marido, chama-me, com muita doçura, a pensar que eu estou a dormir.
Abro os olhos que ficam ofuscados pela luz do sol. Digo muito rápido: - Olha o tempo lindo que faz aqui! Mesmo muito admirada.
O meu marido ajuda-me a sair do carro. Eu saio ainda inebriada com os meus pensamentos, mas depressa disfarço.
Pego no saco da praia e retiro o meu telemóvel para ver as horas. Tenho uma mensagem e logo referencio o Pedro nela. Abro a toda a brisa para a ler com os olhos a lacrimejar. O meu marido vai à frente e eu leio com sofreguidão.
 
09h34m21s
 
< - Meu Amor adorado ainda ontem estivemos juntos e já tenho saudades tuas, são as saudades que me matam e a ti o que é?
Onde estás? Ainda na cama? ou já a tomar o pequeno almoço? diz-me tudo eu estou ancioso. Beijinhos loucos doces de mel. AMO-TE, sabias? >
 
Começo a rir. Ele não sabe onde eu estou. É bom que ele não saiba muita coisa da minha vida e nem lhe vou dizer.
 
Respondo evasivamente e digo que estou ensonada, que vou tomar banho e depois o pequeno-almoço.
 
E vou mesmo. Vamos a um restaurante pequeno ali ao lado.
Falamos algumas banalidades, pagamos e vamos para a praia.
O sol queima-me a pele e a areia faz-me confusão. Apanho um livro e leio. O meu marido vai correr pela praia fazer o seu cross, como habitual.
O tempo passa rápido, pois quando estou a ler, abstraio-me completamente.
Olho para o telemóvel e são 12h45m10s. Em redor há muita gente, ainda, e do meu marido nem sei onde está. Fico apavorada e os meus olhos percorrem a praia para ver se o vejo. Realmente os meus olhos vislumbram a sua silhueta. Está dentro de água a olhar o infinito. Chamo-o e ele olha para trás e faz-me sinal que já vem.
Chega cansado e estende-se ao sol para se secar. Eu reclamo por que são horas do almoço. Ele responde que ainda é cedo e fica-se estendido na toalha.
Sento-me e oiço o chegar de uma mensagem. Não vou logo ver para não dar nas vistas, mas fico alerta. Disfarçadamente, vejo a mensagem. Era do Pedro.
 
13h01m45s
 
< Meu AMOR minha vida hoje tenho cá a mãe dela e o padrasto, eu fiz o almoço, ela anda a pôr a mesa, a mãe é toda XPTO e eu não gosto deles.
Onde estás? Já fizestes o teu? ADORO-TE sabias? Beijokinhas só nossas. >
 
Respondo que ainda não almocei, mas que tenho o almoço à minha espera. Digo-lhe para não ser assim  com a mãe da mulher. Ele tem que a respeitar como a mulher respeita a mãe dele. Despeço-me com beijinhos e um até logo. Mas esse " até logo " não chega. Ele já não fala comigo neste dia.
Penso que ficou zangado por eu ter dito aquilo.
Depois de um dia tão bom, fico triste quando chega a noite...

segunda-feira, 19 de março de 2018

 
Na vida tudo muda num enésimo de segundo.
Isso é uma prova de que estamos no cosmos.
Em Julho de 2017 tive que mudar a minha vida radicalmente.
A minha irmã mais velha teve um AVS e ficou incapacitada não podendo fazer uma vida normal.
Aqui entro eu para a auxiliar a ter uma vida o mais possível dentro dos padrões da habitabilidade.
 
Depois destes meses todos, volto com a certeza de dever cumprido. Não está bem, mas muito recuperada.
 
Foi com alegria que vi que sentiram a minha falta, mas descansem, tudo vai normalizar. Volto a escrever o que o Pedro pensa que acabou ali por me cansar ou por já não ter mais nada que dizer.
Há muito para escrever. Tantos anos não se podem apagar de um momento para o outro.
 
Hoje só faço a minha nova apresentação. Quem me conhece, sabe que não ficarei calada perante tanto sofrimento que me foi imputado.
Vou continuar o relato daquilo que se passou entre mim e o biltre e psicopata do Fernando Pedro Cachaço Marques.
 
Ele continua por aí fazendo as mesmíssimas coisas que fez comigo e com tantas outras mulheres...
 
 

terça-feira, 4 de julho de 2017

Versos de casamento!





Ontem, quando fiz aquela postagem, receei que, à noite, tivesse um pesadelo.
E realmente aconteceu.
Não gosto de recordar coisas destas que tanto me fizeram sofrer. Sofri psicológica e corporalmente. Nunca me tinha sentido tão vexada. Ele tinha prometido, no dia anterior, que eu receberia a paga por não o deixar conquistar a Dulcineia. De facto assim foi.
Sonhei horrores a noite passada. Não que eram outros fulanos que me pontapeavam, mas sim ele com aquela raiva incontida, os olhos saídos das órbitas e os pés calçados com os sapatos comprados na Nazaré, pontapeando-me sem cessar e espumando aquela espuma branca que o boi deita na praça quando está a ser toureado.
Pois, Pedro, tu és um touro raivoso. Fazes aquilo que te fizeram a ti. Foi o que escreveu o Manuel Lisboa, recordas? Eu não me esqueci....

Mas hoje não venho abrir mais feridas que não estão cicatrizadas, ainda...

As meninas que me disseram, por mail, que ele também lhes bateu, não tenham vergonha de o dizer em público. Façam os seus comentários aqui para que todos saibam quem é o Fernando Pedro Cachaço Marques. É um monstro, acreditem...

Os versos que prometi e que ele me pede em casamento, são os seguintes:

Segunda, 22 de Novembro de 2004

17h23m


< Não me quero despedir sem te enviar isto que te ando para fazer à muitos dias. Sei que pessoalmente era melhor mas falta-me a coragem e sou envergonhado. Responde quando tiveres preparada mas responde o sim por favor. AMO-TE MUITO e tu sabes disso.

Pedido de Casamento

Meu AMOR, minha AMADA
Um pedido quero fazer
Não vais ficar calada
Vê lá o que vais dizer

Quero hoje te pedir
O que me vais responder?
Será que quero ouvir
Aquilo que me vais dizer?

Casamento é o pedido
Que é feito neste dia
Acho que é respondido
Agora no próprio dia

Silêncio não aceito
Não! Não creio também
Talvez! Não é certo
Sim! Por mim tudo bem...

Que axastes? Não me digas que não e nem talvez. AMO-TE e quero ficar contigo pa sempre. Já és minha não te esqueças.
Logo vai ao MSN ou envia resposta a isto. Quero dormir com a certeza que sim.
Beijokinhas docinhas e só nossas. Inté!

Eram estes versos que eu queria enviar a Dulcineia e que recebi, em troca, um arraial de pontapés até ficar inconsciente no chão da minha cozinha. Sei que foi ele que enviou os tipos porque um deles disse: - Este é pelo Fernando Marques e tu sabes porquê.
Ouvi e fiquei inconsciente por saber que era ele o mandatário de tal brutalidade...



segunda-feira, 3 de julho de 2017

A nódoa negra!


A foto de hoje tem a ver com um castanheiro. Foi uma visita que eu fiz a Linhares da Beira. De lá escrevi um postal ao Fernando Pedro. Tinha-me dado a morada para lhe enviar um Blackberry que me tinha pedido em Junho. O tal telemóvel não foi enviado porque eu já conhecia a sua pedinchice e como não marcou nenhum encontro, não levou o Blackberry. Ficou para mim....

Hoje, ao ler o meu diário, dei com este dia de insatisfação para ele.
Houve muitos dias iguais a este. Dias que não me arrependo de ter feito. Mas sei que ele ficou lixado, amargurado e triste. Eu já não era quem ele conhecera. Era, sou e serei outra pessoa. Mas ele continua sendo o biltre de sempre, astuto, matreiro e pensando que é o maior...

Antes de começar a minha dissertação pelos tempos indos, quero agradecer os e-mails e os comentário feitos na postagem anterior. É muito gratificante receber os vossos comentários. Quem me envia os mails, deveria deixar aqui os seus comentários e não os enviar  em privado. Gostaria que eles ficassem aqui postados. Tive muitas visitas e, se cada um de vocês escrevesse um comentário, teria a página cheia, acreditem, e vós sabeis que falo verdade. Mas um dia posto aqui alguns e-mails que me chegam em privado. Não me importa o vosso nome ou o vosso apelido, apenas fico grata por esses comentários que me chegam de várias pessoas em privado. Fica aqui a dica.

O Fernando Pedro disse, em Março de 2013, que nunca me tinha pedido em casamento. Disse-o à Dulcineia e eu nem tive tempo de lhos enviar para ela os ler. Foi quando participei dele pela tareia que apanhei. Só que o Pedro, astuto, conseguiu enganar o Sargento que tomou conta da ocorrência. Aí fiquei eu, com as nódoas negras e sem me poder defender. Eis uma das nódoas negras que me fizeram. Neste sítio, eu não conseguia mutilar-me, como ele disse ao Sargento.


Foi num sítio muito sensível e nem conseguia sentar-me.
Hoje vejo o quanto burra fui em retirar a queixa. Mas estava cansada de tanta mentira do Fernando Pedro Cachaço Marques.
Foi no dia 19 de Março de 2013 pelas 16h. Levei a tareia e ainda fiquei por mentirosa. Grande Fernando como tu és um grande safado.
O pedido de casamento que me fez, em verso, vou postá-lo na próxima postagem.

Critiquem, escrevam os vossos comentários aqui e eu agradeço muito.


quinta-feira, 29 de junho de 2017

Os versos!

Estive a reler o meu diário. Não publiquei algo que é muito importante frisar.


Nos meus 20 anos namorei um toureiro de renome. Gostei muito dele e tenho boas recordações dos nossos momentos passado a dois.
Era meigo, afável, carinhoso e muito meu amigo.
Mas nem sempre somos bafejados pela sorte. E esse foi o meu caso com este amor impossível.
Não porque não havia amor verdadeiro entre nós, mas sim pela imposição dos meus pais.
Então pensei entrar num convento: O de Santa Clara em Coimbra. Fui ajudada pela irmã Maria do Sagrado Coração de Jesus. Já tinha a minha mala em casa desta irmã para embarcar no dia seguinte pelas seis da manhã.
Nessa noite, o meu tio Padre foi jantar na casa dos meus pais. Era irmão da minha mãe.
Saiu-lhe esta frase infeliz:- Hoje é um dia triste. Amanhã, a nossa C*******, já estará no Convento.
A minha mãe ficou implacável e irredutível. Proibiu-me não só de ir para o Convento, como de ir à missa todos os dias. Então fiquei enclausurada em casa. Veio a saber o porquê e mais furiosa ficou.

Contei isto ao Fernando Pedro logo no início da nossa relação. Enviou-me, então, os seguintes versos.

Segunda, 22 de Novembro de 2004, 14h30m



< Meu Amor eterno não sei fazer versos como tu, mas inspirei-me e saiu isto.

Quem me dera um dia
Ocupar esse lugar
Te darei muita alegria
Mas não sei tourear

Por vezes sinto raiva
De tanta recordação
Odeio festa brava
Aperta meu coração

Os momentos do passado
Não te é salutar
Dissabores encapotados
E feitos por saldar

Ao longo da tua vida
Há histórias p´ra recordar
Lembra-te delas ainda
Mas não as de tourear.

Meu Amor quero ocupar o teu coração para esqueceres este fulano não te faz nada bem lembrares uns, momentos passados com ele eu quero passar o resto do tempo contigo. AMO-TE e ponto.
Beijokinhas muito doces que daremos em breve.

E foi assim que me fez esquecer o meu romance do passado. Esqueci, é certo. Voltei a ter uma nova paixão.

sábado, 24 de junho de 2017

Não falamos na dívida!





E digam lá se Fernando Pedro Cachaço Marques não é " Pedro Sá "?

Se não fosse, tinha ficado como antes. Não tinha mexido no seu perfil. E também é um dos meus leitores assíduo. Mas não pia, nem graceja, nem publica. Vive à margem e intrigado como sei a sua vida e a de todas as pessoas com quem se relaciona. Não tens que te preocupar, Pedro. Quem não deve, não teme. Se sei, é porque lesionaste muitas mulheres. És capaz de deitar a cabeça na almofada com a consciência tranquila? Ah! Já me tinha esquecido que tu não tens " consciência " ! Nem sabes o que isso é, não é verdade?

Sexta, 26 de Agosto de 2005

Já não tenho pesadelos com a dívida do fisco. Já sei qual é o seu golpe. É ambicioso e nem sabe que 12.500€ é muito dinheiro para ser pedido assim. Nem sabe que " as Mónicas " já não é prisão e nunca recebeu homens. Ignorante! Antes de pedir, pense na melhor forma de o fazer e como o deve fazer.
Penso eu, isto tudo, ao acordar nesta Sexta pela manhã.
Também é o dia do nosso encontro. Será que vai haver? Já nunca sei quais os dias para nos encontrarmos.

08h46m58s

< Meu AMOR do coração queres vir almoçar comigo? Fico há espera. Bjs ardentes. >

Claro que quero. Como não? Pergunto onde vou ter.

09h10m21s

<Aqui ao Pq das Nações. Inté. Bjs >

Lá vou eu, numa corrida louca, arrumar-me e ir apanhar o comboio

Quando chego, vou para o sítio do costume. Ele desce as escadas e não dou por isso. Põe-me as mãos nos ombros e assusto-me imenso. Ele ri a bandeiras despregadas e eu tremo de medo. Abraça-me e beija-me efusivamente. Vamos, de mãos dadas, para o " Só Peso ".  Não fala na dívida e eu não nem me recordo.
Falamos de coisas banais. Recordo que falamos da Zezi**** e da mãe dela.  De como elas falavam dos homens que sabiam ou não, fazer sexo. Gaba-se, vaidosamente, que fez a mulher ir às nuvens e mostrar-lhe que era assim que, os homens de bem, o sabiam fazer. Eu rio-me bastante e comento que não devia dizer isso. Pergunta se tenho ciúmes e eu só digo: - Eu sei que ela é tua mulher... >
Falamos, ainda, da Claú**** que  não sabe que fica  no mesmo sítio no próximo ano lectivo. Pensa que vem para Lisboa, com o pai, todos os dias. Vem a talho de foice a minha filha. Fico muito feliz por falar na filha maravilhosa que tenho.
- Ás vezes, tenho inveja da tua filha.
- Porquê?
- Ela está bem na vida. A dar aulas na Universidade de Berlim, é um grande orgulho para ti.
- As tuas também são o teu orgulho. A Ve**** Món**** fez duas casas de moda, como disseste, no Campera. E a Claú***** vai chegar longe. Tem fé.
- Quando vais ver a tua filha?
- Em Setembro próximo.
- Eu posso ir contigo?
- Pedro, sabes que não.
- O teu marido, né?
- Claro.

Ficamos em silêncio e olhamos um para o outro. Os seus olhos, cor de mel, são como os olhos de uma cobra que atrai  a sua presa. Ele atrai-me muito e eu fico fascinada, presa naquele olhar tão enfeitiçador.

Vai embora e despedimo-nos com mil beijos muito apaixonados. Parece tão real que penso que será eterno o nosso amor.

Vou ver um filme e venho para casa com a certeza que ele me ama. ( Grande ilusão a minha. Ele é uma falsidade em todos os sentidos. )

18h09m14s

< Tás em casa? eu já ela tá a trabalhar vens ao MSN? Beijokinhas só nossas. >

Vou ao MSN e deito-me com a certeza que ele me ama. 


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Para onde fores, eu sei!





O Fernando Pedro Cachaço Marques sabe escolher bem as fotos e as mulheres com quem quer andar. As que são viúvas, carentes, divorciadas e aquelas que tem uma vida muito boa para lhe pagarem os seus luxos ou então lhe darem dinheiro.
Foi o que aconteceu comigo, consigo, com ela e com todas as outras. Nunca escolheu uma empregada de balcão, de restaurante ou doméstica. Não acreditem que é por " amor ". É por dinheiro e posição social. Gosta de grandezas e de exibir mulheres de um extrato social elevado. Recordo que ele se gabava para os colegas por andar comigo. Eles já me conheciam e diziam-lhe quando eu apanhava o comboio, a estação que frequentava ou que tinha chegado ao ponto onde ele marcava. Na altura não me apercebi disso. Estava " cega " como digo tantas vezes.
A mais patente tem sido a advogada Maria Armén****. Essa, ele não larga. Já a conheço com ele há largos anos. E, praticamente, sei sempre quando se encontram e onde. Afinal somos unidas e avisamo-nos umas às outras. Pedro, por onde andares, eu sei sempre. Até com a Milu. Se não digo aqui é porque não te quero perder de vista. Recorda-te que eu estou próximo de Benavente. E tenho lá amigas. Até sei quando saem e para onde. Seja a que parte do mundo tu fores com A ou B, eu sei. E não sou bruxa, como me chamaste. Se fosse " bruxa " tinha descoberto a peça que tu eras e o que me virias a fazer. Não nos apaixonamos por uma pessoa só por meia dúzia de e-mails que possamos trocar... Como tu me disseste e depois disseste à Dulcineia e a outras...

Quinta, 25 de Agosto de 2005

O dia está enevoado. Olho através da janela e vejo densas nuvens no céu. O calor faz-se sentir como fogo que queima as nossas entranhas. O meu corpo está húmido pelo calor da manhã.
Levanto-me e tomo banho. Desço e vou tomar o pequeno-almoço. Porém, em cima, tudo fica arrumado. A Glorinha vem, mas tenho brio em ter tudo no seu lugar. Ela só vem fazer limpeza.

Fico na cadeira de baloiço a examinar o céu, os passarinhos e as rolas que sobrevoam o meu jardim. Na árvore ao lado está um ninho que preservei e que serve de aconchego aos seus moradores. Sinto-me viva e feliz. Já não penso na dívida e nas Mónicas. É aqui, neste episódio, que vejo o que o Pedro quer de mim. Por um lado, vejo com clareza, o que anda a tramar, mas por outro gosto dele. Estou dividida, mas vou onde ele me chamar.

Estou eu, apreensiva, com toda esta trama que se abateu sobre a minha cabeça, quando o telefone começa a tocar.
Levanto-me de um salto e corro à sala. Levanto o auscultador e pergunto:

- Estou sim, por favor?
- Bom dia, amor de mi coração. Estás bem?
- Bom dia, Pedro. Já quase não é " bom dia " . Já viste as horas?
- É quase meio-dia... Mas ainda é bom dia, porque não?
- São, mais precisamente, 11h55m20s
- Ena! Que precisão. Vê lá se tens precisão com a minha dívida. O tempo está-se a esgotar...
- Ah, sim? Para quê?
- Não estás a brincar, pois não? Sabes que estou entre a espada e a parede e não encontro ninguém que me ajude.
- E os teus amigos? Não dizes que tens bons amigos!?
- Mas nestas alturas não aparecem e, depois, não ando a dizer a toda a gente, né?
- Claro que não. Estas coisas só se contam a pessoas íntimas, não é?
- Tu, por exemplo. Sabes mais da minha vida que lá em casa.
- Não acredito. E nem me faças de parva.
- Bem... Telefonei para te convidar a vires ter comigo.
- Agora?
- Hum! Era para ter telefonado mais cedo, mas o trabalho foi muito.
- Agora não posso ir. É tarde, não achas?
- Só é tarde quando nós queremos.
- Eu não quero que seja tarde. Dou tudo para estar contigo, mas hoje já não posso.
- Era só para falarmos...
- Assim também falamos.
- E uns beijinhos, umas carícias não gostavas?
- Hoje não posso.
- Bem, então, vou almoçar.
- Bom proveito. Telefonas ainda?
- Não. Não é dia da tua empregada?
- É. E amanhã, também...
- Beijokinhas doces, só nossas e que tu sabes dar.
- Beijinhos doces.
- Inté!

Desligo e penso que me está a levar. As coisas que eu sei, ele nem imagina. Vamos ver como isto se irá desenrolar.
A Glorinha chega e eu vou almoçar.

17h45m18s

< Amor meu eterno do coração vou sair tenho, trabalhado muito estou cansado. Vais ao MSN? Eu estou lá. Bjs só nossos. AMO-TE MUITO. >

À noite falamos no MSN. Lá vem a conversa do fisgo. Falamos e ele vê soluções. A salvadora posso ser eu. Pede muito e eu nem digo sim nem não.
Quando me vou deitar, estou cheia de sono...