sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Outra vez "regar o caminho"!

É a capela da Misericórdia de Angra do Heroísmo. Antigo hospital. Foi aqui que morreu o irmão de Vasco da Gama, Paulo Gama.
Em frente à capela está a imagem de Vasco da Gama a caminhar. Angra está cheia de história.

Quero dizer que não consigo entrar nos blogues que estou seguindo. Coisas novas, de certo, mas longe do meu olhar. Parabéns a todos. Sei que, pelas postagens  antigas, têm grande manancial de nos deliciarem. Pena que não consiga ver.

Quinta, 23 de Junho de 2005

A minha filha telefona todos os dias. Hoje não é exceção. Logo pela manhã falamos. Diz que eu devo ter cuidado com o Pedro. Para me pedir dinheiro não deve ser boa rês. À noite vai jantar com os professores da Universidade. Ela é assistente de um deles.
O Pedro liga, mas o telefone está impedido. Estou tão embevecida com a minha filha que até me esqueço dele.
Quando desligo fico a pensar no que acabo de ouvir da minha filha e ponho-me a magicar no sucedido. Deverei dar ouvidos à minha filha? Uma pergunta sem resposta.
Estou eu nestas cogitações quando o telefone toca.

09h01m45s

- Estou sim, por favor?
- Conversa muito animada. Com quem estavas a falar? Posso saber?
- Devo-te explicações? Não sabia!
- É assim tão importante que não possas partilhar comigo?
- Tem muita importância. É uma parte de mim. Devo atender cada vez que ela telefonar.
- Ah! Era a tua filha? Como está?
- Perfeitamente, obrigada. Eu não te pergunto nada quando tu não dás logo a resposta! Espero até teres oportunidade de o fazer. Espero que respeites, também, isso em mim.
- Pronto, pronto... Não te zangues.
- Parece que quem estava ontem zangado eras tu. Nem uma carícia, nem um sorriso... Que bicho te mordeu?
- Não mordeu. Apenas fiquei triste.
- Com o quê?
- Contigo...
- Comigo? Porquê?
Parece que ficastes indiferente quando eu disse que não tinha dinheiro na conta...
- Pedro isso não é verdade! Fiquei pensativa, só isso e quis animar o ambiente.
- Hum! Ok! Não me ajudastes, mas eu já estou com dinheiro. Pedi à minha mãe. Não gosto de fazer isso. Mas não te esqueças de regar o caminho do nosso amor.
- Pois... Eu tento regar. No caminho, as flores não vão murchar, se depender de mim.
- Espero que não te esqueças. Hoje vou para a linha de Sintra e já não venho aqui. Se puder, telefono de lá. Senão, só mensagem e falamos no MSN. Queres?
- Quero o que for melhor para ti.
- Mas vais ao MSN?
- Não, Pedro. Não quero dar nas vistas. O meu marido pode desconfiar e a Zé também. Foi à cerca de um mês e meio que se passou aquela embrulhada toda. Não quero falar com a Zé outra vez. É desconfortante.
- Lá tenho que eu arranjar outra desculpa. O meu colega ajuda-me.
- Mas eu não quero. É muito desagradável.
- Ok! Bem, tenho que ir. Os homens estão à espera. Beijoca doce.
- Beijinhos...

É a conversa do dia. Mais uma vez fico de alerta. "O caminho tem que ser regado". Mas como? Penso eu. Ingénua...

17h21m43s

< Amor já estou perto de casa. Gostava de te ouvir beijar e amar. Amanhã fazemos isso. Eu telefono. Beijokas muitas.>

21h45m32s

< Vou dormir para o tempo passar depressa. Dorme bem. Beijokinhas de amor. >

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