sexta-feira, 12 de maio de 2017

Não duvides!





Esta foto tem muito que se lhe diga. Foi postada pelo Pedro, no seu perfil, talvez no início de conhecer a Milu.

Que feliz destino o meu
Desde a hora em que te vi
Julgo até que estou no céu
Quando estou ao pé de ti.

Perdeste o teu dote de fazer versos? Não me parece. Um sociopata como tu tem sempre muita bagagem para mostrar e aprisionar.

Sexta, 12 de Agosto de 200

08h32m59s

- Estou sim, faz favor?
- Bom dia, bom dia, bom dia Amor do meu coração.
- Ena! Que pancada!!!
- É assim que me sinto: Feliz por te ter comigo...
- Será? Às vezes fico com dúvidas.
- Não duvides. Queres vir passar o dia comigo? Trabalho até às 11 e depois vamos ao Lopes.
- Se assim o queres, eu também.
- Então despacha-te. Quero estar contigo. Tenho muitas saudades... Huuuummmm! Tão bom. Já estou a sentir qualquer coisa só de pensar...
- Não digas. Alguém pode estar a ouvir e eu fico com vergonha.
- Vergonha? Saltas a cerca e tens vergonha?
- Estás sempre a dizer o mesmo. Ao menos respeita-me.
- E não te respeito? És a minha amada... Isto é só entre nós.
- Às vezes não parece...
- Então vens?
- Vou. É só tomar banho e despachar-me.
- Então despacha-te. Beijinhos e inté!
- Beijinhos. Olha espero onde?
- No sítio do costume.
- Ok!

Desligo e vou correr a despachar-me.
Tomo o comboio das dez.
Já no comboio chega uma mensagem. Abro e sorrio. É do Pedro.

10h20m17s

< Já sei que vens no comboio um amigo meu disse que te viu na estação. Bjs >

Penso:- Mas que mulherengos...

Quando chego a Al****** ouço alguém cumprimentar-me. Não desvio o olhar e respondo educadamente.
De repente uma das mãos acaricia o meu braço. Eu olho estupefacta. Qual não é a minha alegria quando vejo o Pedro sentado a meu lado. Beijamo-nos aturdidamente. Estou feliz. Ele está ali. Veio ter comigo. Que surpresa!
Falamos animadamente e vamos até Entrecampos.
O nosso caminho é até frente a uma entrada da Feira Popular, na 5 de Outubro.
Vamos de mãos dadas e é assim que entramos no quarto depois do chek in.
Lá dentro tudo se transforma. A música que não ouvimos, o pulsar do coração que não sentimos, as mãos que ficam entrelaçadas, a voz entrescutada... Enfim! Só nós dois e mais nada.
Mas o tempo da volúpia chega ao fim. Caímos satisfeitos e felizes, penso eu.
Conversamos do tempo que estivemos separados, dos sonhos do Pedro, do casamento que não se consumará, das filhas, do nosso amor...
O telemóvel dele tira-nos deste novelo maravilhoso que desenrolamos juntos com promessas, planos e sonhos.
Ele atende e a conversa dá para perceber que ele tem um serviço na linha de Sintra. Eu acredito nesse momento. Hoje não estou tão segura.
Tomamos banho e vamos aos Lobos do Mar comer. Eu peço uma salada e ele pede arroz de tamboril.
Depressa pago a conta e seguimos para a estação de Entrecampos.
Eu saio primeiro e ele fica. A despedida é sempre da mesma maneira. Beijos, abracinhos e a mão no vidro do comboio.
Presumo que irá, em seguida, para a linha de Sintra, mas até hoje estou na dúvida.

Venho para casa, muito feliz, a pensar que ele gosta mesmo de mim. Hoje eu sei que tudo foi uma encenação.

À noite falamos no MSN. A conversa é muito animada e feliz...

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