sábado, 7 de novembro de 2015

Estou muito feliz...

Terça, 25 de Janeiro de 2005
 
Mais uma foto da estação do Oriente.
O Fernando Pedro trabalha muito aqui, no P****** do B******.
 
E, também, mais um dia que me liguei, via telefone, com ele.
 
08h46m12s
 
 
- Sim, por favor?
- Meu Amor sou eu. Estás bem? Eu estou muito feliz..
- Pode-se saber de onde vem essa felicidade? Bom dia para ti também...
- Então, o meu "bom dia" é a maneira como começo logo a falar contigo.
- Pois! Já me tinha esquecido que tens uma maneira muito peculiar de te apresentares. E essa felicidade?
- Ah! É que só já falta hoje para estarmos juntos novamente. Amanhã é o nosso dia.
- Sim, tens razão. Mas não é motivo para tanto alarido.
- Não é? Então não estás feliz por eu ir aí amanhã?
- Claro que estou feliz. E muito, mas...
- Não há mas nem meio mas. Como logo não falamos, podemos já combinar para amanhã.
- Então é sempre à mesma hora que chega o comboio, não é?
- É e eu vou lá estar.
- Eu também, para te trazer.
- Mais um dia juntinhos. Não é bom?
- Sim...
- É só o que tens para dizer?
- Então cortaste o meu pensamento e fiquei a meio.
- Estou ansioso. Tu não?
- Não. Já sei que vai ser bom.
- Quando acordei e vi que era terça, fiquei feliz.
- Fica combinado. Mesmo que falemos no MSN, já fica combinado...
- Pois. Temos é que mudar o quarto.
- Porquê?
- Porque é nesse quarto que dormes com ele.
- E é nesse quarto que tenho ar condicionado. Nesse e no da minha filha. Lá em cima é muito frio agora no Inverno.
- Um dia vamos ter um só nosso.
- Lá vens tu com a mesma conversa. Ainda o outro dia dizias que não querias problemas com a tua mulher...
- E de momento, não quero. Mas ando cansado dela.
- Vá lá, não sejas mauzinho.
- Não sou. Olha eu contigo até me caso. Como já viste, sou solteiro.
- Eu sei.
- Posso casar e tu divorcias-te.
- Depois falamos nisso.
- Também agora já me estão a chamar. Vamos para a linha de Cascais.
- Ok! beijos doces.
- Beijokinhas molhadas e logo envio mensagem. Vou ao MSN.
- Eu vou ver  se posso ir.
 
 
11h45m30s
 
 
- Estou sim, por favor? ( Não esperava nada que fosse o Fernando Pedro. )
- Sabes onde estou?
- Não. O telefone ainda não tem televisão!
- Estou em cima de um poste.
- Olha, tem cuidado não caias.
- Gosto desse teu ar de preocupada.
- Sim, de facto que estou preocupada. Já quando me enviaste aquela foto em cima da ponte fiquei com vertigens.
- Tens medo das alturas?
- Tenho. Não te tinha dito?
- Não. És uma caixinha de surpresas.
- Nem por isso. Para ti sou um livro aberto. E tu és para mim?
- Claro que sou. Adoro-te muito e conto-te tudo.
- A sério?
- A sério mesmo. Mas agora tenho que desligar. Vamos almoçar.
- Bom almoço. Beijinhos.
- Beijokinhas só nossas.
 
Quando desliguei, fiquei a pensar que ele me tinha telefonado só para se afirmar com os colegas que andava comigo. " Sacana ". Pensei eu para com os meus botões. E era mesmo isso.
 
 
22h01m34s
 
 
< Dorme bem, amor mio. Amanhã estamos juntos. Bjs só nossos. >

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Adoro-te, sabias?

Segunda, 24 de Janeiro de 2005
 
Paisagem alentejana. Ao fundo vê-se Alvito. Foto tirada da Pousada.
 
Mais uma vez me surpreendi com o que escrevi no meu diário, neste dia. São tantas as coisas que escrevi que, realmente, faziam um livro.
De facto que gosto de escrever e fi-lo durante o período em que andei com o Fernando Pedro. Gosto de escrever para mais tarde recordar. Também escrevo aquelas coisas que me incomodam. Mas não lhe dou aquele ênfase que dou a uma alegria, a um momento fabuloso, a uma pessoa específica...
Todavia, ainda continuo a escrever o meu dia a dia. As emoções, as fantasias, as veracidades da minha vida.
 
Mais um dia em que o Fernando Pedro era o rei da minha vida. Aquele que me fazia sentir uma mulher diferente. Que fazia com que eu o desejasse mais a ele que qualquer outro fator da minha vida. Aquele em que eu coloquei toda a minha espectativa. Até lhe dei a minha vida.
Porém, hoje, e olhando para trás, vejo que não valia a pena tê-lo colocado numa fasquia tão alta. Teve pés de barro e, como tal, veio o momento em que sucumbiu. Os pés derreteram e ele caiu do pedestal em que o tinha colocado. Hoje vale mais que nada.
 
08h4m21s
 
- Estou sim, por favor?
- Ai amor mio, como eu adoro esse teu jeito de atenderes..
- E só adoras isso?
- Adoro tudo o que tens. Adoro-te, sabias?
- Hum... Não sei se acredito.
- Já te dei provas disso, né?
- Sim, de facto.
- É que adoro mesmo. És a mulher que eu escolhi só para mim. Por que és só minha, não és?
- Olha que pergunta! Claro que sou só tua.
- Pois! Não te quero dividir com mais ninguém. Nem mesmo com o teu marido.
- Já falámos a esse respeito. Ele não tem nada comigo. Um dia ainda o ponho da cama para fora.
-Hi!Hi!Hi! Fazias isso?
- Não sei. Sempre serve para me aquecer. E tu punhas a tua mulher?
- Já te contei o que aconteceu não há muito tempo. Mas agora não lhe posso fazer isso. Não quero problemas, percebes?
- Sim, percebo. Então percebe também o meu lado. Agora só ia agudizar as coisas e eu não quero. Andamos ambos calminhos. É assim que deve continuar.
- Mas não por muito tempo. Um dia ainda vamos viver juntos.
- Achas? Eu não. Nem tu deixas a tua mulher nem eu deixo o meu marido.
- Amor, ouve. Eu Adoro-te e estar nesta situação, não me agrada nada.
- Pois, mas, por enquanto, tem que continuar assim.
- Até um dia. Bem, hoje vou para Santa Apolónia. Vou ter uma reunião às 9 e meia.
- Feliz dia. Até logo.
- Ah! Não esqueças: Adoro-te, sabias?
- Já sei. Bom dia.
- Até logo. Beijokinhas doces.
- Beijos.
 
13h20m09s
 
< Comi por aqui. O teu almoço foi bom? Adoro-te sabia?. Bjs molhados. >
 
17h15m59s
 
- Sim, por favor?
- Já tens que calcular que sou eu a esta hora.
- Olha que gracinha! Pode ser outra pessoa. Nem sempre telefonas à mesma hora, não!?
- É verdade. É conforme o serviço. Mas mais ou menos, sou eu, né?
-Nem sempre. Também já tens telefonado a horas que tenho cá a Glorinha.
- Pois. É sempre a mesma frase: - É engano. Não há ninguém com esse nome... Já sei que tens a tua empregada.
- Olha, amanhã é dia de ela cá estar. Já sabes que não podes telefonar à tarde.
- Falamos de manhã. Só para ouvir a tua voz.
- É assim tão importante?
- O quê?
- Às vezes, tenho a sensação que não estás cá.
- Para ti tou sempre, meu Amor. Adoro-te muito e isso faz a diferença, né?
- Tu assim o dizes. Espero nunca me arrepender.
- Não te vou desiludir. Nem te vais arrepender de nada. És tudo na minha vida.
- Hum...
- É verdade. Sem ti, eu não vivia.
- Pois, engana-me que eu gosto.
- Não é engano nenhum. Se não tiveres outros homens, serei SEMPRE teu.
- Até parece! Estás sempre com a mesma conversa... Muda o disco.
- E vou mudar. Vou cavar daqui para fora. Por hoje já chega.
- Linda despedida, sim senhor..
- Amor não leves a mal, mas foi um dia de loucos.
- Vá, vai lá embora. Até logo, se eu puder ir ao MSN.
-Até logo doçura. Beijokinhas molhadas.
- Beijos também para ti.
 
21h56m46s
 
< Dorme bem. Foi pouco tempo, mas soube a pouco. Bjs só nossos. >
 
 
 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Domingo, 23 de Janeiro de 2005
 
É uma vista linda da Estação do Oriente. Serviu de palco para as minhas despedidas com o Fernando Pedro. O encontro, esse, dava-se à porta do Centro Comercial frente à Ensitel, hoje PhoneHouse.
Neste dia, Domingo, eu levantei-me mais tarde.
Sentia-me cansada e um pouco triste. O meu marido foi fazer o seu habitual treino.
Acordei ao som de uma mensagem a chegar. Eram 09h37m49s
 
< Bom dia amorzinho. Tenho saudades tuas. estás levantada? Eu levantei-me agora, ela foi trabalhar, estou no céu. Bjs molhados. >
 
Não respondi. Fiquei na cama mais algum tempo a pensar na minha situação. Não era uma situação normal e sentia-me culpada. Grossas lágrimas caíram, copiosamente, dos meus olhos.
Levantei-me com lentidão e com uma vontade intrínseca de acabar com esta farsa que me estava a levar à loucura. Mas não o fiz. Ao invés, enviei uma mensagem de volta cheia de amor, aquele amor que vem da paixão, do desejo de ter alguém com quem estar naqueles momentos menos bons.
 
Tomei banho demorado. Deixei cair a água do chuveiro sobre mim para apagar a minha insolência. Mas nada apagou nada. Quando o meu marido chegou disse-me que estava com um ar cansado. Aconselhou-me a deitar mais algum tempo.
 
 
Estava eu a acabar o almoço quando caiu outra mensagem.
 
12h45m20s
 
< Amor mio vou almoçar com a C******. Estás bem? Bjs para tua sobremesa. >
 
 
15h19m15s
 
 
< Amor estou no msn. Estou há tua espera. Bjs doces. >
 
 
22h03m4s
 
< Não tejas triste. Amanhã vamos falar. Bjs de mel. Dorme bem. >

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O dia de ontem !

Sábado, 22 de Janeiro de 2005
 
Era num comboio igual a este que eu ia ter com o Fernando Pedro ao Oriente.
Hoje vou de carro. Não quero entrar neste comboio novamente. Quero distância de tudo o que me faça relembrar este sociopata que arruinou a minha vida.
Não quero dizer que esteja infeliz. Não, não estou. Sinto-me a pessoa mais agraciada pela sorte. Por um lado, por ter deixado o Fernando Pedro, por outro, por ter conseguido ser avó de duas netas lindas que Deus me deu.
Também sou muito feliz com o meu marido. Ele regressou para mim e hoje é um pilar basilar que não rui ao maior turbilhão.
Este problema que nos afastava, noutros tempos, veio a tornar-se um bem essencial para uma vida a dois e com mais confiança que anteriormente. Sou FELIZ podem ter a certeza.
Sinto-me eu e isso não se paga com qualquer dinheiro do mundo.
A minha primeira e única aventura acabou quando terminei com o Fernando Pedro. Foi um passado extraconjugal que quero apagar para sempre. Isto que estou fazendo é apenas um aviso às mulheres que lerem a minha história verídica. Um dia pode ser a delas. Quão agradecida ficava se, todas as que andam com ele, tivessem acesso ao meu blog.
 
Neste dia houve pouca agitação. Apenas alguns e-mails para nos afirmar que continuava tudo bem.
 
 
10h12m09s
 
< Meu único Amor estou feliz pelo dia de ontem. Vamos repetir um destes dias. queres? Afinal como estás? Gostastes? Eu gostei. era aceado e confortável. Não tem aquecimento mas, o nosso amor aquece-nos muito. Um dia vamos ter o nosso espaço e viver juntos para sempre. de acordo?
Não sei se vens ao MSN mas, eu vou estar há tua espera. bom almoço e pensa em mim. amo-te de verdade. Bjs docinhos como tu gostas. >
 
Transcrito tal qual o original. Com erros que me fazem doer o coração, mas ele, ainda, escreve assim. E como ele, muita gente. Tenho receio de tudo o que vejo escrito no mesmo estilo. Reconheço-o e não me tentem enganar.
 
17h34m28s
 
< Meu Amor de ontem de hoje e de amanhã não, viestes ao MSN. Teu marido anda por perto? hoje não era o dia de ir para a mãe? não te quero criar problemas por, isso vou ficar por aqui. mas amo-te muito e fico triste qd não podemos falar.
Bjs no teu coração lindo. >
 
 
21h45m49s
 
< Um bj molhado para dormires bem. adoro-te sabia? >

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Encontro preverso!

Sexta, 21 de Janeiro de 2005
 
 
Uma linda vista da Pousada de Alvito. Como se vê, está situada nas muralhas do Castelo. É linda! Podem comprovar.
 
Nesta Sexta levantei-me muito cedo. O meu marido sabia da consulta. Fui com ele até à  estação, perto do emprego dele. Aqui apanhei o comboio para Entrecampos.
Tinha combinado com o Fernando Pedro encontrarmo-nos lá. Dali, íamos para o médico. Ele levou o carro dele.
Fui consultada enquanto ele esperava na sala. Eu ia pedir um atestado para que me  facultasse um tempo sem a minha mãe em casa.
Foi errado, mas eu queria sair ou ter o Pedro na minha casa.  Queria ter liberdade. E, com a minha mãe, isso era impensável.
Mau grado o meu. A minha mãe, sempre seria a minha mãe, e este biltre seria, apenas, uma passagem na minha vida. Só que eu andava enfeitiçada por ele. Ele era tão gentil, meigo, atencioso, carinhoso, compreensivo que me deu a volta à cabeça.
Mas o mal foi feito. E, por muito que eu queira, não posso apagar esse passado longínquo, mas tão próximo na minha vida.
Magoa-me muito ter feito o que fiz em prol de um homem que não vale nada, absolutamente nada, na vida em termos gerais..
 
Da consulta fomos para Entrecampos. Era aí, perto da estação, que ficava o quarto que iríamos partilhar nas próximas duas horas.
Eu ia muito apreensiva e macambúzia. Tinha tanto receio que alguém me visse para lá entrar que tremia como uma vara num vendaval.
O Pedro agarrou a minha mão e deu-me segurança. Disse palavras de conforto e carinho. Mas eu ia metida no meu casulo.
Foi aí, no segundo andar, que estava uma moça muito jovem que nos recebeu com simpatia e algum brilho no olhar. Perguntou se era o Senhor Fernando Pedro Marques. Também perguntou se era com banho. Ele assentiu e fez-se o check in. Eu colocava-me por detrás dele para que a moça não me olhasse. Parecia que ela adivinhava o que nós íamos fazer.
Para minha surpresa, ele puxou do dinheiro e pagou.
Fomos conduzidos ao terceiro andar. O quarto era o número *** do lado direito de um corredor muito comprido. Tinha uma passadeira vermelha e eu caminhava como se fosse direita ao cadafalso.
Entrámos e o Pedro foi logo abrir a cama. Eu fiquei em transe. Não sabia o que fazer. Ele movia-se com um à vontade invulgar.
Os lençóis eram de fantasia cor-de-rosa. A colcha era de um vermelho carregado e os cortinados a condizer.
Tinha televisão por cabo. O Pedro apanhou o comando e foi direito a um canal com música francesa. Ele conhecia. Eu não.
Um bocado encabulada, perguntei se era a sua primeira vez que estava naquelas circunstâncias. Dava que pensar. Mas ele jurou e disse que o canal já era seu conhecido em casa. Logo saber procurá-lo. Ninguém pode saber quão mesquinha me senti...
Mas o Pedro soube dar a volta à situação. Começou com as suas carícias e eu consegui relaxar um pouco.
Se foi bom, não sei. Ainda hoje me pergunto como dei um passo desses que se tornou rotineiro.
Ficámos na cama durante algum tempo a falar sobre a minha decisão de ter ido pedir um atestado. Na altura, pareceu-me uma ideia excelente, mas, depois, veio o amargo de boca.
Ele tomou banho. Eu, apenas me lavei superficialmente.
Saímos dali e fomos ao primeiro café que encontrámos na direção da estação dos comboios.
O Fernando Pedro pediu um pão por Deus com fiambre e eu, apenas, um chá de camomila para me acalmar.
Já na estação, fizemos as despedidas. " Foi muito bom " disse ele. Mas para mim, tinha sido um pesadelo.
Combinámos que nesse dia não haveria mensagens nem MSN.
Para mal dos meus pecados, voltei muitas vezes a esse lugar.
Quando cheguei a casa, fui direita à banheira.  Tomei um banho demorado para tirar a sujeira que sentia em cima. Queria apagar aquele cheiro do quarto, que me impregnava, como um perfume barato.
 
 


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Muito apreensiva!

Quinta, 20 de Janeiro de 2005
 
 
Mais uma vista linda da cidade de Sintra.
 
 
E mais uma vez, eu venho transcrever o que se passou entre mim e o Fernando Pedro Marques.
Eu sei ver que não foi agradável o que fiz nem sei, sinceramente, como me envolvi com ele. A verdade é que envolvi. E como eu, envolveram-se outras tantas mulheres. E ainda se estão envolvendo. Queria que todas soubessem o quanto lamento por não as poder avisar do perigo que correm.
Apesar de ser uma mulher de baixo nível, pois porque outro nome não tenho, não deixo de ter o meu orgulho, a minha reputação a defender, a alegria de poder continuar a viver uma vida condigna ao lado do homem que me ama e me perdoou toda a loucura que vivi com este sociopata que só me arrastou para a lama.
Hoje resta-me um pouco de dignidade. Estou mais madura e ciente do perigo que me cerca.
Mais uma vez me sirvo do meu diário onde escrevia toda a atividade que tinha com o Fernando Pedro. Mal sabia eu, que o que escrevia, na altura, serviria para expor este sociopata ao mundo.
Muitas vezes conversámos sobre a minha escrita. Ele dizia que haveríamos de recordar mais tarde quando estivéssemos juntos para sempre. Nunca foi esse o meu desejo. Apenas queria tê-lo como um amigo que nos ajuda nas horas difíceis.
 
 
09h20m12s
 
- Estou sim, faz favor?
- Amor mio, sou eu. Bom dia. Dormistes bem?
- Bom dia Pedro. Sim, dormi. Porquê?
- Pensei que levasses a noite a pensar no que vamos fazer amanhã..
- Amanhã vou ao médico, certo?
- Sim. Eu sei, mas também vamos à p*****. Já reservei. Não estás contente?
- Não! Estou muito apreensiva e tenho algum receio. Nunca me vi numa situação igual.
- Há sempre uma primeira vez, como já te disse. E depois, se não gostares, não vamos lá mais. Se não houver asseio, eu nunca mais lá vou.
- A boca foge-te sempre para a verdade.
- Qual verdade?
- Pedro, não me mintas. Fala-me a verdade. Já lá estiveste com outras mulheres?
- Porra! Quantas vezes tenho que dizer que NUNCA lá estive?!
- Também não precisas de ser mal educado. É que já disseste várias vezes coisas que dão a entender que conheces o sítio.
- A conversa não me agrada. Queres ou não queres ir amanhã comigo?
- Eu vou, mas ficas avisado. Se deres indício de que já lá estiveste, eu venho-me embora...
- Não tive ( Era estive, mas ele comia as palavras muitas vezes. ) nada. É a primeira vez.
- Não se fala mais nisso.
- Não ficas zangada?
- Não. Amanhã se verá.
- Sabes que eu só te tenho a ti, além da Z*. Com ela não faço nada. É só contigo.
- Bem, assim ela vai desconfiar...
- Sabes que já estivemos a dormir em camas separadas...
- Sei e que tu, mesmo assim, fizeste amor com ela. Segundo me contaste.
- E  foi verdade. Não sou de ferro.
- Eu sei. Mas não te zangues. Amanhã vamos estar juntos.
- Vou contigo ao médico. Ele conhece o teu marido?
- Não. É a primeira vez que lá vou. Vou arranjar um médico que me dê loucura por uns tempos.
-Ih!Ih!Ih! Porquê?
- Depois falo sobre isso.
- Eu vou trabalhar. Tenho que fazer alguma coisa, né?
- Pois!
- Beijokinhas só nossas.
- Beijos para ti também.
 
 
13h18m39s
 
< Já almocei. Sozinho. E tu já almoçastes? Bjs para tua sobremesa. >
 
117h23m48s
 
Tocou o telefone. Tinha cá a minha empregada. Atendi, mas disse que era engano. A Glorinha disse que se enganavam muitas vezes. Com ela também já tinha acontecido.
 
21h57m49s
 
< Foi bom falar contigo. Bons sonhos. Até amanhã, amor mio. Bjs molhados. >
 
Falámos no msn. Dessas conversas não tenho registo. Não sabia como fazer.
  


domingo, 1 de novembro de 2015

Eu nunca lá entrei!

Quarta, 19 de Janeiro de 2005
 
A pousada de Alvito fica nas muralhas do Castelo. Eu já lá estive. Tem um atendimento excelente! Não foi com o Fernando Pedro. Foi com o meu marido. Passámos lá uma semana. A semana da gastronomia de Alvito. Esta vila alentejana viu nascer o maior biltre que há memória, o Fernando Pedro.
 
Mais um dia de conversa com ele. Conversa que não era construtiva, mas animava-me muito. Ele conseguia fazer brilhar os meus dias. Se eu soubesse que brilho tão deslumbrante, me sairia caro, tão caro, queria continuar na minha vida de sempre.
Toca o telefone e eu olho para o relógio. Eram precisamente 08h45m10s. Só podia ser ele, mas à cautela, perguntei:
 
- Estou sim, faz favor?
- Bom dia minha querida. Dormistes bem?
- Hum! Bom dia.
- Com essa voz ainda estavas a dormir?
- Como é que sabes?
- Não te esqueças  que já dormimos juntos algumas vezes...
- Sim, eu sei. Ainda não são 09h, caramba...
- Olha eu estou a pé desde as 06 da manhã e não me queixo.
- Pois! Estás a trabalhar. Eu já não trabalho. E quando trabalhava também me levantava a essa hora.
- Agora gozas os rendimentos, não é?
- Provavelmente. E estou muito quentinha..
- Pois, mas agora vamos falar a sério.
- A sério? Porquê? Nunca foi uma conversa a sério?
- Amor, eu não queria dizer isso...
- Então o que era?
- É sobre a Sexta. Afinal posso marcar quarto para nós dois?
- Podes. Uma aventura, não me fará mal. Vamos ver como corre.
- Vai correr bem, acredita em mim.
- A falar assim até parece que já lá estiveste...
- Nãooo... Mas quantas vezes tenho que dizer  que nunca lá entrei!?
- Também não precisas ficar assim. Acredito em ti.
-Foi um colega meu que me deu o número. Ele diz que é uma p***** muito boa e respeitável.
- Respeitável? Não deve ser... Para alugar quartos assim... Eu duvido. Mas vamos experimentar, certo?
- Certo. Agora vou já alugar um quarto para nós.
- Fica muito caro? ( Tinha que perguntar. Já estava a pensar que seria eu a pagar... )
- Não. São só **** €. Até é barato.
- Só se for para ti. Por duas horas, eu acho caro.
-Mas eles pensam que nós passamos lá a noite.
- Hum! Pode  ser que sim... Vamos ver como corre. Estou muito apreensiva e com medo.
- Eu vou lá estar para que não tenhas medo.
- Está bem. Pareces muito seguro nesta decisão! Sim senhor... Para quem diz que é a primeira vez...
- E é. Nunca lá estive antes. ( Vim a saber, depois, que ele já tinha levado para lá outras mulheres. Mas foi muito depois... )
- Então marca lá e logo se vê.
- Se gostarmos, vamos voltar.
- Pode  ser.
- Bem, agora, podes voltar a dormir. Vou trabalhar. Vou para Santa Apolónia. Logo telefono.
- Então até logo, mas vou-me já levantar. Já me espantaste o sono.
- Que gracinha! É que tenho que ir para...
- Santa Apolónia, já disseste...
- Beijokinhas molhadas.
- Beijos também para ti.
 
12h04m25s
 
< Bom almoço. Hoje era o nosso dia, mas é sexta. Bjs doces. >
 
17h09m59s
 
- Estou sim, por favor?
- Amor mio, sou eu.
- E...
- Já estou despachado e vou-me embora. Hoje o dia correu bem.
- Ainda bem. Andas-te sempre a queixar...
- Não ando nada. É só um desabafo.
- Pois, quem não te conhecer, que te compre.
- Queres vender-me? Eu nem por nada deste mundo te vendia. Quero-te só para mim. És o meu sol.
- E logo hoje que está um dia tão feio é que sou o " teu sol".
- Pois! Por ele estar feio é que tu o iluminas.
- Que gracinha... Espero que nunca te arrependas do que dizes.
- Nunca me arrependerei. Eu amo-te, percebes?
- Sim... Já disseste isso muitas vezes.
- É porque é verdade. Se não fosse, eu não o dizia. Ainda bem que te encontrei.
- E eu a ti. Espero NUNCA me arrepender do dia em que te conheci. ( Reforcei o " nunca " para ele se aperceber. )
- Não digas tão refincado. Eu sei. Conhecemo-nos no dia...
- 6 de Setembro.
- Eu não vou esquecer esse dia. O dia que mudou a minha vida para sempre.
- E a minha também.
- Bem, logo vais ao MSN?
- Talvez vá. Espera por mim.
- Então até logo, meu docinho.
- Até logo. Beijos
- Beijokinhas molhadas. Hum! Tão gostosas...
 
 
21h56m34s
 
< Bjs doces, molhados para dormires a pensar em mim. Adoro-te, sabia? >