terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Imaturo!

 
 


A vida tem destas coisas. Um dia está-se bem e no outro nem estamos mais cá. Isto para mencionar o meu afastamento de alguns dias. A minha cunhada teve um acidente e tem estado muito mal. Nós, eu e o meu marido, temos estado no hospital para seguirmos de perto a evolução dos exames e demais procedimentos a que ela esteve sujeita. Hoje já está fora de perigo, segundo os médicos. Vamos ter fé neles e em Deus, a quem pertencem todas as coisas.




Pelo que eu sei de ti, Fernando Pedro, foste sempre imaturo. Desde criança que cultivaste esse defeito. Alguns chamam-lhe qualidade, mas eu não. Quando é no princípio, mostras uma acessibilidade que não tem limites. Dás-te por inteiro na relação ou finges dar-te.  Mas quando as coisas começam a correr mal, afastas-te sem dó nem piedade. Foges do que plantaste e do sentimento que geraste na outra pessoa. Enfim, és um crápula.
Eu tendo inculcar, nas mulheres, o quanto tu és um biltre da maior estirpe. Mas elas são como tordos a caírem aos teus pés. Tu semeias o mal por onde vais passando. Um dia ir-te-ás arrepender.

Sábado, 09 de Julho de 2005

O sol espreita pelas frinchas da janela. No quarto começam a aparecer os primeiros raios de sol. São límpidos e quentes. Anunciam um lindo e maravilhoso dia. Eu cogito o quão agradável irá ser. Na véspera, ficou decidido que iríamos a Santa Cruz.
Levanto-me e desço em silêncio para não acordar o meu marido. Anda cansado e espera o dia 15 para o início das férias. Será na próxima Sexta-feira.
Já no rés-do-chão, sento-me a apanhar o ar fresco que vem de uma brisa suave e leve.
Fico ali emprenhada nos meus pensamentos mais recônditos. O Pedro faz parte deles. Admiro-o pela sua sagacidade. Na noite anterior dissera-me que tinha dito em casa que ia fazer uma Ação de formação. Só não me disse o local que tinha dito à mulher. Mas não era preciso. Eu sabia para onde iríamos e isso bastava-me.
Assusto-me com a presença do meu marido que olha para mim com uma felicidade de quem está muito apaixonado. Fico aflita sem saber se ele leu os meus pensamentos. Interrogo-o com o olhar, mas ele apenas diz "bom dia, meu amor".
Sinto remorsos cá dentro do que ando a tramar nas suas costas.
A conversa flui e vamos tomar o pequeno-almoço. Conversa para cá, conversa para lá e falamos na nossa ida para o Inatel. Iria ser na próxima Segunda. Falamos dos preparativos da última hora.
Acabada esta conversação, vamo-nos arranjar para ir para a praia.
Saímos pelas 08h15m12s
Reparo que o caminho não é o de Santa Cruz e pergunto para onde vamos. Meu marido responde que me vai fazer uma surpresa.
Vamos conversando coisas banais e nem dou pelo caminho.
Estamos em São Martinho do Porto. Fico alegre. Eu gosto muito.
Vamos tomar um gelado e ver qual o restaurante que mais nos agrada. O meu telemóvel deu sinal de mensagem a chegar, mas não vejo.
Já na praia, o meu marido vai tomar banho naquela quietude da baía. Eu aproveito para ver a mensagem. Só pode ser do Pedro.

10h27m45s

< Bom dia Amor mio. Onde estás? Sozinha? Posso telefonar? Beijokinhas doces. >

Respondo que não e que estou com o meu marido.

Fica zangado e não responde.

O dia passa rápido.
Regressamos a casa felizes e contentes.

21h39m50s

< Dorme bem. Beijokinhas molhadas. >

Fico apreensiva com esta atitude, mas não comento.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A vida cobra o que fazemos aos outros!

Neste fim de noite venho recordar mais um dia de vivência com o Pedro.


 O que diz Joana de Ângelis, é verdade. Se pensas que não vais pagar o que tens feito a todas as mulheres, enganas-te. A vida dá o retorno daquilo que fazemos aos outros. Espera que um dia  vais receber a tua parte. Todos colhemos o que semeamos. Quem semeia ventos, colhe tempestades.

Não é agradável relembrar tudo o que passei com este execrável.
É, portanto, um alerta para as mulheres não se envolverem com homens desta laia.
Já fiz o diagnóstico de pessoas desta estirpe.

Sexta, 08 de Junho de 2005

É um dia escaldante. Levanto-me cedo para apreciar o fresco da manhã.
Estou na minha cozinha e recordo o dia em que o Pedro aqui almoçou.
Já era Outono. O frio já se fazia sentir.
Olho e vejo-o sentado no lugar reservado ao meu marido. Está de olhos esbugalhados e receoso. Foi a única vez que o vi neste estado. Depois cria arrogância, vaidade, petulância, superioridade e um sem fim de adjetivos que lhe assentam lindamente.

Estou parada no tempo. Parece que estou no dia 13 de Outubro de 2004. Como o tempo passa, penso eu.
Estou descontrolada com os acontecimentos que vieram depois deste dia. Fecho os olhos e não quero ver. Levanto-me, silenciosamente, e venho para a sala. Isto não poderia ter acontecido. Agora ele tem-me na mão. É tarde para voltar atrás.
Já não sei se quero ir com ele para São Pedro de Muel. Sinto medo e cheiro-o no meu corpo.
O telefone toca e eu levo uma eternidade para ir atender. Sinto o corpo pesado, exalando o meu medo.

- Estou sim, faz favor?
- Bom dia amor mio. Estou com saudades tuas e quando ouço essa voz maravilhosa, tenho arrepios na espinha.
- Bom dia Pedro. És sempre assim tão romântico ou isso só sai pela boca?
- Sou assim para o meu amor que és tu. Nunca fui assim com ela. Já não nos suportamos. É só por causa das minhas filhas. Principalmente da Cláu******.
- A outra não é tua.
- Mas é o mesmo que seja. Quando comecei a ficar com ela, a V**** M***** ainda era bebé. Era linda. E, como te disse, apaixonei-me primeiro pela bebé e só depois decidi ficar com as duas.
- Tens um bom coração. És sempre assim?
- Não. Quando me enganam, sou um leão.
- Leão do Sporting, não é?
- Isso também. Mudemos de conversa. Já estive a ver a Residencial. Tem bons quartos e é sossegada.
- Isso é bom. E quando partimos?
- Dia 11 entro de férias, mas digo a ela que vou trabalhar para fora. Vamos Segunda. Ainda falamos melhor para acertar os detalhes.
- Hum, hum... Não pode ser. Tenho consulta para renovar o atestado de médico. Senão cai-me tudo em cima.
- Mas precisas mesmo?
- Já tenho a consulta marcada. É às 16h em Lisboa.
- O teu marido vai contigo?
- Não. Vou sozinha.
- O médico conhece o teu marido?
- Não. Tenho ido sempre sozinha.
- Eu posso-te acompanhar? Passo por teu marido.
- Não. O meu marido, é o meu marido. Tu és tu.
- Ainda não metestes na cabeça que vamos casar? Eu sou solteiro.
- E eu sou casada. Tu nunca virás a ficar comigo... Um dia partes e eu sou esquecida.
- És mesmo negativa e não acreditas em nada do que digo.
- Acredito até certo ponto. O resto é utopia.
- Então posso ir contigo?
- Tu é que sabes. Se já disseste que vais trabalhar para fora logo na Segunda, como vais emendar as coisas?
- Não te preocupes. Eu cá me arranjo.
- Tens  uma imaginação fértil, lá isso tens...
- Logo posso telefonar?
- Não. Está cá a Glorinha.
- Vai ao MSN para combinarmos  as coisas.
-Ok!
 - E não faltes. Temos muito que conversar  e acertar agulhas.
- Isso de " acertar agulhas " faz-se nos comboios.
- Agora é tudo automático. Beijinhos molhados. Porta-te bem.
- Eu sempre me porto bem. E tu?
- Não sejas parva. Até logo.
- Até logo e beijinhos.

Quando desligo, fico a magicar em tudo o que se falou. Ele tem imaginação que me mete medo. Um medo de morte.
Olho o relógio  e são 09h45m10s

O dia decorre normalmente. Continuo a fazer a minha vida. À tarde vou ao Intermarché.
Quando chego a casa a Glorinha fala que tinham telefonado, mas não tinham falado. Diz-me para ter cuidado por causa dos roubos. Eu digo que não tenho receio, mas calculo que fosse o Pedro. Deixo-me rir. Foi para me expiar, penso.

18h09m08s

< Amor telefonei. Estavas em casa? Quem foi que atendeu? Beijokinhas molhadas. >

Respondo que tinha ido ao Intermarché e quem atendeu foi a Glorinha. Conto a conversa que ela me fez.

< Hihihi... Eu já a roubei e a ti tb até logo no MSN. Bjs e fica bem. >

À noite falamos no MSN. Confirma que já disse  em casa que na Segunda ainda vai trabalhar.
O meu marido pergunta o que estou a fazer no computador. Eu respondo que faço pesquisas...



quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Almoço no Centro Comercial!

Na verdade não ganhámos ao Chaves. Mas somos do Sporting com muito amor. Eu sou. E tu Fernando Pedro Cachaço Marques? Não fazes postagens sobre o clube de eleição, mas não dás ponto sem nó.

Agora andas numa de publicidade. Deves ganhar por isso. Não fazes nada sem teres lucro.
Mas há alguém que ficou muito entusiasmada com as lareiras. Até comentou o seguinte:- Nossa...será k me vão oferecer uma lareira???????
Pode esperar sentada. Se fosse o contrário, acreditava, mas assim, nem pensar...
Que terá ela que te dar para lhe ofereceres a lareira? Muito dinheiro, certamente...

Quinta, 07 de Julho de 2005

Mais um dia que descrevo da minha vida com o Pedro.


É Quinta-feira. Um dia de muito calor. Tenho o ar condicionado ligado e só ouço esse barulho. O bulício da rua não chega aos meus ouvidos. Estou entorpecida pelo calor. Já estou acordada há muito tempo. Olho o relógio e ainda é muito cedo. Da rua vem um raiar de amanhecimento. Já não é escuro. Fico virada para a janela a apreciar aquele lindo amanhecer. Não sei o que me espera, mas o dia promete. 
Estou embrenhada nestes momentos de serenidade quando o relógio começa a tocar freneticamente. É hora do meu marido se levantar. Ele espreguiça-se e fica admirado de eu estar acordada. Pergunta se dormi mal. Eu respondo que sim.  " Não é de admirar. Tu dormes sempre mal..."
Senta-se na cama e dá-me um beijinho de bom dia. Recomenda-me mais repouso, como se isso fosse possível.
Fico ali, aturdida, sem  reação.
O tempo passa e o meu marido vem para se despedir. Finjo dormir. Ele sai pé ante pé para não me acordar. A consciência fica pesada.
Não dou pelo tempo passar. Tenho uma propensão para me abstrair do que me rodei.
O telefone toca. O relógio marca:


08h25m59s


- Estou sim, por favor?
- É sempre com esse atender que eu fico feliz. Bom dia amor mio. Dormiu bem?
- Bom dia, Pedro. Nem por isso. Dormi mal. O calor é muito.
- Tamos no tempo dele, amor. Tens o ar condicionado ligado?
- Agora não, mas esteve ligado quase toda a noite.
- Eu também não dormi. Pensei na nossa lua de mel. E tu pensastes?
- Não. Tu é que tratas de tudo...
- Pensei em São Pedro de Muel. O que te parece?
- Parece-me bem. Tem uma praia linda.
- Já andei à procura na net. Depois envio detalhes. Lembra do nosso dia de ontem? Foi tão bom!
- Sim, foi muito bom. Recomenda-se.
- A nossa lua de mel vai ser melhor que isso. Vou-te fazer passar que nem uma princesa.
- Espero que sim.
- Hoje podes vir almoçar comigo? Mas só almoçar. Já tenho trabalho para a tarde. Vou para a Casa Branca.
- Olha, no Alentejo!
- Sim. No nosso Alentejo. Vens?
- Estou tentada! Vou. Estou lá ao meio-dia.
- Alegras o meu coração. Na entrada onde nos conhecemos.
- Está bem...
- Vem aí o chefe. Beijokinhas.
- Beijinhos doces...


Eu a dizer as últimas palavras e já ele tinha desligado.
Corro a tomar banho. Porém antes, pus a cama a arejar.
Visto-me com algum cuidado. Já estou mais elegante. As visitas ao Centro de Estética têm-me feito bem.
Às onze horas apanho o comboio.
Na hora marcada estou no ponto do costume.
Ele aparece e apanha-me pelo braço. Dá-me muitos beijinhos e carinhos.
Comemos no " Comida a peso ". Ele à frente com o tabuleiro na mão e eu com o meu. Escolhe carne, legumes, arroz e salada.
- Eu levo só uma combinação de saladas.
Caminha para a mesa do canto. Já é a nossa mesa. Espera enquanto eu pago a nossa conta.
A nossa conversa é circunstancial. Nada de relevante.
A hora da despedida chega e ele vai embora.
Eu vou ver um filme.


Na hora determinada, apanho o comboio e venho para casa. Quando chego a Alv**** o meu marido entra no comboio.
Beija-me e senta-se a meu lado. Mostro o bilhete do cinema e digo que gostei imenso.


Depois, depois as coisas do costume.
Só venho a receber notícias do Pedro já tarde.


21h43m12s


< Amor estou a chegar a casa cansado, e com fome. Dorme bem Bjs doces e molhados. >


O meu dia acaba aqui.


-

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Redondamente enganada!

A imagem ilustra aquilo que espero hoje do Sporting.
Tu, Fernando Pedro, também deves estar a torcer por isso.

Quarta, 06 de Julho de 2005

Estou diante do meu diário. Olho a página que assiná-la  o dia de hoje, dia 06 de Julho de 2005. É uma Quarta-feira.
As Quartas são passadas na minha casa, como vem sendo hábito há longo tempo.

Levanto-me logo que o meu marido sai, fecha a porta e põe o carro a trabalhar. Ouço com atenção se o carro arranca e corro para arejar a cama.
Dirijo-me para a casa de banho. Tomo banho com entusiasmo e alegria. "O Pedro vem passar o dia comigo" Penso eu. Irá ser um dia tão bom como os anteriores.
Ponho lençóis lavados a cheirar a rosmaninho. Faço a cama com decoro. Olho em redor para me certificar que tudo está no seu lugar e arrumadinho.
O relógio indica a hora que devo caminhar para a estação.
Faço a última visita ao espelho e gosto daquilo que vejo. Os meus olhos irradiam felicidade.
A caminho da estação penso que tenho o homem mais charmoso do mundo. Hoje, analisando este ponto, vejo que estava, redondamente, enganada.
Chego antes da chegada do comboio. Fico ansiosa sem saber como ele vem. Tem que vir espantoso, radiante, feliz, alegre, majestoso, seguro de si... Ele tem sempre estes atributos. Invejo-o. Eu sou apagada, triste, melancólica e tímida.
Ah, mas com ele, sinto-me segura. Então quando estou nos seus braços, não tenho palavras para descrever a sensação. E tenho a certeza que é a mesma sensação sentida por todas as mulheres que andam ou já andaram com ele. Como pode ser tão sínico? São assim os sociopatas.
Estou eu nas minhas cogitações quando ouço o silvo do comboio a entrar na estação. O meu coração dispara numa catadupa que nem eu sei medir. Mas espero e, olho as escadas, com o coração a saltar pela boca. Nisto vejo-o naquela imponência que é seu apanágio. Saio e espero em pé à porta do carro. Chega ligeiro e feliz. Vem já a rir. Abraça-me com força. Beija-me como se não me visse há uma eternidade. Diz que o meu cheiro, a banho, lhe faz sentir a vontade de me possuir. Alego que tenha contensão e espere até chegarmos a casa. Pelo caminho, as suas mãos, percorrem as minhas pernas e mais. Eu vou a conduzir, alerto-o. Fala coisas de amor, carinho e deixa-me tímida.

Já em, casa as escadas são subidas com alarido.
No quarto, não sei descrever o que se passa. Não há palavras. As coisas apenas fluem.
Não sei que tempo passa. Sei, apenas, que olho o relógio e já é tarde. Levantamo-nos  e corremos a tomar banho. Ali ele tenta, novamente, que eu seja feliz.

Vamos almoçar e, como sempre, ele vai à frente. Eu sei porquê! É que, quem vai atrás, paga a conta.

Já em casa a conversa cai na possibilidade de eu deixar o meu marido. Eu rio e vejo que é tudo uma utopia. Nem ele me quer nem eu o quero. Falamos na nossa lua de mel. Ele fica de verificar onde devemos ir e qual o dia da partida. Ele toma sempre a dianteira das coisas.

As coisas fluem o seu ritmo. Chega a hora da partida. Fazêmo-la em casa. São beijos e carinhos que nunca mais acabam. Mas temos que ir para a estação.
Aí damos os nossos últimos beijos.
Vejo-o subir as escadas com a mesma aparência com que o vi chegar pela manhã.
Fico triste. É imensurável o que sinto da separação.
Retorno a casa e espero pelo meu marido.

21h03m43s

< Amor vai ao MSN quero falar contigo antes de ir dormir. Beijokas doces. >

Respondo que não posso.

21h10m12s

< Boa noite dorme bem e sonha comigo. Beijokinhas molhadas. >
 

domingo, 15 de janeiro de 2017

As voltas da vida!

É a vida que nos dá as voltas ou somos nós que damos as voltas à vida?
Creio que somos nós que damos as voltas à vida.

A minha vida não  seria tão complicada se eu não lhe tivesse trocado as voltas.

Terça, 05 de Julho de 2005

Estou na cama numa letargia tremenda. Sinto-me só. A angústia toma conta de mim. Não sei o que é certo e errado. Não consigo discernir o que faço e se o faço com consciência.
Não falo, não penso, não ouço...
Deambulo por entre as trevas da vida e não tenho saída para lá do túnel da escuridão.
Estou neste estado de espírito, quando algo de estranho entra no meu consciente.
Ouço o telefone a tocar. Não sei se estou na minha casa, na minha cama... É estranho o que sinto. Estendo, languidamente, o meu braço que apanha, com a mão, o auscultador do telefone. Pergunto com uma voz rouca:

- Estou sim, faz favor?
- Ainda estás a dormir? Com essa voz...
- Não estava bem a dormir, mas quase.
- É bom ouvir-te. Já tinha saudades tuas. Não quero perder-te nunca. És parte de mim...
- Hum! Hoje estás muito romântico. É para compensar o dia de ontem?
- Passou-se alguma coisa ontem que eu deva saber?
- Não me digas que já te esqueceste como me trataste ontem.
- Como foi? Tratei-te mal? O que se passou que eu não sei?
- Já não te recordas? Só duas mensagens muito curtas e fiquei todo o dia sem saber de ti.
- Hum! Teve saudades minhas? Que bom! Vá lá, não sejas assim... Tive tanto trabalho que nem tive tempo para comer. Tens que ver que ainda estou a trabalhar. Não sou como certas pessoas...
- Tu tens sempre razão. Desculpa...
- As desculpas não se pedem, evitam-se. Tanta converseta para nada. Vou-te fazer um convite. Queres vir almoçar comigo? Estou em Entrecampos.
- Mas não tinhas dito que, amanhã, vinhas tu ter comigo? É Quarta-feira!
- Pois! Já me tinha esquecido que amanhã é Quarta. Vê lá que nem sei às quantas ando... É o trabalho ou és tu que me põe assim?
- Deve ser o trabalho. Eu não tenho esse poder.
- Tens pois! Eu sou doido por ti e tu sabes isso. Não venhas agora com tretas.
- Para ti são tretas?
- Não desconverses. Posso telefonar logo?
- Não. Tenho cá a Glorinha.
- Dá-lhe dinheiro para ir comprar rebuçados. Era assim que faziam aos gaiatos antigamente.
- Tens sempre uma maneira airosa de dizer as coisas.
- Vou trabalhar. Tenho que fazer alguma coisa ao homenzinho. Os homens estão à minha espera. Vais ao MSN?
- Não sei. Tudo depende.
- Vá, vai lá para falarmos um cadinho. Vamos falar da nossa lua-de-mel.
- Mas não vais entrar de férias?
- E depois! Eu digo que vou trabalhar para fora como digo sempre.
- Está bem. Tu é que sabes. Vou ver se posso ir ao MSN.
- Então até logo. Beijinhos daqueles que só tu sabes dar. Hummm! Tão bom. Amanhã damos muitos desses.
- Até logo e beijinhos...





Foi assim que nos despedimos. Eu sabia que não fazia parte da vida dele, mas enganava-me a mim própria. Era uma maneira de fugir ao sofrimento. O relógio marca 09h20n12s.

Levanto-me e tomo banho. Faço as mesmíssimas coisas de todos os dias. É meu apanágio ter tudo limpinho e arrumado.
O tempo passa a correr.


12h56m20s


< Só agora vou almoçar. És servida? Beijokas grandes. >


Respondo que já tinha almoçado e desejo-lhe bom almoço.


A tarde decorre normalmente. A Glorinha aparece sempre à mesma hora e sai já depois do tempo.


18h12m01s


< Vou sair. Vou pa casa tomar banho e descansar. Até logo no MSN. Beijokas doces. >




Na hora de sempre eu estou no MSN. Falamos de muita coisa, do dia seguinte e da tal lua-de-mel. Combinamos as coisas para  termos um dia aprazível.

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Linha de Sintra!

Segunda, 4 de Julho de 2005


As Segundas-Feiras são nossas. Combinamos sempre no dia, a hora e o local. Nesta, porém, o Fernando Pedro giza outra coisa. É o homem dos enigmas, das mentiras, das artimanhas e dos esquemas.
Estou já levantada e de banho dado. Espero que ele me ligue e me diga para eu ir ter com ele. Todavia, o telefonema não chega e em vez dele vem uma mensagem breve e muito esclarecedora:

< Bom dia Amor. Não podes vir ter comigo vou para a linha de sintra, beijokas que só tu sabes dar. >

Olho o relógio que marca 09h32m19s

Sinto-me triste. Sei que não devo, mas estou. Penso que é o trabalho que o impede de vir ter comigo. Mudo de roupa e fico sentada na cama a olhar o vazio.
Não é o trabalho. Venho a saber mais tarde, quando conheço na net, uma das conquistas na altura.

Desço à sala e começo a fazer o meu crochê... Estou tão envolvida nas malhas e laçadas que tenho que dar que não me apercebo do tempo. Ouço a porta a abrir-se e fico assustada. Quem será?. Olho o relógio da sala e marca 01h43m59s.
Olho para a porta da sala. Não me mexo e fico abismada por ver o meu marido.

- Que se passa?
- Morreu a mão do major e fomos dispensados para irmos ao funeral.
- Hum! Dia Santo hein!
- É uma seca. Gosto mais de trabalhar.
- Já almoçaste?
- Comi na estação com o Oliveira e o Pinho. Venho só vestir-me para ir.
- Ok! Eu almoço sozinha.
- Ainda não almoçaste? A esta hora? És sempre a mesma coisa...
- Não, não sou. Estou a fazer crochê e não posso sair sem isto ficar certo.
- Faz como quiseres. Eu vou tomar banho e mudar de roupa. O Oliveira e o Pinho vão comigo e deixam aqui os carros.
- Está bem...

É uma surpresa para mim. E se é dia do Pedro vir a casa? Meto as mãos no coração que bate a um ritmo acelerado.
Entro na cozinha e bebo um copo de água. Penso que assim o
meu marido irá ter sempre confiança em mim.
Coloco o prato na mesa enquanto o bife é aquecido.
Sento-me e como sem apetite. O Pedro não diz nada desde manhã. Fico preocupada, mas não mostro isso quando o meu marido vem de camisa branca e uma gravata preta. Rio a bandeiras despregadas. O meu marido não gosta de gravata. Ele fica exaltado comigo, dá-me um beijo e sai.
Ainda fico a rir um bocado. São estas coisas que fazem os dias diferentes- penso eu.

Nada do Pedro. Nem uma mensagem para apaziguar o meu coração. Fico triste, mas volto à sala para continuar o meu trabalho. Não é dia de vir a Glorinha. Estou mais só do que nunca.

O tempo passa lento quando esperamos por algo que não chega.

No relógio são 17h41m23s. Olho o telemóvel à espera que este dê algum sinal. Mas nada. Coloco o crochê de lado e ponho-me a magicar nem sei o quê. Desiludida e triste... As lágrimas assomam nos meus olhos, mas eis que ouço um tique. Levanto o telemóvel e vejo uma mensagem. Pareço um rato a correr  para o queijo. Leio sofregamente.

< Amor mio estou em casa estafado. Amanhã falamos, Bjs kentes. >

E fico sem fôlego. Nada a comentar. Ele é um sacana, penso.





terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Comentários!

A vida tem destas coisas. Ora estamos aqui, ora estamos acolá. Neste final de ano e começo de um novo, a minha vida deu algumas voltas. Andei por vários sítios e gostei do que vi.
Tive  saudades do meu blog, de vocês e de escrever. Hoje já estou por aqui, com os pés bem assentes na terras.

Então Fernando Pedro Cachaço Marques como foi o teu Natal e a tua passagem de Ano?
Foi boa, certamente pelos comentários que vi por aí.
Não tens coração e não sabes o que é ter honra.
Sei que continuas por aí a publicar as tuas coisas.
Só queria dizer a essas mulheres quem tu és e o que queres delas. Mas não me iam dar ouvidos. A hipnose que lhe fizeste é tanta que não acreditariam, numa só palavra, o que eu lhes queria transmitir.

Ora vejamos e, se a minha memória não me falha, li algo de ti para  alguém e de alguém para ti.
Onde conheceste esta Fernanda A***? Também foi tua amante? Não me digas que andavas com ela e o marido nunca deu por isso!?...É provável! És tão subtil que ninguém dá por nada. Foste à Madeira com o teu modelo Milu ou foram eles que vieram ao Continente? Amigos assim é que tu gostas de ter.
Às vezes não gosto de falar do que leio. Sei que desapareces mal saia a minha postagem assim como saíste do Pedro Sá  algum tempo e do FCM. Este último nunca mais ninguém o viu. Ou será que é visto só pelos teus amigos e amigas, colegas de trabalho e familiares? Sabes muito de informática e isso tu podes ocultar. Mas esse não me é importante. Mas se saíres do " Pedro Sá " darás a entender que és mesmo tu. Bem fica ao teu critério que de criterioso não tens nada.
Vamos, então, aos comentários:
A Milu postou uma foto onde está muito feliz. Ri a bandeiras despregadas a mostrar aqueles dentes brancos e cuidados que tu tanto gostas. Aquela felicidade já eu conheci e tantas outras mulheres depois de mim e que tu descartaste assim que a source se secou. É que aquela fonte de dar dinheiro não é eterna e seca rapidamente. Onde se tira e não se põe, ele não volta a ir para lá.
Mas vamos ao comentário que a Fernanda A**** fez:- Óh Pedro o teu modelo sorri bem para ti. Linda foto.
Mas os comentários não ficam por aqui. De ti para a Sandra Vi*****:- Olha que lindo, Pai, Mãe e Filha Natal... Que saudade, abraços e beijos.
Depois postaste uma imagem de Natal muito bonita na tua cronologia. Eis o comentário da Fernanda A****:- Que encanto. Feliz Natal amigos. Até a um próximo encontro beijinhos.

Se bem entendo, estes amigos são tu e a Milu. Certo? Sim! É que a tua mulher não pode ser a amiga de Fernanda A****. Logo temos aqui a Milu. Senão a Fernanda não comentava a foto da Milu.

Hoje não venho falar de nós em 2005. Só queria comentar isto e ver o canalha que tu és. Mas se saíres do Pedro Sá durante algum tempo, então todos saberemos que o Fernando Pedro Cachaço Marques e Pedro Sá são uma e a mesma pessoa.

Neste princípio de Ano só te quero deixar os votos da lei do retorno. Quem semeia ventos, colhe tempestades e quem mal faz aos outros, terá de volta o dobro desse mal. Que assim seja de geração em geração nos teus familiares mais próximos: filhas, netas, bisnetas e até à quinta geração. Da tua, claro. E depois não me venhas dizer que a bruxa sou eu. Olha que a lei do retorno é muito pior que a bruxa pela qual me apelidaste numa conversa com a Dulcineia Mart..... Mais outra. Que lhe fizeste depois de ter acabado o teu processo na GNR? Ainda vou descobrir. Mas lá esperto és tu. Só que um dia esgota-se a tua esperteza. És apanhado nas tuas próprias mentiras