quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Começo da minha desgraça!

Quarta, 6 de Abril de 2005

Estive nesta capela já depois de ter acabado com o Pedro. É linda! Recomendo uma visita. Há muito para ver nesta linda vila alentejana onde nasceu o Fernando Pedro Cacha** Marques.
E já agora pergunto onde anda a menina Florbela Pereira (anocas****@gmail.com) que nunca mais deu mostra da sua graça. Bem sei que o nome é fictício, mas não deixa de ser um nome muito bonito. Não tenho culpa que também tenha sido vítima do Pedro. Foram e estão sendo muitas as mulheres que ele ultrajou, roubou e abandonou quando já não tinham mais dinheiro para sustentarem os seus luxos como um dia disse o Manuel Lisboa numa contenda com o Pedro na google +. Este Manuel Lisboa até disse que tinha feito sexo com a ****** do Pedro e com a sua amante mais temporal, a nossa Maria Arm****** Mar****** que, por sinal, é advogada e a quem ele chama NIA. Realmente é muito bonita, divorciada e com uma boa conta bancária, segundo eu penso, porque senão já não andaria com ela. Sei que se encontram em Coimbra e, muitas vezes, o leva para Braga, Viana do Castelo e outras paragens. Mas não estou aqui para falar da vida das outras mulheres. Não me afectam em nada. E nada tenho contra elas. Apenas tenho uma comiseração tremenda por caírem nas mentiras que ele canta em seu proveito, fazendo cair as mais incautas, assim como eu.

E cá venho eu a falar de mais um dia em que tive o Pedro agarrado a mim para comprar um carro novo ou ter dinheiro para  os seus luxos. Eu, sinceramente, não dava por nada, mas tive um lampejo de luz que me fez andar por outros caminhos.
Já me encontrava melhor. A Glorinha só já veio pela tarde.
Estava a tomar uma medicação muito forte, mas lá tive que atender o telefone fixo que não deixava de tocar. A hora não a sei especificar, mas recordo cada palavra dita como se fosse hoje. Acho que despertei com este telefonema e que vivi uma ansiedade maior que a depressão.

- Estou sim?
- Então não estás melhor? Preciso muito de ti.
- Estou melhor, obrigada. Diz lá porque "precisas de mim". É que não paras de dizer isso!
- Como sabes tive o acidente e o carro está na merda. Eu não tenho dinheiro.
- Sim. E...
- Preciso da tua ajuda.
- Como assim?!
- Não tenho dinheiro.
- E estás a pedir-me?
- Sei lá! É mais um desabafo. Não ligues.
- Fico assustada. É muito?
- Deixa lá. Não penses nisso, agora. Põe-te boa e depois falamos. Já te levantas?
- Já, mas a medicação faz-me muito sono. Só que agora fiquei com um aperto no coração.
- Porquê? Faço-te teres apertos no coração?
- Não sei. Deixa para lá...
- Sabes que te amo muito?
- Mais ou menos.
- Mais ou menos? Então não tenho dado provas disso? Ainda tens dúvidas?
- Não.
- Um "não" muito forçado.
- Não foi nada. E não tenho dúvidas nenhumas.
- Logo já podes ir ao msn?
- Não. O meu marido ia notar e eu não quero. Talvez amanhã.
- E hoje posso telefonar?
- A Glorinha só se vai embora quando o meu marido chegar.
- Então... Hoje já não te oiço. Nem calculas como tenho andado por saber que estás doente... Acredita que é verdade. Nem tenho dormido.
- Começa a dormir porque eu já estou melhor.
- Bem, vou-te deixar descansar. Beijinhos doces, meigos, loucos. Hum! Que  saudades! Como me enroscava bem agora aí contigo.
- Não divagues e trabalha. Beijinhos doces.
- Beijinhos meu amor de ontem, de hoje e de amanhã. Fica bem.

Quando pousei o auscultador, o meu coração começou a bater tão depressa que pensei que ia saltar da caixa torácica. Tive um lampejo de luz e pensei que se ele me pedisse muito dinheiro que eu iria arranjar uma desculpa qualquer. Fiquei acordada e a remoer no assunto. Tremia de medo e de vergonha. Não sabia como reagir à conversa que tinha acabado de ter com o Pedro e, também, não sabia o que ele me iria pedir. Aqui começou a minha descida no degrau da desgraça.



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