segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Comprar um Mercedes novo

Domingo, 3 de Abril de 2005

Estive no Algarve, em Vilamoura, a passar estes dias. Foi toda a família e chegámos ontem.
Hoje ainda não me apetecia escrever fosse o que fosse. Já tinha esquecido que estive ligada ao Pedro. As minhas netas fazem-me renascer das cinzas e ser uma outra pessoa. Mas quando chego a casa e mexo no pc, as memórias voltam e o desejo de continuar a escrever desabrocha em mim e eis que aqui me encontro para mais uma avalanche de acontecimentos da altura. Tudo o que escrevo se resume ao que escrevi na altura no meu diário e que tenho tudo compilado para não esquecer pitada.

Este Domingo foi muito atribulado. A Glorinha não pode vir para me ajudar a cuidar da minha mãe. O meu marido foi incansável. O médico da véspera tinha deixado claro que eu precisava de muito repouso e as minhas irmãs não queriam cuidar da minha mãe.
Meu marido encheu-se de coragem e telefonou para a minha irmã mais nova para dizer o que se estava a passar e disse que ia levar-lhe a minha mãe para ela cuidar dela até eu melhorar ou ia metê-la na Clínica Sampaio.
A minha irmã veio a minha casa para ver se era verdade e viu-me prostrada e sem brilho nos olhos. Não tinha acreditado no meu marido.
Consciente do meu estado de saúde, lá levou a minha mãe, mas disse que era até eu melhorar. A minha mãe já dava muito trabalho e tinha que ser repartido. Eu nem me apercebi disso. E este Domingo ficou marcado por uma mensagem do Pedro, via pc que dizia o seguinte:

14h23m10s

< Boa tarde: Ainda estás doente ou estás a passar-me a perna? Agora preciso muito de ti. O Meu carro já não vai ser arranjado. Pensei em ir a Alemanha comprar um Mercedes novo e enviá-lo por um camião TIR. Tu vais comigo e passamos lá o resto da semana. Conheces bem a Alemanha por ires visitar a tua filha e podes arranjar um hotel onde ficarmos. Também me desenrascas na língua. Pensa nisso e responde. Fico à tua espera. Bjs só nossos onde e como quiseres. >

Não foi neste dia que vi a mensagem e não lhe respondi. Eu estava mesmo muito doente. Pôs o telemóvel no privado e telefonou. Para surpresa dele, atendeu o meu marido. Depois disse que era engano e que queria ligar para a farmácia. O meu marido respondeu que não havia farmácia nenhuma, mas que precisava de uma visto a esposa estar tão doente. Ele acreditou, enfim, que eu estava muito doente e deixou de me contactar nesse dia.
O Pedro foi muito inconstante com o arranjo do carro e arranjou artimanhas de toda a espécie para dar o golpe do baú.

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