terça-feira, 21 de março de 2017

Os anos de casada!







Nesta vida encontramos coisas boas e coisas más. No entanto, é preciso saber reconhecê-las e separá-las. Mas nem sempre isso acontece. Aconteceu comigo, consigo, com ela e com todas as que escolhemos as más, implícitas na vida de Fernando Pedro e nas suas pantomimices. Errar é próprio do ser humano, mas levadas ao embuste é muito perigoso e caímos da melhor forma. Não sabemos ao que vamos e acreditamos nesse ser angelical que nos caiu aos pés. Foi o meu erro, o seu, o dela e de todas as outras.
Quando damos por isso estamos na rua da amargura.
O Fernando Pedro Cachaço Marques é uma pessoa super inteligente. Acreditem que mudou o seu dia de anos para não o apanharmos. Mas eu sei que fez anos ontem e que alguém, sua amiga no Pedro Sá, também sabe e notificou-me que ficou surpreendida quando não viu isso acontecer. Só que ele nunca vai sonhar quem é esta amiga. Vamos ver em que dia nasceu. Apresentar-se-á mais novo? Talvez... Mas será que ele quer meter-nos Lisboa pelos olhos? A pouco e pouco vais-te dando a conhecer. E já tanta gente que te conhece! Podes mudar de nome e teres vários perfis que eu ou alguém com quem andaste, te reconheceremos em qualquer parte E eu conheço-te melhor que ninguém. Sei do que és capaz. Sei como pantominas também e que parece tão verídico que ninguém dá por isso. Enfim, só tu...

Domingo, 31 de Julho de 2005

Estou em Coimbra. O hotel é o Íbis. Acordo ao mesmo tempo que o meu marido. Damos os bons dias. Eu espreguiço-me e  sinto que estou feliz. Hoje fazemos anos de casados. Meu marido dá-me os parabéns e eu retribuo. Ele levanta-se e vai tomar banho. Eu fico um pouco mais na cama a saborear aquele último dia de Julho. Recordo como foi essa manhã de 28 atrás. Sorrio. Foi o dia mais feliz da minha vida até ao nascimento da minha filha. Recordo cada pormenor com exatidão. Vejo-me à janela do meu quarto a espreitar o meu marido que está no outro lado da rua a conversar com alguns dos convidados. Ele não me pode ver. Dizem que dá azar. Mas eu vejo-o e sorrio. Dali a nada sou a sua esposa, como ele me trata ainda hoje.
Estou nestes preâmbulos quando o meu marido me chama para eu tomar banho. Conto-lhe o que estava a pensar e ele abraça-me com muito carinho e diz: - Voltava a fazer tudo de novo. E tu?
- Também. Sou feliz contigo e temos a filha mais maravilhosa que há.
- Mãe galinha! Diz o meu marido com um sorriso rasgado.
Meto-me na banheira e começo o meu banho matinal. Meu marido entra de mansinho e junta-se a mim. Abraçamo-nos e começamos um jogo amoroso. É para festejar os nossos 28 anos de casados.
Recordo que é isto que eu faço cada vez que estou com Pedro. Repudio, imediatamente, esse pensamento. Não quero pensar nele. Estou feliz e pronto...
Quando me acabo de vestir e estamos para sair, tocam à porta. Fico apreensiva e pergunto quem será. Meu marido diz para eu abrir. Abro e vejo um ramo de rosas vermelhas à minha frente. Era a primeira surpresa do meu marido. Ele sabe que são as rosas que eu mais gosto. O moço do Hotel entrega-me o ramo e diz que são para mim. Apanho-o e venho buscar uma gorjeta para lhe dar, mas a porta estava fechada e o meu marido já tinha dado.
O meu marido sorri e diz para eu contar as rosas. Começo a contar. São 28 rosas vermelhas de veludo. São as rosas da paixão. Ele diz que cada rosa representa cada ano de felicidade que eu lhe dei. Fico emocionada e choro. De arrependimento, claro. Peço desculpa. Ele não entende, mas eu sei do que falo. Abraça-me e beija-me com muito carinho.

Já na sala do pequeno-almoço ouço o vibrar no telemóvel. Pu-lo a vibrar para não chamar a atenção. Não me dou a conhecer pela vibração recebida. Eu sei que é o Pedro. Mas não quero estragar o momento de tanta felicidade para o meu marido e, até, para mim.
Vou à sala de banho e leio-a.

09h12m47s

< Bom dia amor. Estás em casa? Qd poder telefonar, diz-me ou dá um toke. Beijokinhas de saudades. >

Respondo e digo que não posso falar.

09h15m31s

< Já ontem não falámos e hoje não podes? Tens pessoas em casa? Só vais amanhã de ferias certo? >

Respondo que sim e digo que faço anos de casada. Não digo quantos, mas acho que ele sabe, já que lhe tinha mencionado que fiz as bodas de prata em 2002.

09h16m56s

< Não te dou os parabéns esses quero, guarda-los para quando fizermos os nossos. Beijokinhas amorosas. >

Ficamos por aqui. Eu vou ao encontro do meu marido e combinamos ir dar uma volta. Vamos a casa de uma amiga na rua da Sofia que conhecemos quando a minha filha foi operada na clínica Sofia.
Ela convida-nos para almoçar mas nós dizemos que fazemos anos de casados e que vamos festejar todos juntos.
É um almoço muito animado. O bolo tem um par de noivos e as velas, uma de 2 e outra  de 8.
Brindamos e a coisa está animada. Nisto o vibrar do telemóvel traz-me à realidade do Pedro.




14h34m09s




< Amor como está o dia a correr? Ainda estão em casa? Já tens as malas feitas? Queria ir contigo um dia vamos só nós a festejar os nossos anos. Queres? Bjs de mel. >


Respondo e digo que a mala já está feita e que estou com amigos.


A minha filha telefona para nos dar os parabéns. Falamos e digo-lhe o itinerário da nossa viagem no dia seguinte.


A tarde passa a correr. Vamos  ao Choupal e a tantos outros sítios românticos. Trocamos beijinhos e andamos de mãos dadas.
Lanchamos à beira-rio numa esplanada. Tudo perfeito. Estou feliz...


Antes de regressamos ao hotel sinto o telemóvel a vibrar. Nada vejo ali. Mas quando chego vou à sala de banho, meu refúgio.


19h21m21s


< Amor mio como estão as coisas? Já estás sozinha? Beijokas amorosas. >


Respondo que está tudo bem e que já estou sozinha, sem amigos, mas com o meu marido.


Vamos para a sala de refeições.


O jantar decorre animadamente. Falamos da viagem até ao Luso e combinamos coisas para fazer no dia seguinte.


Vamos ver um filme e, no intervalo, tenho uma mensagem do Pedro.


22h14m10s


< Mor ( palava abreviada de amor )vais para o Luso a q hrs? Sonha comigo vou, contigo no teu coração. Bjs molhados. >


Digo a que horas vou e  que fico contente por ele ir no meu coração.


Deito-me a pensar nele, mas não sonho...

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