segunda-feira, 16 de março de 2015

Encontro

Segunda, 6 de Setembro de 2004
11h45m12s
 
Hoje dei com o meu diário onde escrevia tudo o que se passava entre mim e o Fernando Pedro.
Lá realço bem e detalhadamente como foi o nosso primeiro encontro.
Não vou entrar em muitos pormenores, mas vou relatar as partes mais importantes.
 
< Cheguei cedo à estação do Oriente. Nunca gostei de fazer esperar ninguém.
Ainda entrei na Tribo para fazer umas comprinhas.
Já fora da loja, encostei-me às portas do Centro do lado de dentro à espera do Pedro, pois era assim que lhe chamava.
Passado uns cinco minutos o meu telemóvel começou a tocar.
Era o Pedro que, também, se encontrava  já dentro do Centro e andava à minha procura. Não foi preciso grande conversa. Já tínhamos localizado quem era quem. Ele aproximou-se de mim e cumprimentou-me ao mesmo tempo que se apresentava. Eu também me apresentei.
Seguimos a caminhar para o lado do Tejo. Já fora do Centro o sol espreitava numa luz brilhante de fim de Verão. Estava calor e o Sol queimava.
Conversámos muito. Falámos de tudo o que já tinha sido dito para reforçar o porquê de estarmos ali. A empatia foi recíproca. Ele, muito atrevido, colocou logo o braço dele em redor do  meu pescoço. Esquivei-me mal senti o toque e disse que era cedo para isso. Em resposta senti-me aprisionada por ele e um beijo muito doce foi colocado nos meus lábios. Eu fiquei petrificada e sem saber o que fazer. Deixei-me ir na onda. Pensei que um beijo não fazia mal nenhum.
Depois almoçámos num restaurante à beira do Tejo. Eu comi um bife com cogumelos e ele um bife à café.
Continuámos por ali a conversar já com um à-vontade enorme de ambas as partes. Foi um dia em cheio de muita coisa que eu já tinha esquecido.
Pelas 17h e 8m foi-me levar ao comboio. Embarquei na certeza que não me voltaria a encontrar com ele. Tinha pensado isso enquanto subíamos as escadas. Quando foi a despedida ele beijou-me muito e quando as portas do comboio se fecharam, ele colocou a mão dele no vidro da janela e eu encostei a minha mão na mão dele para nos despedirmos.
Foi lindo! E isso ainda paira sobre a minha mente como se tivesse sido ontem. >
 
Para escrever isto, valeu-me o meu diário que estava esquecido dentro de uma prateleira junto com outros diários de anos findos.


Sem comentários: