quinta-feira, 12 de março de 2015

Telefonema

Sexta, 3 de Setembro de 2004
16h10m45s
Um telefonema do Fernando Pedro Marques que me veio baralhar mais as ideias.
Eu tinha-lhe dito que podia telefonar depois das 16h. Supostamente a hora em que meu marido ia ao médico para mostrar as análises.
Foi um telefonema assaz comprido. Recordo muitas das coisas que foram ditas como se tivesse  sido hoje.
 
- Estou sim, faz favor?
- Meu Amor é uma maneira de me cativares mais. A tua voz faz-me arrepiar a espinha.
-Sim? E que mais te faz a minha voz?
-É um sem número de coisas que não sei dizer..
- Desculpa por estes atrasos todos.
- As desculpas não se pedem, evitam-se.
-Eu sei disso. Mas estes atrasos todos eu não podia evitar.
- Amor, o mais importante somos nós.
- .........
- Não concordas?
- Sim, estás certo.
-.................
< - Talvez só na Segunda-Feira nos possamos encontrar.
- O melhor é não fazer planos. Depois eu envio mensagem e combinamos.
- Acho que é o melhor. Assim não adiamos constantemente.
- O teu marido foi ao médico?
- Foi. E traz já o veredito. Ou vai trabalhar já Segunda ou ainda fica mais uma semana.
- Que ele vá trabalhar para nos deixar fazer a nossa vida andar p´rá frente.
Eu posso enviar mensagem a dizer  qual o resultado?
- Eu espero. Com muita ansiedade, mas sei esperar.
- Então acho melhor acabarmos de falar. Não chegue ele. É que mostrar só análises, faz depressa.
- Não me queria despedir já, mas dou-te muitos beijinhos na Segunda.
- Beijinhos também para ti.
- Adeus meu Amor de ontem, de hoje e de amanhã.
- Por que dizes sempre " de ontem, de hoje e de amanhã "?
-Porque vais ser sempre, ouvistes bem? Sempre o meu Amor.
- Adeus!
-Adeus Amor mio. >
 
Onde estão os pontinhos é para dizer que não me recordo o que foi dito.
Se bem que me recorde de quase tudo. A minha memória não me atraiçoa.
Tenho uma certa pena de não ter terminado como eu queria. Mas ele não me dava hipóteses disso acontecer.


Sem comentários: