quarta-feira, 25 de março de 2015

Bom dia, AMOR!

Sexta, 10 de Setembro de 2004
08h45m10s
Telefonema do Pedro para saber se eu me ia encontrar com ele.
Claro que não ia pelas razões mais óbvias.
 
 
< - Estou sim, faz favor? ( Era sempre a minha maneira de atender, pois não sabia quem estava do outro lado. Pela hora calculava que fosse o Pedro, mas não tinha certezas.)
- Bom dia Amor mio. Como estás? Já tinha saudades de te ouvir. E tu?
- Bom dia! Eu também tinha saudades tuas, claro.
- Então pensastes na minha proposta de ontem?
- Qual proposta? ( Já me tinha esquecido. )
- A de vires almoçar comigo e passar a tarde.
- Áh, essa. Não posso ir, Amor. Tenho o meu marido a almoçar.
- E não te posso telefonar logo?
- Não, meu Amor, não podes porque ele já está em casa.
- Que chatice. E eu a pensar que poderia falar contigo. Enfim, o desassossego de se ser casada. Eu também tenho as minhas limitações em casa e aqui no escritório. São só desastres.
- Não são nada. Temos os nossos apêndices que são uma bênção do céu. Não te parece? Eu acho isso.
- Pois, que remédio. Fazem parte das nossas vidas, não é?
- Fazem parte e estarão sempre connosco.
- Para mal dos meus pecados.
- Não digas isso. É bom ter quem espere por  nós quando saímos a algum lugar.
- Sim, tens razão, mas a conversa está a ir para outro lugar que eu não quero. Já que não posso falar contigo logo ao menos agora digo o que me apetece.
- E o que é que te apetece falar?
- Olha, por exemplo, queres fazer amor comigo?
- Ai que pergunta. Ainda não pensei nisso.
- Então é melhor pensares. Porque eu penso nisso muito.
- Ok! Vou pensar e depois digo a resposta.
- Então não podes dizer já?
- Não. É uma coisa muito séria e tem que ser pensada com pés e cabeça.
- Tens razão. Pensa e depois diz-me.
- Eu depois digo.
- Bem, tenho que ir trabalhar. Fazer qualquer coisa ao homenzinho.
- Qual homenzinho?
- O meu patrão.
- Risos. Está bem. Tens uma maneira airosa de dizer até logo.
- Eu envio uma mensagem antes de sair.
- Eu respondo a ela.
Beijokinhas doces nesses lábios vermelhinhos e até logo.
- Beijos doces. Xau. >
- Eu sei, Amor. Mas outros dias surgirão, não achas?


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