terça-feira, 8 de dezembro de 2015

As minhas mágoas!

Quarta, 16 de Fevereiro de 2005

Mais um dia que fui ter com o Pedro ao Oriente. Foi um dia igual a tantos outros que por ali passámos. Já não sei se será melhor continuar a escrever e a expor a minha vida ou, se por outro lado, terminar  aquilo que comecei para que outras mulheres saibam do que é capaz este fulano. 
Porém, não sei se alguma das mulheres que andam com o Pedro S**, Pedro Sintra, Pedro Lisboa, etc, seguem o meu blog e se as posso ajudar dando a conhecer ao mundo como ele trabalha.

Cheguei ao Oriente perto das 12h. Fiquei à espera dele na porta que dá acesso ao Continente. Foi aí que esperei por ele a primeira vez e muitas outras.
Ele chegou e vinha com um sorriso de orelha a orelha. Abraçou-me e beijou-me com ganância. Senti-me protegida. Pensei que ele era o meu baluarte. Porém, um baluarte tão fraco que ruiu ao menor abanão. Só que eu andava cega e não enxergava direito o que ele andava a tramar. Quando o fiz já era tarde e ele tinha levado tudo de mim.

De mãos dadas percorremos o Centro até às escadas rolantes. Subimos até à área dos restaurantes. Uma vez aí, fomos almoçar ao só peso. Ele colocou-se à minha frente como o fazia sempre. De tabuleiro na mão lá ia colocando o que mais lhe agradava. Eu atrás qual cordeirinho que segue para o matadouro. Já sabia como aquilo funcionava. Ele agia assim para ser eu a pagar a conta. Estúpida de mim. Ele vive à custa de mulheres carentes, divorciadas, viúvas e mal amadas.  Por um punhado de sexo, vende-se. Além dos atributos psicológicos que já lhe atribui ainda vão mais estes. É um chulo, um proxeneta .
Quando dei por ele, já se encontrava numa mesa sentado, ao canto, perto do balcão. A moça pesou o meu prato e disse-me que o senhor da mesa do canto lhe disse que eu pagava. Claro que tinha que pagar, não? 
Senti-me vazia e incapaz de o olhar nos olhos. Perguntou-me se estava tudo bem. "Está" respondi laconicamente. Já não tinha apetite e nem me apetecia estar ali. Apetecia-me fugir dele e da mentira em que se estava a tornar a nossa relação. Mas fiquei e fiquei muitas vezes.
Disse-me que o problema das contas nas finanças não estava resolvido. Pela primeira vez mencionou que, um dia, iria visitá-lo às Mónicas. Eu conheço bem. Foi lá que fiz o meu estágio, uma parte dele.
Eu não respondi e esperei, pacientemente que ele acabasse de comer. O meu ficou lá quase todo. Pouco comi. Tinha perdido o apetite.
Levantou-se e nem perguntou por que eu não tinha tocado no comer. Talvez adivinhasse.
Dali fomos para a rua. Estava um frio enorme. E ainda sentia mais frio por ver a cara de pau que ele era.
Sinceramente não sei do que falámos. Não registei nada. Na minha cabeça apenas estava uma coisa. " Acabar de vez com ele". Tinha que o fazer. Ele não me amava como dizia. Ele estava a fazer o jogo dele. Mas eu não sabia bem que jogo jogar com ele. Era uma espécie de jogo da cabra-cega. Eu tinha os meus olhos vendados.
Foi um dia para esquecer.
Quando cheguei a casa, não sabia o que escrever. Tinha passado tudo em branco na minha mente. Escrevi apenas o que menciono.
No caminho de regresso a casa, chorei copiosamente num banco, numa carruagem de um comboio verde, as minhas mágoas.

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