segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Ida a Setúbal!

Sábado, 26 de Fevereiro de 2005

Mais um lapso. É Dois mil e cinco. No Google mais já não dá para remediar.

Foi neste restaurante que eu e o Pedro almoçámos neste dia. Mas vou começar do princípio. Mais uma vez me sirvo do meu diário. Sem ele, sentir-me-ia perdida.

Pelas 10h da manhã já me encontrava à porta do Centro Vasco da Gama. Andavam, ainda, a preparar tudo para o abrir. O chão estava molhado e pessoas passavam apressadas para as suas lojas. Eu encostei-me à porta, do lado de dentro pois fazia muito frio, embora o sol brilhasse. Levava o meu casaco vermelho. De repente senti uma mão nas costas e dei um salto de susto.
Era o Pedro que vinha de dentro do Centro. Levou-me, novamente, para o sítio dos autocarros. Lá tinha deixado o seu Mercedes Benz estacionado.
Abriu-me a porta e convidou-me a entrar. Dali seguimos pela Ponte Vasco da Gama em direcção a Setúbal.
Conduziu devagar e sempre com muita atenção à estrada e aos outros condutores. Lá ia cantarolando os cantares de Alvito. Gostava particularmente da " Laurindinha ".  E batia com a mão a fazer de compasso no volante. Eu ouvia-o. De facto que eu gostava muito de o ouvir cantar. Mesmo com a voz de cana rachada, mas cantava bem.
Na Ponte passámos sem via verde. Disse que não queria que soubessem onde levava o carro.
A viagem correu bem. Em Setúbal, deixou o carro estacionado do lado contrário dos restaurantes. Atravessámos e fomos à procura de um. Ele escolheu o "Rei do Choco Frito", cuja foto eu escolhi para hoje.
Levámos algum tempo na fila, mas valeu a pena.
A mesa era só para dois e foi mais fácil arranjar. Comemos os chocos, salada e batata frita. Tudo estava muito bom, mas antes perguntou-me se eu já lá tinha estado com o meu marido. Menti. Eu já conhecia o restaurante e o serviço que era óptimo.
Não comi sobremesa nem café. Estava numa dieta. Andava em tratamento numa clínica para emagrecimento e tinha que seguir a dieta à risca.
Dali fomos para a Serra da Arrábida. Num dos miradouros desta Serra vimos que estavam a fazer para-pente. O Pedro disse que devia ser um desporto muito bom e que gostava de experimentar. Se eu alinhava. Hoje sei que ele queria que eu lhe pagasse, mas na altura pensei que me queria levar com ele naquela coisa e disse que não. Disse que deveria ser uma adrenalina tão intensa que deveria ser o máximo. Eu mostrei medo. Não sabia onde aquela coisa iria aterrar e se ficaríamos bem.
O Pedro ficou triste com a minha decisão e notou-se no seu semblante, mas eu referenciei alguns aspectos negativos.
Daqui fomos para o Portinho da Arrábida. Lanchámos num café ali mesmo à beira da estrada. Claro que quem pagava tudo, era eu. Ele ainda comprou trouxas de Azeitão e eu paguei. Disse que tinha dito em casa que vinha para Setúbal trabalhar e que tinha que levar qualquer coisa para calar a boca.
Fizemos o regresso para Lisboa. De vez em quando beijava a minha mão e metíamos as mudanças juntos.
No comboio foi a despedida de sempre. Beijinhos e abraços sem fim e quando a porta do comboio fechou, ele colocou a mão dele no vidro e eu a minha colada à dele. Eram sempre assim as nossas despedidas, até certo ponto. Depois começaram a ser diferentes por que ele já tinha o que queria.
E foi assim que terminou mais um dia com ele.
Regressei a casa e já não houve nem mensagens nem msn nesse dia. Tinha sido mais um dia cumprido na sua companhia.

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