terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Serás capaz de me deixar?

Segunda, 21 de Fevereiro de 2005

Mais uma foto do Freeport, local que visitei no Sábado, dia 19 / 2 com o Fernando Pedro C****** Marques.
Nesta Segunda as coisas não mudaram muito de sentido. O Pedro estava obcecado com o que eu lhe tinha dito. A pergunta era sempre a mesma " Seria eu capaz de o deixar"?
Já tinha pensado nisso tantas vezes, que não me custava nada deixá-lo, embora eu pensasse que o amava. Mas não era amor verdadeiro. Esse dura uma vida e o que eu tive com o Pedro durou pouco mais que nada.
Já estava acordada quando o telefone começou a tocar. Estava a pensar que seria brevemente tirada do meu sossego para me embrenhar numa conversa com ele que não levaria a lado nenhum. E assim aconteceu.
Antes de apanhar o auscultador, olhei para o relógio. Gostava de frisar as horas no meu diário. Hoje, ainda, faço isso. É para saber a hora de determinado acontecimento e deleitar-me ou não com ela. Entrar numa simbiose e percepção que me levem a um determinado momento. Se esse momento foi bom, alheio-me de tudo e entro de mansinho para me aconchegar e reviver o que me deixou tão feliz, mas se o assunto me eriçou os cabelos, reajo de maneira diferente e desligo absolutamente do assunto em questão.

08h34m29s

- Estou sim, por favor? ( Não iria arriscar e falar " olá Pedro, como estás"?para não ter um dissabor. E eu sabia que não poderia ser mais ninguém ).
- Bom dia, amor mio. Como dormistes? Eu tive  que repor as minhas energias. A outra noite nem preguei olho.
- Por que não quiseste. Ninguém te mandou ficar acordado, se acaso ficaste.
- E não fiquei? Nem imaginas como a passei. Até ela me perguntou o que eu tinha para não dormir e não a deixar dormir a ela...
- Hum! Vinhas dormir para o sofá.
- Não gozes, está bem? Fizestes-me passar um mau bocado. Nem penses deixar-me... E serias capaz de me deixar? Pergunto mais uma vez e todas as que forem preciso.
- Talvez sim e talvez não.
- Mau! Ainda não te decidiste? Ainda pensas nisso? Não estou a gostar nada disto.
- Sinceramente, não sei. As coisas aconteceram depressa de mais. Eu não estava preparada. E nem sei se estou.
- Mas eras capaz de me deixar assim sem mais quê nem p´ra quê? Não me faças isto...
- Isto o quê?
- Deixares-me. Abandonares-me, não te lembrares de mim, não teres pena de mim?
- Quem tem pena é a galinha.
- Não tem graça nenhuma. Estou a falar a sério...
- E eu também.
- De seres capaz de me deixares?
- Não. Isso são águas passadas. Não se fala mais sobre esse assunto. Ficou esclarecido.
- E não me vais deixar?
- Olha vamos mudar de assunto. Hoje ficas por aí?
- Nem sei. Estou à espera do chefe.
- Bem... Vê lá não venha ele e estejas a falar comigo...
- Se ele vier, faz de conta que estava a falar com um colega.
- Tu lá sabes. Já conheces muito bem como te deves safar. Já estás  habituado?
- Mas que raio de pergunta. Desconfias de mim agora?
- Não. Era para desconfiar?
- Tu amas-me?
- O quê? Que pergunta...
- Tem reposta... E já sabes se isso continuar avariado, telefona para aqui. Até logo. ( O chefe tinha entrado)
- Beijinhos e até logo. ( Desliguei e safei-me de responder. )

12h09m12s

< Vou almoçar. Bom almoço. Estou só e triste. Beijinhos para tua sobremesa. >

17h09m10s

< Tenho o chefe no meu gabinete. Estou triste porque não posso ouvir a tua voz. Logo vai ao msn para falarmos um cadinho. Ainda quero ter a certeza que não me vais deixar. Tu não podes fazer isso. És tudo para mim. Lembras da princesa Shakti? Tu és a minha princesa Shakti. Não me deixes e diz que me amas como eu te amo a ti. Sem ti morria. Deixa-me ser o teu princepe e serei tudo o que tu quiseres mas, não voltes a falar em me deixares. Bjs onde e como quiseres. Fica bem. Até logo amor. >

22h08m56s

< Sonha  comigo. Dorme bem. Foi bom falar contigo. Adoro-te sabia. Bjs só nossos. >







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