segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ida para Porto Covo

Mais um aspecto da Igreja de Alvito. Vila onde nasceu o Pedro. Esta Vila é muito bonita e tem muita história.
 
 
Terça, 9 de Novembro de 2004
 
 
< Foi nesta Terça-Feira de Novembro que eu e o Pedro fomos para Porto Covo.
Levantei-me logo que o meu marido saiu. Já tinha feito a mala na véspera e tinha-a deixado no quarto da minha filha, local que meu marido não frequentava.
Levei o carro do meu marido. Era mais económico e eu conduzia-o com mais segurança que o meu. Hoje já não existe, mas, naquela altura, estava novo. Deixei um bilhete ao meu marido a dizer que ia para um lugar sossegado, passar a semana e, que talvez, só regressasse na Sexta.
Recordo perfeitamente que me fui encontrar com o Pedro em Setúbal, logo a seguir à estação do comboio. Mesmo que algo eu tivesse esquecido, tenho o meu diário onde registei tudo o que se relacionava com ele.
Eu não ia muito segura. Tinha receio que o Pedro não aparecesse. Talvez tivesse sido melhor para ambos. Mas para minha perplexidade, ele estava no sítio combinado com um troiller. Via-se que era novo. Comprado para a ocasião. Eu parei o carro para ele entrar. Cumprimentou-me com muitos beijinhos, mas antes meteu a sua mala atrás, no carro e, como estávamos perto do Ferry Boat, eu conduzi o carro até à entrada do mesmo. Para entrar, já foi o Pedro que o conduziu e o meteu no barco. Ainda nos enganámos, mas o Pedro com o seu sangue frio, deu a volta à situação.
Já no barco o Pedro agarrou-se a mim como a proteger-me do frio que se fazia sentir. Não era o frio que me incomodava, mas sim os nervos que me atormentavam. De umas horas juntos, iríamos estar uns dias. Como seriam? Eu interrogava-me com muita frequência. Nunca tinha estado naquela situação. Já o Pedro estava mais à vontade. Parecia que já tínhamos feito isto mais vezes. Ele aparentava estar feliz. Sorria, apertava-me entre os seus braços e beijava-me efusivamente.
Atravessámos o Sado com muita meiguice e foi assim que chegámos à outra margem. O Pedro tirou o carro e seguimos até à Comporta. Neste trajeto, encontrámos duas brigadas de trânsito e o Pedro até gracejou com o facto, dizendo:- Deixa-me ir devagar para o Senhor F********* não ter uma multa.
Eu ri com a piada e acariciei-lhe as pernas. Ele tinha-me colocado à vontade.
Em Sines almoçámos no Restaurante Vasco da Gama. Não sei se ainda existe, mas foi aqui que almoçámos. Foi um arroz de marisco para os dois. Quando chegou a hora de pagar, Pedro empurrou a conta para o meu lado, como já era hábito. Não protestei e paguei sem hesitar. Seguimos viagem e, como estávamos perto, íamos nas calmas, sem pressa e com descontração.
Quando chegámos a Porto Covo, eu telefonei para o dono do apartamento que ficava na Rua da Farmácia, Nº 8. Calhou-nos um apartamento com sala, quarto, cozinha e sala de banho. Tudo muito bem apetrechado . O Senhor entregou-nos a chave e saiu. O Pedro começou logo a dar-me beijinhos e muitas carícias. Parecia que há anos que não via uma mulher. Levou-me para o quarto e foi um passo até fazermos amor.
Depois de saciados, fomos tomar banho. O Pedro acendeu o esquentador. Também deixou o aquecimento do quarto ligado, pois este encontrava-se muito frio.
Depois saímos para a rua numa tarde gélida de Novembro. Fomos ao super comprar tostas, pão, iogurtes, queijos frescos, paio alentejano e flocos. Claro que a conta, fui eu que a paguei. Jantámos e bebemos chá. O serão foi passado no sofá a ver televisão. Antes, porém, telefonámos às nossas caras metades. O meu marido não se mostrou surpreso. Já estava à espera, segundo afirmou.
O Pedro levou o serão deitado no sofá e com a cabeça no meu colo. Eu tinha levado uma mantinha com folhinho e estávamos tapados com ela. Também tinha levado um aquecedor pequeno que exalava um aquecimento tão bom que nos sentíamos confortados.
Quando se fizeram horas de dormir, fomos para a cama e dormimos muito agarradinhos. Acordei a meio da noite sem saber onde estava e com a sensação que não estava na minha cama. Não era hábito dormir assim com o meu marido.


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