quinta-feira, 9 de julho de 2015

O adeus a Porto Covo

Sexta, 12 de Novembro de 2004
 
 
10h20m00s
 
 
Foi o adeus a Porto Covo e a umas férias de sonho, pensava eu.
 
 
 
Como sempre, o levantar foi por voltas das 8 horas da manhã. O ritual foi o mesmo dos dias anteriores. Mas mais tristes. Os dias tinham chegado ao fim. Porém, não saímos sem fazer amor pela última vez nesse fim de uma lua-de-mel que se tinha pronunciado muito boa.
Depois arrumámos as nossas coisas nas malas respetivas e eu telefonei ao Senhor para lhe dar a chave e pagar. Uma pontinha de esperança aflorava na minha mente. O Pedro iria pagar a sua parte, mas tal não aconteceu. Ele fez-se moço de recados e meteu a bagagem no carro enquanto o Senhor passava o recibo e recebia o dinheiro. Claro que dei um nome falso e uma morada também. Depois metemo-nos  no carro e viemo-nos embora. Falámos alguma coisa, mas pouco. Ambos vínhamos tristes por os dias terem passado tão depressa. Ele dizia que era isso, mas hoje ponho as minhas dúvidas.
Almoçámos em Alcácer do Sal num restaurante muito patusco. Ficava do lado esquerdo da foz do rio Sado. O Pedro conhecia-o muito bem. Era lá que almoçava quando ia a Alcácer ou quando vinha de Alvito, como me contou. Ele comeu ensopado de enguias e eu um peixe grelhado. Nunca vi uma pessoa com tanta minúcia a arranjar um peixe para eu não encontrar nenhuma espinha. Disse que o fazia às filhas e que estava habituado. Soube-me muito bem e tinha fome. Não comi sobremesa. Estava um bocado forte e o Pedro queria que eu emagrecesse. Por ele fazia tudo.
Ainda arranjámos tempo para dar uma voltinha por Alcácer. Andámos na ponte pedonal e tirámos algumas fotografias na máquina digital do Pedro. Foi aqui que ele viu que as fotos anteriores se tinham apagado todas quando ele quis apagar uma minha que tinha ficado tremida. Apostei naquele momento que el ainda não percebia muito bem a digital. Deveria ser mesmo nova.
Arrancámos de Alcácer depois das 15h rumo ao Parque das Nações.
Quando já se via a ponte, o Pedro ainda tirou uma foto que ficou muito bonita.
Deixei-o no Parque das Nações e foi com lágrimas nos olhos que me despedi dele. Foi um "até já" como ele referiu.
Já em casa, aguardei a chegada do meu marido. Foi com alegria que me abracei a ele. Não tinha pensado que o estar longe dele fosse tão amargo. Gostei dos seus beijos e das pedidas de desculpas de ambas as partes. Adorei ter-me envolvido no seu cheio tão inebriante que me deixava louca. Depois voltei à minha vida insignificante. > 

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